Fugas - Viagens

  • Paulo Pimenta
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Na Serra d’Arga, entre montes sagrados e profanos

Pedras quase como as que nos rodeiam e que “há 30, 35 anos eram pinhal”. “Ainda me lembro”, diz Ventura, “veio um incêndio e queimou tudo, nunca mais houve verde. Agora só rocha, pela erosão”. Ardeu a serra, ardeu o mato para os animais. Foi-se a gente. “É quase tudo velhos”, ouvimos outra vez, “foi tudo para Lisboa”. Ele também foi. “Cansei-me e voltei.” “Já não troco isto”, afirma, “qualidade de vida como aqui não há. Estamos a 20 km de Caminha, de Vila Nova de Cerveira, de Ponte de Lima. A 30 minutos de Viana do Castelo, a 60 de Vigo...”.

Ainda passamos pelo Cerquido e Ponte de Lima, ouvimos histórias de eremitas e anacoretas, eremidas e conventos (“a montanha santa”), amores proibidos e bruxas. E, antes de regressarmos, voltamos ao ponto de partida: Nossa Senhora do Minho. O final de dia está limpo e tranquilo, nas rochas descansamos com os olhos na paisagem. Não distinguimos o Sameiro (Braga), Santa Luzia é apenas o monte, e adivinhamos a direcção do Gerês. A vista está imperturbável. O mar brilha realmente ao fundo. Acreditamos que chega à Galiza.

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