Fugas - Viagens

  • Nuno Ferreira Santos
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No maior barco de cruzeiros do mundo, nem o silêncio se esgota

Estamos no Central Park, bem no meio do deck 8, e à nossa volta temos mais de 12 mil plantas naturais de diversas espécies, nos altifalantes canta o chilrear dos pássaros, que à noite é substituído pelo doce e suave som dos grilos. Uma banda sonora mais campestre que marítima e que conseguiremos ouvir mais tarde nas espreguiçadeiras do deck 15, onde passamos largos minutos sem ver absolutamente ninguém, o olhar fito na janela de breu, sem conseguirmos distinguir mar e céu no negro horizonte. Onde está afinal toda a gente?

Sozinhos entre milhares

“Neste momento, estão a bordo 8216 pessoas no total, entre elas 2150 membros da tripulação de quase 80 países diferentes”, enumera o capitão Johny Faevelen, a partir da ponte de comando do navio. É o único dia de navegação que viveremos a bordo do Allure of the Seas, nesta ponta final da última rota no Mediterrâneo, três noites entre o porto italiano de Civitavecchia, localizado a cerca de 70km de Roma, e o destino final, em Barcelona (onde chegaríamos na manhã seguinte), com única paragem em Nápoles. É hoje, com toda a gente embarcada, que sentiremos o peso real dos números, pensamos.

No entanto, e embora a lotação total de 8800 pessoas não esteja completa, a verdade é que nunca nos sentiremos entre uma multidão e facilmente encontramos recantos solitários a qualquer hora do dia. “São tantas as actividades e os sítios onde as pessoas podem ir e divertir-se que nem se nota que estão de facto aqui 8000 pessoas”, já tinha comentado Samuel, a quem também “fascina a quantidade de gente que aqui vai dentro”.

Os espectáculos dividem-se entre três espaços principais: o Amber Theater (onde assistimos ao espectáculo Blue Planet, embora por ali também passe o musical Mamma Mia, da Broadway), o AquaTheater (com um espectáculo de saltos para a água e acrobacias) e o Studio B, com um ringue de patinagem no gelo (onde vimos o Ice Games!, que tem um português, Ruben Pereira, como gerente da produção).

Depois há o jardim do Central Park, o carrossel clássico na Boardwalk, a avenida interior Royal Promenade repleta de restaurantes e de lojas (e a sensação de estarmos num centro comercial), o casino, a área das piscinas e jacuzzis e a zona dedicada ao entretenimento, com dois simuladores de surf e bodyboard (FlowRider), um campo multiusos e um de minigolfe, mesas de pingue-pongue, paredes de escalada e o Zipline, uma tirolesa com mais de 80 metros de comprimento que percorre toda a extensão da Boardwalk, nove decks ali em baixo.

É a segunda vez que Denise Stansfield, na casa dos 70 anos, se arma de capacete e cabos para deslizar por ali fora, aterrando no colchão verde do outro lado da gigante varanda. “Gosto de aventura e de experimentar coisas novas”, conta. No dia anterior já tinha percorrido o Zipline e feito escalada, agora corre para as pequenas bancadas do simulador de bodyboard, desta vez para ver a neta mais velha equilibrar-se na prancha enquanto um jacto de água cria uma espécie de onda. É o segundo cruzeiro da Royal Caribbean que faz, depois do Celebrity of the Seas, e defende que este “é mais orientado para as famílias e mais casual”. “Ontem, o dress code definido para o jantar era formal mas havia muita gente de calças de ganga e roupa normal”, exemplifica a inglesa com um ar de desagrado.

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