Sair à noite em Lisboa e encontrar um sítio onde se possa estar nos copos a ouvir boa música, com espaço para volta e meia bater o pé, pode ser um desafio. Isto, claro, resumindo a boa música a apenas um estilo: o rock. É certo que existem sempre espaços como o Lounge, o Lux ou o Musicbox, mas a verdade é que o leque de escolhas para uma cidade como Lisboa é limitado. Ou temos os espaços de sempre com a música de sempre ou vamos a estes acima mencionados sem a certeza de que teremos guitarradas pela noite dentro, quando o que queremos são mesmo as guitarradas e não a electrónica da boa.
Já no Sabotage a certeza é a de que vamos ouvir e dançar rock, do melhor que se fez nas últimas décadas até ao que se faz nos dias de hoje. Não é, por isso, de estranhar que num momento estejamos a cantar Led Zeppelin ou Joy Division para a seguir estarmos a dançar ao som dos Black Keys ou dos !!! (Chk Chk Chk). Em algumas noites há ainda concertos de projectos que estão agora a aparecer na cena musical.
"Não queremos ser um espaço como os outros, apenas como alguns e é por isso que não é para agradar a toda a gente, é assumidamente alternativo", diz-nos Carlos Costa, que criou o Sabotage por sentir falta de um espaço assim em Lisboa. "No Porto, por exemplo, há um movimento alternativo que aqui não existe. Existem vários lugares onde podemos ver concertos e depois ficar a ouvir boa música. Lisboa, que é uma cidade tão bonita e com tantos turistas, também devia ter."
E não foi por acaso que Carlos decidiu abrir um clube com estas características. Para os mais aficionados da música, o nome Sabotage até nem será estranho. Qualquer lembrança com uma antiga editora e distribuidora independente está correcta. "A nossa missão sempre foi divulgar os novos projectos nacionais que achávamos pertinentes mas entretanto o negócio dos discos foi muito abaixo e fechámos a Sabotage", conta o responsável, que neste interregno de cerca de quatro anos cimentou a ideia de abrir um clube. "Pode já não existir a editora mas a missão continua e é por isso que temos sempre um a dois concertos e um DJ convidado por semana."
Esta noite, por exemplo, há concerto dos Supreme Soul, "uma banda a puxar para Nick Cave e Joy Division", entrando depois em acção o DJ Exploding Boy, dos Uni_Form. Nas outras noites, a escolha musical fica a cargo de David Polido, (aka, No, I"m Not a DJ), sendo sempre possível fazer um ou outro pedido. A própria disposição do espaço é propícia a esse contacto, ou não estivesse o DJ na pista, praticamente ao mesmo nível dos corpos dançantes. "Queremos criar essa ligação e até agora as pessoas estão a aderir muito bem, já estamos a conseguir fidelizar alguns clientes. Queremos que o ambiente seja especial, boa onda", diz Carlos Costa, que tem visto o Sabotage encher-se nas noites de concertos. "Nas outras é uma questão de tempo, as pessoas ainda estão a conhecer."
Para já a entrada é gratuita, pagando-se apenas quando acontecem concertos, mas a ideia é que esta venha a ser cobrada. "Só assim conseguimos fazer disto um clube diferente e alternativo, onde as pessoas se sentem bem", continua o responsável do Sabotage, que está aberto de quarta-feira a sábado, até às quatro da manhã. Horário que Carlos Costa espera que mude em breve. "Quando reconstruímos este espaço fizemos as obras necessárias que nos permitissem ficar abertos até às 6h", conta. É por isso que quando entramos no Sabotage temos um primeiro espaço amplo, onde já é possível ver a pista ao fundo, que só teremos acesso se descermos uns quantos degraus.
"Houve um investimento e um cuidado da nossa parte nesse sentido porque a verdade é que há muita coisa no Cais do Sodré a acontecer mas pouca coisa aberta depois das quatro". "A noite não pode morrer cedo" no Sabotage.
- Nome
- Sabotage Club
- Local
- Lisboa, São Paulo, Rua de São Paulo, 16
- Telefone
- 213470235
- Horarios
- Quarta-feira, Quinta-feira, Sexta-feira e Sábado das 23:00 às 04:00
- Website
- http://www.sabotage.pt
