Fugas - restaurantes e bares

Fernando Veludo/N Factos

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Onde a cidade quer bater mais forte

As portas abrem-se para o espaço mais icónico do edifício: no topo, uma clarabóia, até lá os andares que se abrem em varandas para este átrio, com bar no centro, de onde parte uma escadaria de madeira que faz uma meia pirueta que nos deixa à porta do lounge. Claro que não é pequeno, este bar, mas preenchido com módulos brancos (contra paredes castanhas) fica com alguns recantos que incitam a conversas. O balcão é redondo e luminoso; no resto, as luzes são diluídas e os focos vermelhos criam uma sensação de intimidade ampliada pelos pouffs, sofás e mesas baixas que se espalham por aqui. A cabina está destacada e daqui sai o pop, rock, funk, reggae, jazz, easy listening que faz a dieta do lounge.

Estas duas salas (sobra espaço aqui, à espera de ocupação) são o âmago do Club Vila Porto e pelo espírito poderiam constituir duas casas separadas. E até não seria difícil fazer-lhes entradas diferentes, reflecte Bruno Carvalho. Poder-se-ia pensar que servem públicos distintos (e é Bruno quem o diz), mas na verdade servem um "público alargado". Não podia ser de outra forma, aliás - e mais uma vez vem a questão de dimensão da casa (enquanto Villa Community chegaram a passar seis mil pessoas por aqui; na inauguração do Club Vila estiveram 1300 - "mil é uma casa confortável; 1500 é uma casa cheia; duas mil é uma casa insuportável), que "obriga a um esforço de coesão de gerações e géneros musicais". Por isso, por exemplo, já fizeram uma festa dos anos 80, para trazer o público das Galerias de Paris e arredores e outro mais velho, que realmente viveu essa década. Porque eclectismo é o que se quer, é para o que se trabalha (e a música é o melhor exemplo desse esforço) - por enquanto os resultados são melhores ao sábado ("a melhor noite, sobretudo com um público mais de acordo com as nossas expectativas, gente diferente") do que à sexta ("mais gente que procura um registo que não o house").

E com toda a ênfase na sobredimensão do espaço, esta não podia deixar de ser essencial para o que Bruno Carvalho considera ser o grande "trunfo" do Club Vila Porto - além da beleza (descarnada) do próprio espaço. É o tamanho que lhe permite a polivalência, é esta que o distingue: "É um sítio onde as pessoas podem começar e acabar a noite; ou só começar; ou só acabar". Será a noite total na Baixa do Porto? Essa pretensão existe: no lançamento do Club Vila, a frase-isco era "O coração da cidade vai bater mais forte"; agora passou a "O coração da cidade está a bater mais forte". O tira-teimas segue nos próximos fins-de-semana.

Da casa

"Somos reconhecidamente apropriados para muita gente, para eventos de grande dimensão", afirma Bruno Carvalho, mas não é por esse caminho que o Club Vila Porto quer embarcar. Ou melhor, não quer ficar dependente desse caminho. Na agenda preparam-se grandes festas - originais e outras que já são conhecidas do público" - mas a casa quer fazer-se pelos seus DJ. Miguel Psi (da rádio Nova Era) é o DJ do house, da electrónica e No DJ (Artur Bastos) o de tudo o resto (o nome é revelador: "Não sou um DJ, sou seleccionador de música", diz). Estes são os DJ da casa, que podem ter a companhia de convidados "de reconhecida notoriedade". E também poderão partilhar os palcos com bandas, porque a música ao vivo já aconteceu e a experiência é para repetir-se.

Nome
Club Vila Porto
Local
Porto, Porto, R. Dr. Magalhães Lemos, 105 (frente à entrada dos artistas do Rivoli Teatro Municipal)
Telefone
918703017
Horarios
Quinta das 23:00 às 04:00
Sexta e Sábado das 23:00 às 05:00
Preço
5€
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