Antes, vamos à genealogia do espaço. Se quisermos ser exactos, temos de referir o Banco Pinto de Magalhães, o ocupante original do espaço. Mas o que prende a nossa atenção é a história imediatamente antes desta história que começou a ser escrita há pouco mais de um mês. Porque imediatamente antes do Club Vila Porto houve o Villa Community, projecto ambicioso também por culpa da ambição espacial. O Villa, que nunca deixou de ser um work in progress, queria tornar-se numa espécie de comunidade artística, com muitas valências unidas pela noite (resta o cabeleireiro, Xpressions). E pelo "fogo-de-artifício" dos grandes eventos - as "12 horas no Coração da Baixa" aconteceram em 2009 e pareciam ter vindo para ficar. O que não ficou mesmo foi o Villa Community. Depois de um percurso atribulado (no mínimo, irregular) do ponto de vista de funcionamento, de apostas ganhas e apostas perdidas, o projecto foi disponibilizado a um grupo de pessoas, sem ligação anterior à noite, que o decidiu agarrar. O resultado é o Club Vila, o mesmo espaço, mas filosofia diferente.
"Queremos implementar registos diferentes", afirma Bruno Carvalho, o gerente. E, correndo o risco de redundância, atrevemo-nos a dizer que continua um work in progress - por exemplo, por enquanto abre só à sexta e ao sábado, está à espera do final de Maio para alargar o funcionamento à quinta-feira. A explicação é simples - a quinta-feira, diz Bruno Carvalho, é uma noite tradicionalmente de estudantes, e com as férias da Páscoa e a Queima das Fitas a intrometerem-se essa lógica fica baralhada. No fim de Maio tudo voltará à "normalidade", conclui. E o Club Vila entrará em velocidade de cruzeiro.
Não há qualquer ligação com o anterior Villa Community, explica-nos Bruno Carvalho. Em termos de pessoas e espírito, pode ser, em tudo o resto é o rosto precedente que se nos apresenta - com alguns lift up, em pinturas, sobretudo e, por exemplo, no palco que agora ocupa o topo do main room (que é como quem diz, a discoteca) onde se ergue a cabina de DJ e se esconde uma zona de acesso reservado (com o seu próprio bar). É a sala principal, a primeira que encontramos depois da entrada discreta (à noite anima-se com projecções de luzes para a rua) que abre para um lobby de alcatifa vermelha e sofá corrido. É o espaço menos característico porque tem dimensões "normais" - quando chegamos à discoteca já temos um pé direito a perder de vista apoiado em colunas delgadas pintadas de branco (tudo no Club Vila é sobredimensionado). O ar industrial continua ali, mas não tão óbvio como anteriormente - "houve preocupação de introduzir conforto" e isso traduz-se em alguns locais para sentar (poucos), numa gigantesca fotografia que cobre uma parede e traz para o interior os prédios da vizinha Avenida da Liberdade. O balcão é o mesmo, rectangular e enorme, candeeiros vermelhos espalhados e outros amarelos a seguir-lhe as formas. Aqui, dança-se: a música house comercial é a rainha das ondas sonoras a partir das primeiras horas da manhã, mas antecedida de warm ups mais rock e pop.
- Nome
- Club Vila Porto
- Local
- Porto, Porto, R. Dr. Magalhães Lemos, 105 (frente à entrada dos artistas do Rivoli Teatro Municipal)
- Telefone
- 918703017
- Horarios
- Quinta das 23:00 às 04:00
Sexta e Sábado das 23:00 às 05:00
- Preço
- 5€