Fugas - Viagens

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Cuenca, a cidade com queda para o abismo

A noite cai subitamente, volto à ponte e por ali fico, até me fartar, olhando as casas suspensas que se enchem de luz, as suas varandas debruçando-se sobre o abismo engolido pelas trevas.

O pobre pode agora deliciar-se com o melhor que tem no prato. Lembro-me, uma vez mais, das palavras que lera um dia, da autoria de Camilo José Cela, o escritor galego que nasceu há 100 anos e a quem a cidade dedica um carinho especial. “O viajante descobriu Cuenca, e ao viajante não lhe cabe o coração no peito.”

As luzes continuam a cintilar, há muitas estrelas no céu, Cuenca parece agora mais evocativa do que nunca. Talvez porque Cuenca é uma eterna catarse. 

 

GUIA PRÁTICO

COMO IR

Cuenca não é servida por qualquer ligação aérea e os aeroportos mais próximos são os de Barajas, em Madrid (160 km), de Albacete, mais ou menos à mesma distância, ou Valência, a pouco menos de 200 quilómetros de distância. Desta última ou de Madrid há pelo menos quatro comboios por dia que ligam a Cuenca e que cumprem o trajecto em cerca de três horas mas também há serviços de autocarro (o terminal está situado na Calle Fermín Caballero) desde diferentes cidades espanholas, pelo que é conveniente, se optar por esta solução, consultar os sites de algumas empresas como a Auto-Res S. L. (www.avanzabus.com), Alsa (www.alsa-grupo.com) ou MonBus (www.monbus.es). Se preferir alugar carro, uma alternativa que lhe permitirá visitar outros lugares nas redondezas de Cuenca, siga a A-3/E-901 (desde Madrid) em direcção a Valência e, uma vez chegando à localidade de Tarancón, entre na A-40/Cu-11, em direcção a Cuenca; se voar para Valência ou partir da capital da província homónima e da Comunidade Valenciana, circule na mesma via (A-3/E-901), em direcção a Madrid, até encontrar a povoação de Minglanilla, onde encontrará indicações para desviar para a N-320, no sentido Almodovar del Pinar-Cuenca. 

 

QUANDO IR

Cuenca goza de um clima mediterrânico continental temperado, marcado por dias frios durante o Inverno (época em que ocorrem as maiores precipitações) e por temperaturas suaves nos meses de Verão. Na prática, e não obstante a oscilação térmica registada ao longo de todo o ano, com particular incidência na época estival, a cidade pode ser visitada em qualquer altura do ano.

 

ONDE COMER

Cuenca é uma cidade onde as tapas ocupam um lugar especial na vida dos seus habitantes e, por tabela, entre os muitos visitantes que recebe ao longo do ano. Um pouco por todo o lado, não terá dificuldade em encontrar espaços que oferecem um petisco como complemento a uma bebida mas os melhores estão localizados na parte antiga, especialmente nas esplanadas que decoram a Plaza Mayor e na rua íngreme que está para lá das ruínas do castelo, a caminho do parque onde mais facilmente pode estacionar o seu carro. Abundam as especialidades, como cordeiro assado ou de caldeirada, a perdiz, bem como o presunto e queijo manchegos, cujas fronteiras há muito ultrapassaram os limites da província. Pode sempre experimentar o Mesón Colgadas, na Calle Canónigos, 3, com uma panorâmica sobre o convento de São Paulo e a ponte de ferro, o Figón de Pedro, na Calle Cervantes, 13, com cozinha tradicional, ou o San Nicolás, na Calle San Pedro, 15, num edifício histórico da cidade, onde o bom gosto acompanha muitos dos seus pratos, muitos deles premiados ao longo dos anos. 

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