Também Delia Paradeira, empregada de mesa brasileira, conheceu o noivo a bordo, quando trabalhavam num cruzeiro de uma empresa concorrente. “Depois de dois anos parada, não tinha perspectivas de emprego no Brasil e voltei para os cruzeiros. Nem num mês ganharia o que faço aqui em quatro dias”, revela. Já Ruben Pereira, das Caldas da Rainha, tinha estudado Som e Imagem em Leiria e não encontrava trabalho na área até ver “um anúncio no centro de emprego”. Há quatro anos que trabalha na produção de espectáculos a bordo dos navios da empresa e não se vê a regressar a Portugal tão cedo.
Depois há o capitão Johny Faevelen, que trabalha há 40 anos na companhia, no Allure desde a sua inauguração. “Cresci junto ao Círculo Polar Árctico, na Noruega, num barco de pesca com o meu pai e aos 18 anos candidatei-me a um emprego no mar e aqui continuo. Passei quase toda a minha vida em navios de cruzeiro”, conta, garantindo “não ter planos para se reformar tão cedo”. No entanto, um dia antes de partir para a viagem transantlântica que levaria o Allure of the Seas de regresso à Florida, confessava já estar ansioso por lá chegar. “Está a ficar um pouco frio aqui agora”, ri-se. “É a única grande diferença, nunca fica frio nas Caraíbas.”
A Fugas viajou a convite da Royal Caribbean Portugal e da TAP Portugal
Harmony of the Seas
Sai um gémeo, entra um irmão maior
O Harmony of the Seas vai lançar-se ao mar em Abril de 2016, tornando-se no terceiro navio da classe Oasis da Royal Caribbean, depois do Oasis of the Seas (inaugurado em 2009) e do Allure of the Seas (nascido um ano depois). Quando sair pela primeira vez do porto de Southampton, em Inglaterra, o Harmony torna-se oficialmente no maior navio de cruzeiros do mundo, substituindo por menos de uma tonelada de arqueação bruta e um centímetro de comprimento o Allure, tal como este o tinha feito com o irmão mais velho.
No entanto, ao contrário do Allure, que é praticamente uma réplica do Oasis à excepção de pequenos detalhes, o Harmony tem não só três novidades na área de entretenimento (o Ultimate Abyss, um escorrega de dez andares que deslizará ao longo de 30 metros, desde o topo do AquaTheater até à Boardwalk; o Perfect Storm, três escorregas aquáticos — Cyclone, Typhoon e Supercell — que descem o navio ao longo de três decks; e um renovado parque infantil aquático, que passa a chamar-se Splashaway Bay) como traz várias atracções já existentes nos navios da classe Quantum, a mais recente da companhia (o popular Bionic Bar – onde os barmen são dois robots; o restaurante de especialidade Wonderland — de “cozinha imaginativa” e que aqui vai ter dois andares; e os camarotes interiores com varanda virtual são alguns dos exemplos).
Depois de três pequenas viagens de apresentação, o Harmony of the Seas vai partir para Barcelona, onde ficará durante o Verão de 2016, com rotas no Mediterrâneo. Em aberto, está ainda a possibilidade de, durante o percurso até à cidade espanhola, o novo gigante dos mares parar em Portugal. “Neste momento ainda desconhecemos a rota oficial, mas pode ser que venha a Lisboa”, avançou Francisco Teixeira.