Ao entrarmos pela porta principal, somos recebidos por um Charlie Chaplin de cabelos brancos apanhados num rabo-de-cavalo, mão no ar e sorriso no rosto. É uma das 30 figuras de cera, feitas pelo Museu Grévin de Paris, espalhadas pela mansão (há, também, a versão em cera do amigo Einstein, da mulher Oona, ou de Winston Churchill) e é inevitável o pequeno salto de susto quando vemos um Chaplin tão real a acenar-nos. Neste piso térreo podemos entrar no escritório de Chaplin, onde há um candelabro feito a partir das suas notas escritas à mão, livros autobiográficos com rabiscos, cartas; na sala-de-estar ou na sala de refeições, com fotografias de família, no alpendre. No segundo andar, o quarto e a história de amor com a sua quarta mulher Oona O’Neill, com quem casou em 1943.
Na mansão, a mobília original mantém-se e há vários objectos pessoais, vídeos e fotografias da vida familiar de Chaplin, bem diferente da vida e imagem de Charlot, a sua personagem mais icónica. A experiência imersiva na vida do cineasta continua com a possibilidade de entrar nos cenários dos seus filmes num estúdio interactivo construído ao lado da mansão: a rua de Charlot na Rua da Paz (1917) dá passagem para outros cenários e, como se fosse um parque temático, podemos escondermo-nos debaixo de uma mesa na casa de A Quimera de Ouro (1925), a meio de uma tempestade simulada, sentarmo-nos na cadeira do barbeiro de O Grande Ditador (1940), entrar na cela de Tempos Modernos (1936) ou no restaurante de O Emigrante (1917).
Jantamos entre figurinos e vídeos rápidos, a preto e branco, com excertos de filmes mas o café-restaurante O Vagabundo (1915), que serve pequenos-almoços, almoços e jantares com produtos e vinhos regionais, tem também uma esplanada nos jardins contíguos à mansão.
A inovação
Voltamos à estrada, e a Vevey, no dia seguinte, para visitar o Nest, o novo centro de inovação e exposições interactivas da gigante Nestlé. Construído no local da primeira fábrica da empresa, o Nest celebra o 150.º aniversário da Nestlé. É uma “casa aberta”, explica a directora Catherine Saurais, com três espaços que representam o passado, presente e futuro.
Numa visita multimédia, fazemos uma viagem à Vevey do século XIX para conhecermos Henri Nestlé e a fundação da marca, todos os produtos (os seus lançamentos são aqui relacionados com momentos marcantes da história mundial) e os desafios da marca para o futuro, ligados à nutrição e saúde. Está lá a história da primeira tablete de chocolate – e é mesmo possível receber uma num dos postos interactivos –, o protótipo da primeira máquina de café Nespresso, as primeiras campanhas publicitárias televisivas em diversos países.
“O Nest é um centro sobre a nossa identidade e sobre os desafios da Nestlé dentro da indústria alimentar”, reforça a directora, falando do centro como um “trabalho em progresso” – abriu a 15 de Junho e, durante a nossa visita, há ainda algumas experiências a serem testadas.
A nossa viagem continua pelas paisagens pitorescas de Fribourg até La Chaux-de-Fonds, uma vila suíça no cantão de Neuchâtel, onde fica a sede da fabricante de relógios TAG Heuer e o seu museu (visitas sob marcação), onde estão expostas 300 peças de relojoaria raras da marca.