O que não é de admirar é que o típico cliente de hostel possa ficar impressionado com tal sala, ladeada por um painel de madeira que guarda vinhos e outras preciosidades e por um mural de azulejos Viúva Lamego. Além dos jantares (e almoços e brunches em breve), é também aqui que são servidos os pequenos-almoços aos hóspedes (e visitantes, por 4 euros). Mas, convenhamos, o preço médio de 17 a 20 euros por um jantar pode ser demasiado para um baixo orçamento. "É por isso que criámos alternativas", explica Duarte d' Eça Leal, com menus especiais para hóspedes (a partir de 12,5€) e até uma boa e económica ideia: podem jantar com o staff e pagar apenas 5 euros por um prato ("e nós comemos bem", garante).
Do tripliche à suite
O hostel estende-se por dois pisos do edifício em 13 dormitórios com mais de uma centena de camas - cada um pode ter entre quatro e doze. O grande achado destes quartos são os tripliche: desenhados pela arquitecta Catarina Cabral, que foi beber inspiração às tradicionais caixas de fruta de madeira, empoleiram três camas feitas em OSB, que têm anexas umas "escadas" (em caixotes que servem também de armários) feitas no mesmo material. O facto de a cama superior se elevar a 2,40m de altura tanto causa receio como atrai. Num dos quartos, três jovens catalãs mal chegam ao quarto não perdem tempo: escalam para a cama de cima e aproveitam para se fotografarem enquanto, entre risos, admiram as vistas. Cada um dos dormitórios (unissexo, mas há um só para raparigas) tem direito a um recanto lounge, com sofá ou cadeirões e mesinhas, "para não se sentir que é uma cama dentro de um hostel", diz Duarte. As casas de banho, claro, são partilhadas e há várias. Também não falta uma cozinha social.
Já no topo, está-se mais perto do céu - e em primeira classe, com direito a elevador com acesso exclusivo: em penthouse, contam-se quatro suítes duplas, dirigidas a outro escalão e com mobiliário vintage e predicados à medida, incluindo casa de banho e terraço privados para cada uma, e com direito a toda a Lisboa à vista e pequeno-almoço servido no quarto.
Para os hóspedes, há um leque ecléctico de propostas, incluindo passeios e tours, lições e provas de vinhos ou mesmo massagens orientais - tudo graças a parcerias com empresas e profissionais especializados nestas áreas.
The Família
A conjugação de diferentes nichos e serviços no Independente demorou algum tempo a planear e concretizar, sendo que o projecto, de hotelaria e restauração, começou a ser delineado em 2008, "com um estudo exaustivo do mercado e do que Lisboa tinha para oferecer", conta-nos Duarte. Com um investimento planeado de cerca de um milhão de euros, são elevadas as expectativas: "Queremos criar uma referência nesta cidade, a nível de gastronomia e alojamento, de lazer e turismo, na interacção das pessoas e na animação cultural". O Independente, aliás, é apenas passagem para o crescimento do portfólio da família: está em estudo a abertura no Porto e, por Lisboa, já está planeada uma guest house em Santos, aí apenas com 16 quartos e um pequeno restaurante com sky lounge no último andar - tudo para abrir daqui a mais de um ano; e há também mais projectos para a zona do Bairro Alto/Príncipe Real.
- Nome
- The Independente Hostel & Suites
- Local
- Lisboa, Encarnação, Rua de São Pedro de Alcântara, n.º 81
- Telefone
- 213461381
- Website
- http://www.theindependente.pt