O nome é indígena, e o conceito também traz qualquer coisa de tropical: Xapuri, que na língua tupi-guarani significa “lugar bom”, inspirou-se na comida de botequim brasileira para criar um menu de “tapas de cá e de lá”. Em pleno Chiado, são servidas tapas de fusão, com um toque gourmet: não o típico registo ibérico, mas petiscos elaborados, que combinam influência brasileira com ingredientes tipicamente portugueses - com lugar ainda para outras atracções, como o brunch servido a qualquer hora.
No espaço amplo e luminoso, de tectos altos abobadados, folheiam-se revistas francesas dos anos 60. Os detalhes, provas da criatividade e do investimento pessoal dos donos, estão por toda a parte: as mesas forradas com capas de revistas antigas; os candeeiros feitos de copos de plástico, ou improvisados, com livros a tapar as lâmpadas sobre a parede; ou o conjunto de portas velhas que forram uma das paredes, recolhidas de restos de obras pelos passeios nocturnos dos donos, “perdidos por Lisboa” à procura de mais portas decorativas, relata Cecília Lopes, proprietária do bistro.
As tapas vão dos 6 aos 12 euros e as doses comuns são duas tapas por pessoa. Nas mais baratas, contam-se por exemplo a de polenta gratinada com gorgonzola, brie e parmesão, e a de queijo de cabra gratinado, mel, nozes e crostini. No outro extremo do menu, incluem-se o lombo de vaca com molho de damasco (12€); as bochechas de porco estufado com camarão salteado (11€) e o camarão tigre, salteado com azeitonas verdes e cubos de cebola (10€).
Entre as iguarias mais pedidas contam-se o tártaro de salmão marinado com geleia de caipirinha e crostini (9,5€) e o bacalhau coberto com grão-de-bico (8€), muito pedido por turistas, dizem-nos. Os acompanhamentos (3€) atestam a mesma cultura do pormenor na elaboração: casos do puré de batatas com queijo parmesão ou do basmati com amêndoas.
A ideia é partilhar as tapas, dizem os donos, apesar de a tendência ser, para já, a do consumo individual de cada escolha. A produção caseira é uma das marcas da casa: molhos, vinagretes, tostas e até o pão são feitos aqui.
Os adeptos da febre do brunch também encontram bom poiso no Xapuri: não há dia de semana exclusivo nem horário próprio para o pedir. O preço (16€) inclui bebida, sopa, frios (carnes e queijos), ovos mexidos com cebolinho, tapa do dia, pão e sobremesa surpresa.
Às 13 tapas do menu - todas adaptadas de petiscos aprovados pela dona do bistro - devem ser acrescentadas mais algumas. Cecília Lopes, de origem brasileira e a viver em Portugal há cinco anos, garante que o processo criativo não terminou. O Xapuri é o seu primeiro projecto de restauração, aberto em conjunto com Lars Meschke, alemão que viria fazer Erasmus em Portugal há quinze anos - mas que Lisboa convenceu a ficar.
Apesar de recentemente aberto (desde Dezembro), os donos relatam um feedback positivo. Especialmente, quando os restaurantes mais clássicos do Bairro Alto/Chiado e arredores encerram. É que este Xapuri também pode ser um "lugar bom", até "muito bom", para quem precisa de recarregar energias durante ou após uma saída pelo centro da noite alfacinha.
- Nome
- Bistro Xapuri
- Local
- Lisboa, Encarnação, Rua dos Duques de Bragança, 5G
- Telefone
- 211993966
- Horarios
- Todos os dias das 12:00 às 02:00
- Website
- http://www.facebook.com/chiado.xapuri
- Preço
- 20€
- Cozinha
- Fusão
- Espaço para fumadores
- Não