Uma viagem de 15 dias a Marrocos foi quanto bastou para mudar o rumo profissional de Cristóvão Santos e Rita Faustino. No final do curso, e sem conseguirem arranjar trabalho, os dois amigos decidiram largar a engenharia e abrir um bar marroquino, depois de se terem apaixonado pela cultura do país. O primeiro foi aberto em Telheiras, há cinco anos. Seguiram-se mais dois, em Évora (entretanto encerrado) e na Parede. Recentemente inauguraram o terceiro bar na zona da Grande Lisboa, desta vez no Chiado.
Ainda não tínhamos chegado à porta deste novo espaço - aberto desde Setembro-, e o cheiro a incenso na rua já nos transportava para o universo magrebino. Na entrada, dois grandes candeeiros de chão em metal trabalhado e o camelo retratado num tapete de parede davam-nos definitivamente as boas-vindas a este retiro marroquino em pleno coração de Lisboa. De resto, toda a decoração recebe inspiração da cultura árabe: os candeeiros de vidro colorido que iluminam a zona do bar, as mesas baixas de ferro e tampo de mosaicos, os pequenos bancos de madeira pintada e outros corridos a almofadas junto às paredes, os tapetes, as pinturas geométricas, a meia-luz.
Contudo, há diferenças relativamente aos irmãos de Telheiras e da Parede. "Tentámos aqui deixar um pouco [de espaço] mais limpo, mais claro, para não ser tão pesado a nível étnico, uma vez que queríamos trabalhar um pouco também o final de tarde", explica Cristóvão Santos. As paredes ficaram por isso "mais brancas", com apenas "alguns elementos étnicos", como as pinturas feitas pelos próprios proprietários com técnicas aprendidas em Marrocos. O objectivo é que "a pessoa se sinta confortável, quer esteja sol lá fora e esteja calor, quer seja um dia assim mais chuvoso", mas também criar uma "graduação da luz" mais "agradável" da tarde para a noite.
Também para aliviar o ambiente, a selecção musical reúne sons árabes e ritmos vindos de todos os cantos do mundo. "Eles têm uma música às vezes muito específica, muito pesada etnicamente", que "pode ser um pouco cansativa", refere Cristóvão. Por isso, os CD trazidos de Marrocos são misturados com álbuns de músicas do mundo, não sendo de estranhar ouvir até ritmos argentinos. Ou espanhóis. A partir de meio de Novembro, e tal como já acontece nos restantes bares do grupo, de 15 em 15 dias passará a haver espectáculos de dança às sextas e sábados à noite. Danças maioritariamente orientais, mas também flamengas, por exemplo. Porque, tal como o nome do bar indica, é tuaregue, mas também Al-Andaluz: uma "mistura de culturas", a trazida do povo do Norte de África e a vivida na Península Ibérica.
No balcão, pintado em tinta de ardósia, escrevem-se a giz informações, sugestões ou promoções. No dia em que visitámos o bar eram aconselhadas tapas marroquinas "para partilhar" (pão pita torrado com húmus e pepino em molho árabe) e cocktail tuaregue (uma espécie de "mojito com um cheirinho mais marroquino, mais doce"). Mas os ex-líbris são os chás e os cachimbos de água. "Vamos a Marrocos de três em três meses para trazer sempre mais chás e mais sabores de narguilés", conta Cristóvão. No menu há ainda batidos (chocolate com menta e coco natural são os que têm mais saída, revela), sanduíches com ingredientes utilizados na gastronomia marroquina (exemplo: a sande de queijo de cabra, mel, amêndoas e frutos silvestres) e porque o chá é rei as "changrias" juntam-se às habituais sangrias.
- Nome
- Tuareg Al-Andaluz Chiado
- Local
- Lisboa, Mártires, Rua Ivens, 28
- Telefone
- 213430058
- Horarios
- Segunda-feira, Terça-feira, Quarta-feira e Feriados das 15:00 às 00:00
Quinta a Sábado das 17:00 às 02:00
- Website
- http://www.facebook.com/p/@/281510731950933
