Fugas - restaurantes e bares

  • Helena Colaço Salazar
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Esqueçam o esparguete à bolonhesa, esta é uma tasca italiana

Então, e a massa? "Esparguete vai com peixe, tomate, legumes pequenos, mas carne nunca. O pesto é sempre usado com massa curta. É preciso saber que as massas têm buraquinhos no meio ou riscas para poderem absorver melhor os molhos", continua a italiana. E ainda há o caso da carbonara. "Não leva natas. A palavra carbonara vem de carvão e significa que o bacon deve ser salteado até ficar preto como o carvão. Diz-se que este prato foi inventado pelos soldados no fim da guerra, quando já não tinham quase nada. O molho, que é feito com ovo, deve ser sempre amarelo, e não branco".

Esta é uma das razões que levaram Chiara a abrir a Osteria - servir alguns dos pratos dos quais a comunidade italiana a viver em Portugal sente saudades. A ideia é servi-los como petiscos, em doses mais pequenas, para que os clientes possam provar vários. Muitos italianos irão reconhecê-los, muitos portugueses irão descobri-los - é o que esperam as donas do novo restaurante. Há algumas apostas mais arriscadas, como um carpaccio de língua, que ainda não sabem se ficará na carta (é possível que seja substituído por um prato de língua estufada), mas não há invenções. Com duas excepções.

"A Chiara inventou um gelado de parmesão", conta Tânia. E vai haver também uma sangria de limoncello, inventada durante a Festa do Cinema Italiano. Quanto às bebidas, a Osteria servirá vinho italiano. Mas também há uma razão para isso. "Os vinhos têm a ver com as comidas", diz Tânia. "Se o vinho português acompanha bem a comida portuguesa, o italiano é feito para a comida italiana, onde os sabores são mais definidos. A gastronomia portuguesa é tão rica e intensa que o vinho acompanha-a, e se o servimos com pratos italianos acaba por se sobrepor".

Assim, se uma refeição com vários petiscos para dividir por um grupo pode custar uma média de 16 a 20 euros, com uma garrafa de vinho pode custar um pouco mais. A solução, dizem, será optar pelo vinho da casa, que é mais económico. As sobremesas são feitas por Michela Altieri, uma italiana do Sul (Chiara é do Norte), que está a trabalhar, concentradíssima, na cozinha, enquanto nós conversamos na sala, no início da tarde, depois de terminados os almoços.

O espaço ficou exactamente como Chiara tinha imaginado, depois de Tânia ter visto "centenas de fotografias de osterias" e de ter pesquisado tudo sobre o assunto, sempre com a preocupação de não cair em coisas demasiado óbvias. Os pratos de esmalte com flores foram particularmente difíceis de encontrar, e as chávenas de café vieram de Itália porque a louça é mais grossa do que a das portuguesas. Durante as obras, Chiara esteve fora uns dias. Quando voltou e viu o espaço - uma antiga casa de pasto portuguesa - praticamente pronto, voltou-se para Tânia e exclamou: "É uma osteria. Brava!"

Nome
Osteria
Local
Lisboa, Santos-o-Velho, Rua das Madres, 52-54
Telefone
213960584
Horarios
Domingo, Segunda-feira, Quarta-feira, Quinta-feira, Sexta-feira e Sábado das 12:00 às 23:00
Cozinha
Italiana
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