Fugas - Viagens

  • Miguel Manso
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Em Salem o difícil é não acreditar em bruxas

A despedida de Salem é no The Landing café-esplanada no cais do ferry de Salem: a vista é polvilhada por dezenas de barcos que estão ancorados na baía, percorre o casario à beira-água e “encalha” num cenário industrial abandonado. Não há bruxas à vista. Mas, sabêmo-lo bem, elas andam por aí.

Halloween: o mês assombrado de Salem

Outubro é “o” mês de Salem. Como poderia ser de outra forma num mês que termina com o Halloween, simplisticamente, a “noite das bruxas”, na “cidade das bruxas”? Se durante todo o ano Salem é uma espécie de parque temático de bruxaria, em Outubro é um enorme carnaval: um mês inteiro de Halloween, o que significa, além de todas as “atracções” comuns, 31 dias cheios de eventos especiais — para tudo terminar com um enorme fogo-de-artifício na baía, uma tradição recente, no dia 31 de Outubro.

São dois os festivais paralelos que se realizam em Salem, transformando-a na capital do Halloween nos EUA. O mais antigo é o Haunted Happenings (“acontecimentos assombrados”), acontece há 35 anos, celebrando o espírito do Halloween e também a chegada do Outono que veste a natureza destas paragens da Nova Inglaterra de laranjas, vermelhos, amarelos — é desenhado, sobretudo, para famílias, com as crianças a ocuparem um lugar de destaque. O outro é o Festival dos Mortos, organizada pelos praticantes das religiões neo-pagãs de Salem — um e outro convivem pacificamente, sendo os eventos apresentados no mesmo guia para o Halloween de Salem, onde se incluem iniciativas de vários museus, instituições e outras atracções que durante este mês colocam um pouco mais de kitsch nos seus programas.

É assim que a oferta mainstream em Salem inclui desde desfiles, peças de teatro (sobre a história da cidade, sobre os julgamentos de 1692 e seus intervenientes, por exemplo), feira de diversões, feira gastronómica, casas (e jantares) assombradas, ruas saturadas de monstros, fantasmas, esqueletos e, claro, bruxas, em clima de permanente nevoeiro (cortesia de máquinas), escola de magia, dias de jogos em família, laboratórios de história viva, karaoke, concertos, apresentações de sidra e chás de abóbora, leituras encenadas, regatas, mercados de lavradores, sessões de cinema de terror, histórias de fantasmas e bailes de máscaras. Mais alternativas são as propostas incluídas no Festival dos Mortos: feira mediúnica (leitura de tarot, de palma da mão, de bola de cristal e de vidas passadas, visões clarividentes) e exposição de bruxaria, sessões espíritas com diferentes médiuns, conversa com os mortos (uma espécie de workshop), jantar com os mortos (silencioso), invocação de espíritos no cemitério, ritual de transformação — morte e renascimento, sessão de necromancia, um chá vitoriano de recordação dos mortos e, para terminar, no dia 31, o mais sagrado dos rituais com praticantes vindos de todo o mundo, um círculo de magia.

GUIA PRÁTICO

Como ir

Salem está a 27 quilómetros de Boston, o que facilita visitas de um dia. Além do carro, está acessível por comboio (35 minutos), camioneta (cerca de uma hora) e ferry (cerca de uma hora, só entre meados de Maio e Outubro).

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