ONDE DORMIR
Para uma experiência inesquecível, a melhor opção passa pelo Parador de Turismo, abrigado no antigo convento de São Paulo, com o seu estilo gótico tardio. Erguido no século XVI, por ordem do cónego Juan del Pozo, na presunção de o oferecer aos dominicanos, serve de cenário, desde 1993, para o Parador Nacional de Turismo, com mais de seis dezenas de quartos que se dividem por três pisos e decoradas segundo um estilo castelhano clássico — algumas têm vista para o claustro e outras, mais apreciadas ainda, uma panorâmica soberba sobre a foz do rio Huécar, a ponte de São Paulo e as famosas casas que se debruçam sobre o abismo.
Ocupando uma das dependências de uma antiga mansão do século XVIII, na parte alta da cidade, na San Pedro, 58-60, o Leonor de Aquitania, nome da irmã de Ricardo Coração de Leão e mulher de Alfonso VIII, é uma alternativa a considerar, com algumas das habitações com vista para a Ronda del Huécar e um restaurante, o Horno de las Campanas, que vale a pena experimentar. Finalmente, se nenhum destes dois lhe agradar, tente a Posada de San José, na Calle de Julián Romero, 4, outra mansão, do século XVII, célebre por ter acolhido a filha do pintor Velásquez e a sua família e onde, numa das habitações, o artista sevilhano terá produzido, alegadamente, o esboço de Las Meninas. Os quartos, inspirados num estilo rústico, são confortáveis e a pousada tem uma história que remonta aos anos 50 do século passado, quando foi fundada por Fidel Garcia Berlanga, irmão do conhecido cineasta Luís Garcia Berlanga (1921-2010).
A VISITAR
Situado numa das casas suspensas, propriedade da edilidade, o Museo de Arte Abstracto Español justifica uma visita demorada ao longo da disposição labiríntica do seu interior. Gerido pela Fundação Juan March, o espaço foi inaugurado há precisamente 50 anos, com pinturas e esculturas do conceituado artista Fernando Zóbel e de outros representantes da denominada geração abstracta. Actualmente, acolhe uma exposição permanente de trabalhos assinados pelos melhores artistas desse movimento, dos anos 1950 e 60 mas também das décadas de 80 e 90, bem como uma das mais importantes bibliotecas especializadas em arte.
Não deixe de dedicar também algum tempo ao Museu Arqueológico, na Calle Obispo Valero, 12, ao Museu Diocesano, no Palacio Episcopal e, mais ainda — porque é o tempo que o comanda — ao Museu das Ciências de Castilla-La Mancha, na Plaza de la Merced, 1.
Fora da cidade, aproveite para errar por umas horas pela Cidade Encantada, a menos de 40 quilómetros de Cuenca, onde o rio Júcar, na sua caminhada entre Uña e Villalba de la Sierra, forma uma garganta profunda. A acção da água, do vento e do gelo moldou a paisagem com uma precisão difícil de perceber para um leigo mas ao ponto de criar rochedos que intrigam o visitante pelas suas formas insólitas.
INFORMAÇÕES
Os cidadãos portugueses apenas necessitam de um documento de identificação (que tanto pode ser o passaporte, como o Bilhete de Identidade ou o Cartão de Cidadão) para visitar o país.