Fugas - Viagens

  • Adriano Miranda
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  • Cais Criativo, Costa Nova
    Cais Criativo, Costa Nova Adriano Miranda
  • Teatro Vista Alegre
    Teatro Vista Alegre Adriano Miranda
  • Fábrica das Ideias, Gafanha da Nazaré
    Fábrica das Ideias, Gafanha da Nazaré Adriano Miranda
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Sigam a luz do farol para descobrir o que se passa em Ílhavo

Há histórias imensas e épicas, como a dos bacalhoeiros, e histórias pequenas, mas todas servem para falar deste espaço e da gente que o habita. Luís Ferreira conta uma dessas histórias mais pequenas: “Antigamente só havia electricidade em Ílhavo e estava a discutir-se onde seria colocada a seguir, se na Gafanha ou na Costa Nova, onde ficavam as casas de férias dos capitães, que viviam em Ílhavo. Escolheu-se a Costa Nova. A população da Gafanha uniu-se e fez uma hidroeléctrica comunitária. Isto mostra que há aqui um perfil de uma comunidade que construiu o seu próprio percurso e que é muito interessante.”

São todas estas identidades que o projecto quer trabalhar. Até onde a luz do farol iluminar, haverá sempre histórias a descobrir.

A Fugas esteve em Ílhavo a convite da Câmara Municipal

 

Os quatro espaços

Casa da Cultura, Ílhavo

Situado no centro de Ílhavo, é o maior dos quatro espaços agora unidos pelo projecto 23 Milhas e formalmente o que mais se aproxima da ideia de um centro cultural clássico (o auditório principal tem 507 lugares). Precisamente por isso, a ideia aqui é tentar retirar algum do peso que o próprio edifício possa conferir e encontrar espaços de contacto entre o público e os artistas que aqui apresentam os seus espectáculos. Isso passa, por exemplo, por conversas, em ambiente informal, no final do espectáculo, com o público sentado praticamente no palco, ou até numa sala de ensaios, para se conseguir uma aproximação diferente ao trabalho dos artistas.

Fábrica das Ideias, Gafanha da Nazaré

Quando visitamos o antigo centro cultural da Gafanha, agora chamado Fábrica das Ideias (e ainda com obras a terminar), encontramos dois artistas, Teresa Silva e Filipe Pereira, a ensaiar no palco principal (a sala tem 387 lugares) e um terceiro também a preparar o seu espectáculo, numa outra sala. Continuando a ter uma programação própria, a Fábrica oferece-se também como o espaço ideal para residências artísticas (Teresa e Filipe vieram através de uma parceria com o Temps d’Images) – tem, aliás, quartos, casas-de-banho e uma cozinha preparados para isso.

Os espectáculos que resultem das residências não têm que ser apresentados aqui, mas terá que haver interacção entre os artistas e a comunidade. A Fábrica tem, além disso, um novíssimo ponto de encontro informal – o Convés – que pode servir para pequenos espectáculos, lançamento de livros, conversas, stand-up comedy, acompanhado por produtos regionais.

Laboratório das Artes, Vista Alegre

A fábrica de porcelana da Vista Alegre foi o centro de uma comunidade – uma autêntica aldeia – formada pelos seus trabalhadores. Entre os vários edifícios necessários à vida desta comunidade destaca-se, pelo seu charme, a pequena sala de espectáculos do início do século XIX, que era (e continua a ser) usado pela companhia de teatro Ribalta, formada pelos funcionários da Vista Alegre. Integrada também no 23 Milhas, passou a chamar-se Laboratório e tem uma programação própria, com projectos mais intimistas, mas também mais conceptuais, eruditos, clássicos. Têm ainda uma série de pequenas salas-estúdios que podem ser usadas numa fase inicial dos processos criativos.

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