Olhai senhores, esta Lisboa d'outras eras
"O tema do hotel é Lisboa", resumia com um sorriso Carlos Saraiva, o presidente do CS Hotels, Golfs & Resorts (sendo o CS, já se vê, as iniciais do seu nome) que, numa bela tarde estival, fazia as apresentações deste Vintage, novo e íntimo cinco estrelas de meia centena de quartos com que o grupo hoteleiro se estreia na capital. Mesmo antes de passearmos pelo hotel com o próprio CS como guia ou até de pormos à prova um dos quartos com um belo e reparador sono, já acreditamos plenamente na temática. O cenário ajuda: a apresentação do hotel, que começou a receber hóspedes em Junho e fica no coração da cidade junto à Avenida da Liberdade, decorre no topo do edifício num pequeno bar-terraço que potencia as vistas de Lisboa que corre até ao rio e sobe até ao Castelo. É ainda com estas imagens da Lisboa contemporânea na retina que, piso a piso, quarto a quarto, sala a sala, do terraço ao restaurante e spa, haveremos de descobrir uma Lisboa de outras eras: o vintage com que se baptiza o hotel mostra-se num subtil e discreto fulgor de detalhes, opções arquitectónicas ou de decoração, que reportam a um foco nos anos 20/30 alfacinhas, sendo o pormenor mais chamativo as fotografias de grande dimensão que ilustram cada piso; fotografias-parede, digamos, que nos dão a ver de outras formas e conteúdos a cidade e o seu povo, com o centro histórico como cenário, e onde é um prazer ir descobrindo pormenores, caras e trajes.
O edifício, de inícios do século XX, foi alvo de uma profunda remodelação, mantendo, naturalmente, toda a sua traça e numa luxuosa simplicidade, sem desvarios cromáticos ou decorativos. A fachada, que também respeita a discrição, incluindo na sinalética, quase lembra os típicos eléctricos, até porque é um edifício-proa, situado no topo do quarteirão e cruzando três ruas, com o seu amarelo pronto a torrar pelo sol, continuando a mostrar as cantarias e gradeamentos de ferro forjado trabalhado das varandas. Os espaços são globalmente amplos, porque o hotel, de quatro pisos superiores, pode ter uma dimensão reduzida mas ainda assim quer garantir amplitude, além de privacidade, até nos corredores, com um arejado pé-alto, ou mesmo nos espaçosos elevadores. Saliente-se que as portas, mesmo as dos quartos, são altíssimas, dir-se-ia para gigantes, dando quase a impressão de estarmos não a entrar num simples quarto mas numa abastada casa.
Numa adaptação orgânica ao edifício, os quartos vão diferindo nas suas composições, embora mantendo a coerência, que percorre os outros espaços, nas suas cores suaves contrastadas com o uso de móveis e peças pretas de linhas simples salientados com sublinhados de tachas metalizadas (este contraste é, aliás, uma constante pelo hotel). Fazendo justiça à opção pela largueza, saliente-se que as suites são verdadeiros apartamentos. O jornalista-cobaia ficou-se por um quarto normal mas o sono-teste, pode garantir-se, foi abençoado. O quarto, com uma espaçosa e macia cama, inclui detalhes simpáticos, caso do duche, um espaço à parte (uma caixa-duche) revestido por inteiro a mármore onde até nas torneiras ecoa a estética vintage, ou do suplementar jogo de almofadas (lá está: XL). À estética de época, junta-se, claro, a modernidade: à disposição um ecrã LCD de boas dimensões ou Internet sem fios, entre os habituais serviços de um cinco estrelas.
- Nome
- CS Vintage Lisboa Hotel
- Local
- Lisboa, Lisboa, Rua Rodrigo da Fonseca, 2
- Telefone
- 213005030
- Website
- http://www.cshotelsandresorts.com