Fugas - restaurantes e bares

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Bairro Alto, diz-me tu...

Por Luís J. Santos ,

(O Heidi Bar fechou portas em Janeiro)

E quando menos se esperava, eis a nova rainha do Bairro Alto, nem mais nem menos que a eternamente jovem Heidi, a menina que alegrou tantas infâncias (embora com tanta lágrima quanto sorrisos) com os Alpes suíços como cenário. Agora, Heidi recebe visitas numa sala de estar kitsch, um caos ordenado de referências ao seu universo, um novel templo pop, um paraíso para fãs do detalhe. Lembra-se? Era mais ou menos assim: "Lalala, yay, lala, ohohouuuh ahah, lalala, lala, uh uh"

 

Vamos à Heidi? Sim, essa mesmo, não é outra, é mesmo a pequena órfã que corria (e correrá para sempre) descalça pelas montanhas e vales dos Alpes suíços com as suas cabrinhas. Depois havia o simpático avozinho, o ladino Pedro, a frágil Clara... Agora que já estamos todos em sintonia, bem-vindos à casa lusa (e mui internacional) da Heidi em pleno Bairro Alto lisboeta. Porém, atenção: o bar, que não é espaço oficial de marca alguma mas antes uma homenagem ao mundo catita da pequena heroína, remete-nos às infâncias mas nada tem de infantil.

O cenário kitsch é à Heidi-Heidi (madeiras, florzinhas, relva artificial como se quer, bibelots ariscos...) mas o ambiente é liberal e aberto a todas as tribos e idades; as bebidas correm tão bem quanto a Heidi, algumas com trejeitos suíços; a música bate entre o pop e electro ou entra em variação ambiente em noites mais calmas.

Posto isto, vamos mas é sentar-nos nos fardos de palha, descansar as costas na relva artificial que protege a parede, sob um gigantesco quadro da mais famosa das montanhas suíças (o Matterhorn), debicar um Heidi Cocktail ("um mojito desconstruído") e, enquanto se abana os pezinhos ao som da electrobatida, passear os olhos pelos 1001 itens que alimentam o cenário - não tem dimensão para ser um Pavilhão Chinês da Heidi, será mais do tamanho da sala do avô da cachopa, mas a colecção de bonequinhos e objectos vários de todo o tipo garante um feliz e duradouro entretenimento visual.


"Avozinho, diz-me tu / Quais são os sons que oiço eu"


O bar abriu portas, ainda à experiência, nos finais do Verão, para se ir ambientando. Não só se ambientou depressa como, com a ajuda da melhor das propagandas, o boca-a-boca (auxiliada pela localização, claro), se tem vindo a tornar local de culto, reunindo uma vasta e ecléctica freguesia, onde se incluem gurus do BA ou até donos de outros bares e discos vizinhos, gente de todas as idades e comunidades.

Antes ainda de entrarmos, já Heidi se anuncia com um estandarte onde a Suíça se une ao galo de Barcelos. É entrar e sentir o ambiente caloroso e colorido deste chalé, amparado por música confortável, cercado de detalhes do mundo de Heidi (ou que lhe ficam mesmo a matar), madeira por todos os lados, luzes acolhedoras em candeeiros recriados, uma janela ao alto com bonitos cortinados avermelhados, uma mesa em tronco de árvore, uma lareira luminosa, uma parede onde se alinham estantes e caixinhas de luz repletas de bibelots, uma espécie de Heidioteca, cabeças e cabecinhas de alces (falsas, claro), vaquinhas e cabrinhas, postais charmosos, relógio de cuco e um sino que badala à séria, passarinhos de plástico que chilreiam com pronúncia chinesa para as vizinhas andorinhas-Bordallo...

Nome
Heidi Bar (Encerrado)
Local
Lisboa, Lisboa, Rua da Barroca, 129
Horarios
Segunda a Quinta das 18:00 às 02:00
Sexta e Sábado das 18:00 às 03:00
Domingo das 21:00 às 02:00
Website
http://www.heidibar.com
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