Fugas - hotéis

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Cinco estrelas e seis socalcos sobre o Douro

Por João Pedro Barros ,

Há dois elementos omnipresentes no The Yeatman: a paisagem - através das janelas, vê-se o Douro e a zona histórica do Porto - e o vinho. Estas são as marcas distintivas de um projecto que pretende criar um novo patamar no enoturismo português.
Ao longo de quase dois anos, os portuenses puderam ver nascer, na parte superior do terreno das caves Croft, em Vila Nova de Gaia, uma intrigante estrutura em seis socalcos. A dimensão das obras - foram retirados 8500 camiões de terra - deixava perceber que se tratava de algo em grande e a conclusão dos trabalhos não desiludiu: o The Yeatman (o nome é uma homenagem à família do mesmo nome e, particularmente, a Dick Yeatman, líder da Taylor''s durante boa parte do século XX) começou a receber hóspedes em Agosto, dando a conhecer uma área de 26.000 m² e 82 quartos. As suas características denunciam a ambição de ser mais do que "mero" cinco estrelas.

Adrian Bridge, director geral do grupo The Fladgate Partnership, não se cansa de repetir o slogan do hotel, "definir um destino": o The Yeatman pretende elevar a fasquia, ser considerado um dos melhores do mundo na vertente lazer e justificar, por si só, uma visita ao Porto. "Queremos ser um oásis dentro da cidade. Este é um sítio para estar no jardim, contemplar as vistas de copo na mão e pensar que a vida é bela", sublinha.

O grupo The Fladgate Partnership - detentor das marcas Taylor''s, Fonseca e Croft, entre outras - já tinha tido uma experiência na hotelaria de luxo - o Vintage House, vendido em 2002 à Douro Azul - e decidiu dar outro destino aos 85.000 m² ocupados por armazéns na zona histórica de Gaia. "Com este espaço, podíamos ter feito um hotel com 200 quartos ou um centro de congressos. Mas fizemos a aposta contrária e cerca de metade da área está ocupado com jardins", explica Bridge. Todos os quartos têm, pelo menos, 36 m² e varanda com vista para o rio Douro. Há estacionamento privativo, um spa com 2200 m², 11 salas para reuniões e eventos, uma biblioteca, um bar, área para crianças e uma enorme adega. Por isso, é fácil perceber porque é preciso tanto espaço.

Conforto tranquilo

Autenticidade, individualidade e respeito pelo ambiente: de acordo com Adrian Bridge - o grande mentor do projecto, ao lado do arquitecto Victor Miranda, colaborador de longa data do grupo -, estas são as suas três características essenciais. Passámos um dia no hotel, em busca de evidências destas características, e percebemos que há, acima de tudo, uma quase obsessão com os detalhes. Comecemos pelo princípio. Entra-se no The Yeatman pelo piso cinco e pelas traseiras (bem perto da estação de General Torres) e logo somos inundados pela luz vinda da clarabóia, em vidro. A decoração neoclássica tenta fazer-nos crer que este é um hotel que já existe há muitos anos e, apesar do luxo ser evidente, ele não é opressor. As paredes estão pintadas em tons pastel, suaves, enquanto que alguns dos elementos de decoração rasgam uma possível monotonia através das suas cores vivas - sentimo-nos numa casa senhorial britânica, com influências portuguesas.

O confronto entre o novo e o velho está implícito em quase todo o projecto: por exemplo, no exterior, as partes mais altas do hotel tentam "misturar-se" com os armazéns das caves que o rodeiam. Há quem se confesse incomodado com esta indefinição, mas duvidamos que muitos clientes pensem nisso. Aqui, é difícil não nos sentirmos em casa.

Nome
The Yeatman
Local
Vila Nova de Gaia, Oliveira do Douro, Rua do Choupelo
Telefone
220133100
Website
http://www.the-yeatman-hotel.com
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