Fugas - Viagens

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O arquipélago boreal

“Tudo começou em 1940, quando o fotógrafo Sundgren apresentou uma proposta para um museu fotográfico na Suécia”, descreve a instituição. Mas as portas do Fotografiska demoraram 70 anos a abrir. Cruzamos o edifício e passamos os dedos sobre os tijolos que um dia foram forro de um armazém. Há janelas em arco, uma fileira delas. À entrada, cheira a jasmim. A fila na bilheteira é longa, mistura mulheres ruivas e louras, homens de fato, gravatas de seda, calças de ganga que caem como cortinas de cetim. “É Art Nouveau”, ouvimos na espera, em referência ao museu. Mas aqui a “arte nova” é a fotografia. Iluminação perfeita, sem reflexos. Imagens imaculadas. A descoberta da imagem em 2500 metros quadrados.

Anualmente, o Fotografiska recebe 500 mil visitantes, que, para além das impressões ao longo das paredes, procuram, como Maarika, o conforto de um café submerso na paisagem de Estocolmo. “Venho para aqui ler. Na verdade, o museu tornou-se um lugar onde consigo desaparecer de tudo, quase como uma bolha onde ninguém pode tocar, porque é como se soubessem que aqui o silêncio é sagrado para criar, para pensar. Às vezes, fico horas nesta mesa [em frente à grande vidraça da cafetaria] a ver a neve lá fora. São assim os meus fins-de-semana”, relata a visitante. Não é de espantar. Durante o dia, mesmo que escuro, os dias das quatro da tarde sem sol, passarão sempre atletas, caminhantes, passeantes, esquiadores, patinadores, talvez malabaristas, por estes canais de Estocolmo. O movimento está na natureza e no Inverno as árvores mexem mais.

As ilhas

Cerca de 30% da cidade está coberta por canais, que se atravessam por 53 pontes e fazem das 14 ilhas e ilhotas urbanas uma só Estocolmo. Mas em 20 minutos de barco, “um universo de 30.000 ilhas começa”, convida o Turismo da cidade. É possível, assim, estender à viagem na capital cosmopolita um capítulo de lugares idílicos, onde se dança folclore, janta-se à luz das velas ou se põe o pé na areia.

Djurgården

Uma das ilhas mais centrais de Estocolmotambém por isso, das mais turísticas, foi terra real desde o século XV e mantém-se um dos espaços mais nobres da cidade. É um núcleo de arte e cultura, tomando como exemplos os museus de Biologia e de Entnografia, o Nordiska Museet, a casa dedicada aos Abba ou a HV Galleri (de artesanato e têxteis).

Bullerö

Quase remota, esta ilha é casa de pássaros e de redes de Verão para escritores e outros sonhadores suecos. Os horários dos barcos que ligam a continental Stavsnäs a Bullerö estão disponíveis em www.battaxi.se.

Svartlöga

Aqui, não há electricidade. Há rochas, árvores, a chegada do mar e uma aldeia piscatória perdida onde subsiste o posto de correios mais pequeno do mundo. As autoridades permitem acampar onde o corpo entender. A ligação por barco funciona somente no Verão.

Utö

Sim, na Suécia também há praias, e a prova disso é a ilha de Utö, que para além da areia onde estender a toalha oferece um passado mineiro (de ferro), exposto num pequeno museu. É ainda lugar de padarias e de passeios de bicicleta.

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