Fugas - restaurantes e bares

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O brigadeiro é a nova pequena grande delícia do Príncipe Real

Por Ana Isabel Mendes ,

São doces, são salgados, são bem acompanhados. A Petit Delice apresenta-se como uma espécie de “mini-restaurante de sobremesas” e é a primeira brigaderia de Lisboa. E promete o verdadeiro brigadeiro brasileiro.

Entrámos na pequena loja iluminada a meia-luz, por entre paredes com flores desenhadas e de fundo salmão, ao som de uma música vinda dos anos de 1930 e sentindo um cheiro a rosas no ar. Para lá dos sofás esverdeados e mobiliário e outros toques vintage, está a atracção principal desta “pequena delícia”: os brigadeiros.

Aliás, a Petit Delice, recém-aberta no Príncipe Real, é até o primeiro espaço dedicado de alma e coração aos brigadeiros em Lisboa. A cargo do casal Isabela Barros e Adriano Braga, a brigaderia traz sabores brasileiros e promete doces e salgados confeccionados no momento.

“Queremos que as pessoas aguardem uns minutos para que possamos preparar o brigadeiro fresco e o comam na hora ou o levem para casa.” Quem o diz é Isabela Barros, assistente social que deixou Porto Alegre, capital do estado de Rio Grande do Sul no Brasil, para se entregar a uma paixão de sempre: fazer brigadeiros. “Pretendemos que as pessoas comam um produto fresco feito na hora, como se fosse um mini-restaurante de sobremesas, e que disfrutem um pouco do espaço, que é tranquilo”.

A ideia de vir para Portugal surgiu há um ano quando Isabela decidiu fazer um doutoramento. No entanto, a paixão pelos brigadeiros não foi esquecida e decidiu fazer uma pausa nos estudos para, juntamente com o marido, pôr as mãos na massa. O companheiro, com experiência de atendimento ao público, e Isabela, com experiência de cozinha, abriram então a Petit Delice.

“O que nos incentivou, para além da paixão que temos pelo doce, foi ver que estamos a oferecer um produto diferenciado ao cliente”, afirma a proprietária. O que mais se encontra nos quiosques e nos cafés são brigadeiros que não o são bem e que não têm nem um sabor nem uma textura como a que existe no Brasil”, garante. 

Dos doces lusos aos salgados brasileiros

Comecemos pelo apetitivo: o brigadeiro salgado. “Resultam de uma ideia desenvolvida por nós para agradar às pessoas que gostam de comer um salgado antes de partir para um doce. Tem uma base de massa tenra e o recheio é à base de queijo e de frutos secos”.

Pela ementa, encontram-se do brigadeiro de mozzarela e tomates secos ao de camembert e geleia de alperce, passando pelo de gorgonzola e cebola, pelo de hummus (a pasta de grão-de-bico condimentada, característica da cozinha do Médio Oriente) ou o de brie e nozes.

Depois de um salgadinho vai um doce? Entre os mais pedidos estão o Tradicional (de chocolate de leite) mas existem outras variedades, incluindo o 70% Cacau, o Beijinho, Prestígio (com coco), o Paçoca (uma mistura de brigadeiro e doce de amendoim, paçoquinha), o Amêndoas Laminadas, o Ameixa, o Café, a Caipirinha, o Ananás, o Caju, o Bolacha, o Ovomaltine, o Rum e Cacau, o Nutella e o Goiabada e Queijo.

Comem-se à dentada ou à colher - quando a massa vem dentro de um frasquinho de 40g (4 euros), de um tachinho de 100g (10 euros) - e à fatia de tarte (3 euros).

A acompanhar a escolha doce ou salgada do freguês, sugerem-se chá ou café, um Porto, um espumante ou champanhe. Ou então essa outra especialidade - que não podia faltar em casa brasileira: uma caipirinha.

“A nossa grande preocupação é usar sempre ingredientes que não contenham aditivos químicos e que sejam mais frescos”, explica Isabela, sublinhando que evitam utilizar confeitos muito açucarados e coloridos para que o doce não se altere e preserve as suas características. Ao mesmo tempo querem usar ingredientes que possam deixar o doce bonito e saboroso.

Entre experiências, já passaram de uma dezena de sabores iniciais para cerca do dobro. “Todas as semanas temos feito testes. A ideia da brigaderia não foi a de inaugurar um menu fechado”, garante a proprietária.

Casa pequena, planos grandes

O nome da loja/”mini-restaurante de sobremesas” parece aludir não só ao tamanho da pequena grande delícia que serve como também à real dimensão da casa. Pode receber em simultâneo uma dezena de pessoas no máximo, “para que possam estar bem acomodadas e sejam bem servidas”. Um grupo que queira reservar todo o espaço pode mesmo fazê-lo, seja para reuniões de negócios, convívios ou comemorações.

Apesar de estar localizada num sítio mais ou menos recatado, a acessibilidade facilitada ao jardim do Príncipe Real faz com que esta seja a porta de entrada de várias pessoas. “Aos poucos estamos a consolidar um público que gosta de doces, que gosta de experimentar coisas novas, como é a proposta dos brigadeiros salgados”, diz Isabela. A ideia é que as pessoas vão ao local, experimentem e passem a palavra aos amigos.

Para continuar a cativar e surpreender, prometem-se novidades. Com a aproximação do Verão, o horário poderá prolongar-se pela noite (até às 22h) e acabam de estrear a nova especialidade da casa, a caipirinha. Além disso, querem continuar a inovar e a trazer um novo fôlego ao mundo dos doces. Por aqui, haverá sempre mais um brigadeiro para descobrir.
 

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Preços: o brigadeiro tradicional custa 0,80€, os outros 1€, fatia de tarte a 3€, frasquinho de brigadeiro de 40g a 4€, tachinho de 100g  a 10€.

Nome
Brigaderia Petit Delice
Local
Lisboa, Mercês, Calçada da Estrela, 135
Telefone
213471428
Horarios
Terça a Domingo das 12:00 às 21:00
e Sábado das 14:00 às 20:00
Website
https://www.facebook.com/brigaderia.petitdelice
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