Fugas - Viagens

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A bela desconhecida quer tornar-se na bela reconhecida

 

A visitar

A curta distância de Palência, não deixe de visitar a vila romana de Olmeda. Não se deixe impressionar pelo modernismo do edifício que, qual obra faraónica, se apresentará perante os seus olhos, na antecâmara de uma incursão pelas descobertas arqueológicas. Olhe para a estrutura numa perspectiva diferente, não a entenda como uma despersonalização, pelo contrário, enfrente-a com a personalidade que dela emana e procure compreender a história associada ao lugar — terá de recuar no tempo, até 5 de Julho de 1968, um dia cheio de sol, durante o qual, entre arados, terras de cultivo e horas de um trabalho árduo que, a cada dia, ameaçava eternizar-se, Javier Cortés Álvarez de la Miranda e um companheiro, Avelino Palacios, se encontraram para investigar a razão pela qual o seu arado permanecia encalhado, naquelas terras, tão próximas de Pedrosa de la Vega, por sua vez tão perto de Palência. Um e outro, estavam determinados a solucionar o problema mas a surpresa revelava-se em forma de muro de pedra: não era necessário escavar muito, apenas sessenta centímetros e, mais abaixo, aí estava, um dos primeiros mosaicos que abriram caminho para que Avelino Palacios se consagrasse, definitivamente, a uma existência direccionada para a vila – uma ambição que o destino se encarregou de cortar, sem sentimentalismos, quando este homem, com tantos projectos, faleceu, precisamente um mês antes da inauguração do centro de interpretação da Villa Romana, a qual abriga os mosaicos mais impressionantes do baixo império romano-hispánico.  

Não se esqueça, ao visitar Palência, de que a província abriga a maior concentração de monumentos românicos da Europa, entre eles complexos monásticos, igrejas, minúsculas eremitas que se integram na paisagem, tantos motivos arquitectónicos e decorativos, tantos que se torna difícil encontrar uma aldeia sem uma única mostra desse estilo artístico, como em Aguilar de Campoo, que preserva, com forte identidade, o encanto de séculos de antanho e acolhe, ao mesmo tempo, a igreja de Santa Cecília e o mosteiro de Santa Maria la Real, nos dias de hoje convertido no Instituto do Ensino Secundário e sede do Centro dos Estudos do Românico.

Outros lugares que merecem atenção são Carrión de los Condes e Frómista e, uma vez de regresso a Palência, não perca a oportunidade de dar um salto até à base onde se ergue o Cristo del Otero, uma escultura de grandes dimensões também conhecida como monumento ao Sagrado Coração de Jesus. Sendo um dos mais altos do mundo, levanta as suas mãos num gesto que nos faz pensar que pretende abençoar a cidade a seus pés. 

Informações

Os cidadãos portugueses apenas necessitam de um documento de identificação (passaporte, bilhete de identidade ou cartão de cidadão) para visitar Espanha.

A moeda é o euro.

A língua é o espanhol.

O posto de turismo de Palência, de grande utilidade caso pretenda partir à descoberta dos lugares mais próximos da cidade, tão intimamente ligados ao românico, está situado na Calle Mayor.

 

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