Fugas - restaurantes e bares

  • Fernando Veludo/Nfactos
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São as borbulhas, senhores

Por Andreia Marques Pereira ,

É bar, restaurante e lounge, tudo ao mesmo tempo. As "borbulhas" são quem mais ordena e estão em champanhes, espumantes e vinhos. Tudo a combinar com uma cozinha contemporânea e a fazer a originalidade do Bubbles Vanity Food & Bar, recém-chegado à Baixa do Porto.

É borbulhante de nome e de conceito - e até visualmente, e não apenas pelo candeeiro que preside a uma das salas: quatro "bolhas" com mil "borbulhas", que são os pendentes de um lustre partido descoberto num antiquário e que aqui encontrou a fórmula de parafrasear a lei de Lavoisier, nada se perde tudo se transforma. Excluímos a natureza por motivos óbvios, tão óbvios como as tais borbulhas que preenchem o espaço: com tantas garrafas expostas não haverá uma que não as inclua. Afinal, este Bubbles Vanity Food & Bar é uma espécie de altar às bebidas que borbulham; e o "vanity" não está de todo deslocado, não fosse o champanhe a bebida assinatura da casa. E sobretudo quando entre ele se encontra o Armand de Brignac, o melhor champanhe do mundo, segundo os especialistas. 

Não é bebida única, o champanhe. Vem acompanhado de um séquito borbulhante que inclui, claro, os espumantes e os frisantes. Em breve haverá cerveja, artesanal, sublinha João Vale, um dos sócios, e refrigerantes, em edições especiais sempre que possível. Afinal, o Bubbles tem na exclusividade dos seus produtos um dos pontos de honra. 

Uma exclusividade de produtos que parece combinar com a aparência exclusivista da casa - um dos casos em que as aparências enganam: este é um espaço que se quer para todos e os preços até o reflectem. Porém, é inegável o ambiente cosmopolita que esta antiga tipografia ostenta, desenhado a negro e dourados, ainda que estes muitas vezes sejam apenas a madeira das mesas e das estruturas das cadeiras. Dá uma certa sofisticação e é o elemento comum a todas as salas - são três, mais um terraço, que ocupa a saguão, sobre deck de madeira e paredes forradas a relva sintética e trepadeiras, qual jardim vertical. 

A sala dos fundos é o bar temático dedicado ao champanhe Armand de Brignac - as garrafas, impositivas, lá estão, alinhadas num canto do balcão, que está "posto", ou seja, preparado para as refeições - num canto, uma mesa baixa está rodeada das peças de mobiliário mais icónicas do Bubbles: bancos que são rolhas de champanhe.

Os mesmos bancos, mas mais altos, voltarão em breve à sala de entrada, onde se alinharão no balcão, por estes dias vazio do lado de cá; uma parede de garrafas do lado de lá. Aqui, neste fim de tarde as mesas estão preparadas para refeição, mas mal estas terminam o espaço pode abrir-se numa quase pista de dança: as mesas encartam-se e encaixam-se na parede à laia de pousa-copos; as bolas de discoteca estão lá no alto; e a cabina do DJ, que debita música para toda a casa, está no recanto sob a escadas. 

Nelas, nas escadas, está uma "Mona Lisa" com um flûte na mão a instigar a subida para a sala mais formal da casa (com mais pinturas de mestres a observar-nos sempre com o brinde preparado), mais restaurante típico com as suas mesas redondas e quadradas a abrir para uma fachada feita de portas-janelas debruçadas sobre um varandim. Há, contudo, também um bar e há a confirmação da polivalência total do espaço: cada sala é bar, restaurante, lounge - cabe a cada um escolher aquela em que se sente melhor.

Era para ser apenas um bar, este "negócio de família" dentro de "o" negócio da família Barros Vale - a comercialização de "bebidas fundamentalmente com borbulhas, no mercado nacional e internacional" (o BV Trading, fundado pelo avô de João e Paulo Vale, os dois irmãos agora responsáveis). "Algo pequenino" e, "sem dúvida nenhuma", no centro histórico, para "chegar directamente aos consumidores", algo que, como importadores, nunca tinham feito.

Porém, há coincidências determinantes e uma delas foi o facto de o restaurante que Hugo e Sara tinham ter fechado. "Eles têm uma perspectiva gastronómica parecida com a nossa", explica João Vale, "feita de experiências e baseada na qualidade dos ingredientes". Claro que tudo dependeria do local que encontrassem. Como o que encontraram foi uma antiga tipografia, houve espaço para fazer cozinha e apresentar um menu que reflecte a sua filosofia: cozinha contemporânea, com produtos de qualidade e preços competitivos.

Por isso, nesta terça-feira à noite não saímos do Bubbles sem degustarmos algumas das experiências gastronómicas propostas no menu - contínuo. O chef Hugo escolheu algumas das que têm mais saída; João Vale escolheu o acompanhamento líquido. A ideia das primeiras é a partilha; a da segunda, a experimentação, uma vez que quase todas as bebidas são servidas a copo.

A surpresa foi total e bem-vinda, um carrossel de paladares. O mil folhas de manga e mozzarella e crocante de Joselito tem a frescura de uma salada, a cavala fumada na hora (com pinho) aquece-nos os sentidos com o cheiro e sabor a Inverno, o rolinho de salmão marinado com ouriços do mar e caviar de salmão selvagem é o prato "mais ousado", avisa o chef e nós sentimo-lo na boca, numa explosão de mar, com o fondantde alheira de caça voltamos a territórios conhecidos. A acompanhar tivemos um Prosecco Diamond Doc, um Cattier Blanc des Blancs e, já depois do carpaccio de ananás, experimentamos o Bar Royal de limão e melão (bebidas aromatizadas, doces e com um teor alcoólico de três graus, o que as torna "um dos favoritos do público feminino", afirma Renato, o mixologista de serviço).

Fosse outra a noite e poderia ter sido prolongada aqui, assistindo ao subir de volume da música de marca da casa, o chill-out, até se transformar em deep house. Entre quinta-feira e sábado há DJ, nos outros dias há que contar com a ortodoxia musical do Bubbles para sabermos ao que vamos - excepção: de dia pode entrar um pouco de jazz neste bar, restaurante e, não esquecer, lounge. 


À mesa ou no balcão
Se as experiências gastronómicas são servidas em contínuo, já os "menus gastronómicos & Bubbles" são apenas servidos entre as 20h e as 23h30. Este menus existem em versão carne e peixe e podem ser acompanhados de uma garrafa de champanhe (58€) ou de prosecco (45€).

A família Cattier e os outros
Os champanhes do Bubbles têm a assinatura da família Cattier, a produzir champanhe há 250 anos. Há uma vasta gama de Cattier e o Armand de Brignac, também produzido pela família. Entre espumantes, prosecco, os aromatizados Bar Royal e o frisante Lambrusco, destaque para os cocktails de espumante e de champanhe, como o Bellini ou o Kir Royal. 

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Preços: espumante a copo entre 2€ e 4€; garrafa entre 10€ e 22€; cocktails de espumante a 5€; Lambrusco a 2€ (copo) e a 10€ (garrafa); champanhe a copo entre 6€ e 18€; garrafa entre 35€ e 450€. Experiências gastronómicas entre 4,5€ e 24€; tentações doces a 5€.

Nome
Bubbles Vanity Food & Bar
Local
Porto, Vitória, Rua Conde de Vizela, 149
Telefone
222086780
Website
www.bv-bubbles.com
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