O pequeno-almoço é um regalo para a vista e para o estômago. A variedade anda a par da qualidade: não faltam os croissants com sotaque francês, os pães de cereais diversos, os ovos em muitas declinações, os queijos, os enchidos, até o vinho espumante, mas também estão cá os sumos detox, os frutos secos e as sementes agora tão em voga para a primeira refeição do dia. Tenho liberdade total de escolha — não resisto a uma fatia de bolo —, mas tento manter as coisas a um nível nutricionalmente aceitável.
Para as 11h está marcado um encontro com Javier Suarez, o director do spa do Six Senses Douro Valley, que me vai fazer um “Wellness Screening”. Trata-se de uma triagem que usa “tecnologias avançadas que analisam biomarcadores fisiológicos como composição corporal, metabolismo, distribuição de oxigénio, batimento cardíaco e circulação, bem como parâmetros de stress”, pode ler-se no resultado desta avaliação, que recebi dias depois no meu email. Os resultados obtidos permitem personalizar os programas de bem-estar dos hóspedes do hotel, bem como ajudá-los a tomar “decisões mais informadas” sobre o seu estilo de vida.
Não vos maço com detalhes sobre o meu estado geral, partilho apenas os mais relevantes e menos embaraçosos. A tensão arterial está perfeitamente normal, a percentagem de água no corpo é aceitável, o índice de massa corporal também. O mesmo não se pode dizer em relação aos níveis de stress, que excedem as recomendações. Será por isso que Javier me convida depois para uma massagem de uma hora?
Fico entregue aos cuidados da terapeuta Cristiana, que já conheço de uma anterior visita. “Para si, escolhemos uma massagem deep tissue nas costas e de relaxamento no resto do corpo”, explica-me. Estendo-me na marquesa e desligo-me do mundo em breves momentos. Quando estava quase a entrar em órbita, ouvi o “plong” da taça tibetana e nem queria acreditar. Mas já se passou uma hora? Onde está o botão do snooze?
Fico sempre com esta sensação, de que as massagens acabam muito antes do tempo. Ainda assim, sinto-me mais leve, pelo que me inclino a acreditar que este programa vai no bom caminho.
Durante a tarde, Javier Suarez apresenta-nos detalhadamente o programa “Sleep with Six Senses”, disponível em seis unidades do grupo de todo o mundo, Douro incluído. Trata-se de um programa desenvolvido em conjunto com Michael Breus, um médico norte-americano “especialista em problemas de sono de fama mundial”. A conversa com Javier começa com dados curiosos: num hotel, há muitos hóspedes que passam “70% do tempo na cama”, seja a ler ou a ver televisão, práticas que não favorecem noites retemperadoras de sono. Mas há mais: Javier revela que “é melhor não dormir na escuridão total”, para que, à medida que o dia nasce, a luz natural nos vá acordando progressivamente; e que o mesmo princípio se aplica ao silêncio absoluto no quarto, igualmente desaconselhado.
Durante 24 meses, uma equipa de peritos do Six Senses andou a avaliar as ofertas do mercado mundial ao nível de colchões e roupa de cama. Depois deste trabalho aturado, decidiram-se por edredões orgânicos da marca Hanse, que “possibilitam uma respiração corporal natural”; por lençóis de algodão orgânico da Beaumont & Brown; e por colchões fabricados à mão pela Naturalmat, com materiais 100% naturais e obtidos de forma sustentável.
- Nome
- Six Senses Douro Valley
- Local
- Lamego, Samodães, Quinta Vale de Abraão - Samodães
- Telefone
- 254 660 600
- Website
- www.sixsenses.com/dourovalley