E há mais imagens para passear os olhos: por exemplo, da varanda do primeiro andar cai em cascata sobre um chafariz, ocupado por uma peculiar cabeça de manequim de turbante, uma trepadeira (onde até um pano indiano parecia estar entrelaçado). O resto é para ir perdendo o olhar, entre um grande pássaro metálico ou uma divindade indiana, entre desenhos e posters.
Naturalmente, as luzes alfacinhas casam muito bem com as cores aconchegantes que dominam tudo, do rosa velho aos laranjas, do azul ao verde água. E se de dia pode ser um recanto apetecível, que dizer ao pôr do sol e à noite, com os seus naturais jogos de luzes, sombras e iluminação de velas? Enquanto o tempo o permite, é saborear a esplanada (frio? É pedir uma mantinha, que as há). Mas, faça calor, faça frio, não deixe de passear e viver as salinhas interiores.
É que, em duplex, o bar interior é um achado, composto por três salas mais íntimas e uma mais colectiva. No piso inferior, mesas de latão indianas com grandes cadeiras de pé alto (sólidas à séria), paredes trespassadas a cores terra quentinhas, um puzzle de imagens da Índia de todos nós e de todos os turistas (do seu povo ao seu Taj Mahal), onde a palavrinha-slogan Incredible é omnipotente (também a há-de descobrir noutros recantos).
Uma das salas, desde logo, pode ser para muita gente um caso de paixão: só lá cabe uma mesa e umas quatro cadeiras altas, um quadro e um janelão-quase-parede que cria um belíssimo postal alfacinha. Algo nos diz que muita amizade e amor hão-de aqui florir... No piso superior, a sala é mais colectiva (com mesas e bancos mais rasteiros, almofadas, espelhos, biombo florido e ainda as suas devidas janelas-postal) e há também uma sala interior, perfeita para um grupo.
Entre lá fora e cá dentro, eis uma Índia lisboeta pronta a relaxar qualquer urbano mais stressado (e a maravilhar, claro está, muito turista). "O que queremos mesmo é que as pessoas se sintam confortáveis, bem atendidas", sublinha António Bastos, que até acrescenta que "não quer que o espaço seja perfeitinho", nada de Índias de plástico, antes um sítio "natural". Não seria decerto um bar que o professor Agostinho da Silva tinha em mente quando equacionava que era preciso Ir à Índia Sem Abandonar Portugal (título de um livro com conversas do filósofo com Gil de Carvalho e Hermínio Monteiro)... mas para nós, simples mortais, já é um bom começo e consolo.
Referências
In animação
O espaço quer valer por si e pelo seu ambiente mas vai também sendo animado, sem excessos, por concertos íntimos, de escolhas musicais coerentes com a paz local, entre a bossa nova, o jazz ou mesmo uma sessão DJ. Mas também se presta a cenas mais musculadas - ainda há dias teve uma sessão de ilusionismo e forças combinadas. Consulte a agenda de eventos actualizada no Facebook.
In ementas
Índia, Índia, mas nada de ementas de grandes tendências indianas. Ainda assim pode fazer o gosto ao paladar. Não sendo restaurante, apresenta uma carta ligeira e, entre os petiscos, encontram-se kathi rolls (uma espécie de crepe indiano enrolado) de salmão ou frango, curry de gambas ou de frango. A lista inclui outras propostas mais ocidentais, entre saladas várias, tostas e tartes ou petiscos mais lusos (tostinhas de queijo de cabra, ovos mexidos com farinheira, tarte de alheira). Há sempre sopa do dia. Já quanto a bebidas, a ementa inclui básicos e clássicos e propõe também cocktails - a carta das bebidas estava, quando por lá passámos, a ser renovada.
- Nome
- Lost In
- Local
- Lisboa, Lisboa, R. Dom Pedro V, 56D
- Telefone
- 213469351
- Horarios
- Segunda a Sábado das 12:00 às 00:00
- Website
- https://www.facebook.com/lostin.esplanada