Fugas - Fugas Com Astérix

© 2013 LES ÉDITIONS ALBERT RENÉ/GOSCINNY - UDERZO

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A poção mágica é o que cada um quiser

A poção que dá força a Astérix é um eterno segredo. Ainda assim, alguns restaurantes, convidados a criarem a sua "poção" a propósito do lançamento da colecção "Astérix à volta do mundo" (a partir de 25/10 com o Público), vão apresentar as suas sugestões "mágicas"

Como se sabe, o druida Panoramix não revela a fórmula da poção mágica que dá aos gauleses força sobre-humana e que os torna capazes de resistir aos romanos. A fórmula é secreta e passa apenas de druida para druida.

Mas há, em vários álbuns, algumas pistas. Em Astérix e os Godos, Astérix, Obélix e Panoramix estão na prisão e pedem a um dos guardas os ingredientes necessários para comer "uma última sopa gaulesa". Quando o guarda regressa, traz um pequeno caldeirão, madeira (sabemos que a poção tem que ser feita ao lume forte, porque costumamos vê-la borbulhar) e ainda o que parecem ser nabos e cenouras.

Um ingrediente essencial é o visco, uma planta com propriedades medicinais, usada para tratar problemas como a epilepsia e os distúrbios nervosos, a hipertensão e doenças cardíacas. Mas, atenção, o visco tem que ser colhido com uma pequena foice de ouro. Outros ingredientes são o lavagante, facultativo, mas que dá gosto, assim como os morangos, cenouras, sal (no livro dos godos, o druida lembra ao guarda da prisão que falta "uma pitada de sal"), um trevo de quatro folhas, um pouco de peixe "razoavelmente fresco" (o que, como se sabe, não é garantido na banca de Panoramix, o peixeiro da aldeia). E, por fim, óleo de rocha (há toda uma aventura, A Odisseia de Astérix, por causa da falta de óleo de rocha), que parece ser petróleo, mas que "pode ser substituído por beterraba, que é igualmente eficaz mas dá um gosto melhor".

Apesar de vários ingredientes servirem apenas para dar bom gosto à poção, é legítimo interrogarmo-nos sobre se esse objectivo será conseguido com tal misturada. Mas o facto é que nunca nenhuma personagem se queixou do sabor da poção - e, de qualquer forma, o efeito é garantido.

Astérix à volta do mundo

Para o lançamento da colecção Astérix à volta do mundo, o PÚBLICO propôs a alguns restaurantes com gastronomia dos países por onde Astérix e Obélix passaram que apresentassem a sua versão da poção mágica (não alcoólica) - e os resultados são muito variados.

O Biergarten do Vila Vita Parc, em Porches, no Algarve (Astérix e os Godos), propõe uma sopa revigorante: ervilhas, cebola, caldo de carne, manteiga, bacon, natas, pão de forma, salsichas de Viena, sal, pimenta branca em pó.

Já o restaurante italiano Come Prima (Astérix Gladiador) opta por um creme de tomate feito com aipo, cebola, tomate chucha, manjericão e azeite, acompanhado por cubos de pão com ervas aromáticas.

Quando viajamos até Londres (Astérix e os Bretões) temos a grata surpresa de não nos servirem cerveja morna, como acontece no livro, mas sim um dos cocktails de Dave Palethorpe do bar Cinco Lounge, em Lisboa. Trata-se do Big Tom, com puré de baga, goma de baunilha, e sumos de limão, lima e arando.

No Norte de África (Astérix Legionário), a poção será um chá vermelho com jasmim, amêndoas e menta fresca (Al Café, Lisboa). Os helvécios não colocam queijo suíço na sua fórmula, apenas sumo de maçã bio quente com gengibre e canela (Bistro Edelweiss, Lisboa).

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