Fugas - Viagens

  • Nugroho Hadi Santos - Getty Images
  • Ulet Ifansasti- Getty Images
  • Afradi Hikmal - Getty Images
  • Getty Images
  • Getty Images
  • John S Lander- Getty Images

Continuação: página 2 de 5

Templos, vulcões e palácios: Java em 10 dias e três paragens

As mais conhecidas são as Wayang Kulit, as marionetas de sombra, geralmente construídas em pele (kulit) e é muito comum verem-se reproduções das principais personagens um pouco por todo o lado. Nós trouxemos uma miniatura de Abimanyu (é favor googlar, os textos hindus, que servem de base às histórias recriadas no teatro de sombras dão uma excelente desculpa para procrastinar).

Bom, nesta altura o dia já se adiantava e a breve caminhada em direcção ao porto, atravessando canais mal cheirosos e mercados manhosos, serviu para sentir o pântano sobre o qual a cidade está construída e que aos poucos ajuda-a a afundar-se.

Resumindo, num dia, neste caso num sábado (poderá fazer diferença no que diz respeito ao trânsito) é bem possível ficar com uma ideia muito simpática de Jacarta, circulando entre o centro, ali à volta da praça Merdeka, e a parte velha – Kota, sobretudo porque há um autocarro que tem um corredor exclusivo e que faz precisamente este trajecto. É só comprar o bilhete (um cartão carregável que também dá para entrar em alguns museus) em frente ao Museu Nacional.

2.ª paragem: Yogyakarta

A angústia do turista perante o que fazer em Yogyakarta (Jogjia para os amigos) é grande. Primeiro, porque vai sempre com os dias contados, depois porque a cidade dentro e fora do Kraton (já lá vamos) merece ser visitada com algum tempo e, além disso, nas redondezas existem dois dos templos mais emblemáticos do sudeste asiático: Brobudur e Prambanan. Isto para não falar no Merapi, o vulcão mais ativo da Indonésia e que muita gente gosta de escalar.

Portanto, tendo em conta que metade de um dos três dias reservados para a cidade do Sultão foi (bem) passado dentro do comboio que nos levou de Jacarta a Yogyakarta, sobrava pouco mais de um dia para conhecer a cidade, antes de explorar os templos. Sim, um dia dá para passear pela Malioboro, ver o mercado Beringharjo, comprar batiks (o melhor é escolher pelo preço, porque é impossível uma pessoa decidir-se por um ou dois, ou meia dúzia, entre os milhões de tecidos pintados à mão), comer na zona de Sosrowijayan e tomar decisões difíceis como: é melhor penalizar o ambiente e subir para um beckac a motor, ou usar um homem e sentar num a pedais. Enfim, questões com que os turistas não têm que se preocupar, portanto siga a motor.

No Kraton é que não, aqui, ou melhor nas redondezas do Kraton quisemos andar a pé. Não é todos os dias que se pode visitar o palácio de um sultão vivo. Ah, pois, a região de Yogyakarta é governada pelo sultão Hamengkubuwono X. Bom, na verdade mais do que o palácio, o que impressiona é tudo o que envolve esta pequena cidade dentro da cidade.

Apesar de não se verem propriamente muralhas, sabemos que estamos dentro de uma espécie de Valência asiática (só que muito maior e com muitos mais véus islâmicos) e uma das grandes atrações é o Tamansari (Palácio da Água), um complexo de piscinas e palácios onde noutros tempos o sultão desfrutava dos prazeres da vida, que não tinham que ver só com banhos.

O arquitecto do belíssimo complexo foi um português que, diz-se, teve de ser assassinado para que os compartimentos secretos não fossem conhecidos. Graças a esse pormenor vimo-nos num dos poucos sítios da Ásia onde somos portugueses como o arquitecto e não como Cristiano Ronaldo.

--%>