Há quem diga que no Fundão come-se “dia sim, dia não”. Percebe-se a teoria quando colocamos em prática ementas como a do restaurante O Mário, que nasceu há 35 anos na E.N.18, que liga o Fundão à Covilhã. Pelos cantos do mesmo prato — não somos esquisitos — podem acomodar-se o recheio da panela no forno (arroz de serpão com carnes brancas de porco e enchidos), o arroz de carqueja (com entrecosto de porco), a posta de salmão grelhado com pudim de cereja e o leitão do monte com passas de cerejas. E ainda conseguimos empurrar o requeijão com doce de cereja, as papas de carolo e um pedaço de tigelada beirã — sim, assumimos: não comemos a sopa de feijão para nos vingarmos nas sobremesas. Amanhã é dia de não comer.