Fugas - Vinhos

  • Hélder Rodrigues e o sogro,
Modesto Castro, nas vinhas
em Celorico de Basto de onde
sai o Modestu’s
    Hélder Rodrigues e o sogro, Modesto Castro, nas vinhas em Celorico de Basto de onde sai o Modestu’s Fernando Veludo/Nfactos
  • Pedro Cortinhas
(Casal de Ventozela)
    Pedro Cortinhas (Casal de Ventozela) Fernando Veludo/Nfactos
  • os quatro produtores
do Vinho Verde Young
Projects
    os quatro produtores do Vinho Verde Young Projects Fernando Veludo/Nfactos
  • Diogo
Teixeira Coelho,
da Quinta da Raza
    Diogo Teixeira Coelho, da Quinta da Raza Fernando Veludo/Nfactos

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Há sangue novo a puxar pelos Vinhos Verdes

Há, portanto, sangue novo e uma nova atitude na região, que aposta na qualidade e diversidade dos vinhos, na valorização das castas e nos diferentes territórios. Para trás ficou, em definitivo, o estereótipo dos vinhos baratos, docinhos e gaseificados. Esse, definitivamente, já não é o vinho verde. Ou melhor, o vinho verde é passado e o que a realidade hoje mostra é uma Região dos Vinhos Verdes, com vinhos secos, frescos e leves, que evidenciam a variedade e qualidade das castas autóctones, a diversidade e riqueza de territórios.

“São vinhos espectaculares. E reparem que não disse bons ou agradáveis, disse espectaculares”, assim os classificou Robert Sherman, embaixador dos EUA em Portugal, quando este ano participou num evento da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV) para assinalar o início das vindimas. Palavras em evidente contexto de simpatia, mas que não deixam de expressar o entusiasmo com que os americanos olham hoje para qualidade e diversidade dos Vinhos Verdes que são distribuídos no seu território.

Projectos jovens

É essa, precisamente, a perspectiva que une os jovens produtores do VVYP. “O que nos junta é a vontade de mostrar que o vinho verde tem excelência, diferenciação, e que tem vinhos fabulosos que fazem a diferença”, sublinha Miguel Queimado, na posição de porta-voz do grupo. Com formação em agronomia, decidiu voltar as costas à sua Lisboa de sempre para rumar ao Alto Minho e relançar a velha propriedade da família dedicada à produção de Alvarinho. É aí que elabora o seu Vale dos Ares, uma pequena produção de 10 mil garrafas que vende a 9€ e exporta para Canadá e Alemanha.

Idêntico é o caso de Joana Santiago, que tem agora que dividir a advocacia, na região de Aveiro, com a produção do seu Alvarinho da Quinta de Santiago, em Monção, cujo negócio decidiu relançar em 2012. O sucesso dos vinhos reclama-lhe cada vez mais tempo e visitas a mercados como Canadá, Alemanha, Bélgica e Suíça, para onde exporta ao preço de 10€ a garrafa.

É da região de Baião que vem o Cazas Novas, um Avesso de perfil moderno que é quase todo exportado para o Reino Unido e EUA. Vasco Magalhães, da área das electrónicas e também ele com vivência urbana e na casa dos 30 anos, apostou na modernização da propriedade de família e o sucesso foi imediato. O vinho custa 7€ e produz cerca de 15 mil garrafas. Idêntica foi a opção de João Camizão, que dentro da estrutura familiar de vinha na região de Amarante decidiu autonomizar a produção do seu Sem Igual, um branco com as castas Arinto e Azal que é distribuído a 12€ a garrafa no mercado nacional.

Além das idades aproximadas, da vivência urbana e das propriedades de família, une-os a vontade de afirmação da região como produtora de vinhos de valor e diferenciados, os chamados vinhos de boutique. “Também uma filosofia de vinha bem trabalhada para garantir a menor intervenção possível na adega. Queremos vinhos naturais, não tecnológicos, que expressem a colheita e as características da vinha”, reforça Miguel Queimado.

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