Fugas - restaurantes e bares

  • Fernando Veludo/NFactos
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Um bar de cocktails com inspiração industrial

Por Andreia Marques Pereira ,

Industrial chique? Sim. Afinal o "pai" do Fabrik até começou na engenharia. Agora, engenhou uma “fabrika de cocktails do Porto”.

Tem nome industrial e uma cara que vai bem com ele. Embora numa versão pouco proletária. Tiago Dias chama-lhe “industrial chic” e nós ficamos-lhe com a designação ensaiada. Fabrik tem nome alemão dito com pronúncia inglesa. A ideia foi ter um “nome internacional”, “fácil de pronunciar” — o resultado: cada um lê como quer. E se a inspiração (vagamente) “fabril” veio do próprio percurso de Tiago Dias, que começou por tirar o curso de engenharia civil antes de se deixar cativar irremediavelmente pelo mundo da restauração, a verdade é que casa bem num espaço que se autodefine como a “fabrika de cocktails do Porto”.

Os cocktails são, portanto, a prioridade declarada do Fabrik, “a imagem de marca” de um espaço que “combina o conceito de cocktail bar com o de um clube”. Ou seja, apesar do nome alemão para uma vocação industrial, esqueça-se qualquer ideia de clube berlinense. Aqui nada é cru, nada é duro, nada é improvisado — tudo é premeditado. “O objectivo era criar um espaço industrial mas confortável, com uma decoração sofisticada, ainda que adaptado ao nome”, explica Tiago Dias. Assim, estamos num espaço devidamente escuro — paredes cinza, chão negro —, com as tubagens de exaustão à mostra e preenchido de forma minimalista por mobiliário moderno: no espaço de entrada, com grande janela para a rua (onde está instalada uma pequena esplanada), um sofá negro corre a parede defronte do qual se instalam mesas complementadas com cadeiras brancas, vermelhas misturando-se com negras a compor algumas notas de cor; o balcão é claro, aglomerado de madeira (e tampo negro) e depois deste, já nas traseiras, um recanto tutelado pela cabina do DJ (linhas muito puras, como um corte na parede), com sofás baixos brancos, rentes às paredes. É quase uma pista de dança informal (com espaço para mirones) — e aqui entra o clube. Ao fim-de-semana há DJ: “A música é comercial, de forma a proporcionar momentos de animação e dança. Apostamos principalmente na diversão dos nossos clientes.” E dada a heterogeneidade do público da Baixa portuense, a ideia é ter uma música ecléctica, que não se limite “a um tipo muito específico”.

Tiago Dias sabia ao que vinha. Conhece a Baixa e a sua vida nocturna activa. “Depois de uma exaustiva pesquisa, surgiu o local ideal na zona de maior animação. Além disso, dá-me imenso prazer poder fazer parte desta nova dinâmica de reabilitação da zona histórica da cidade e poder ajudar a atrair pessoas para esta zona.” Portuense de gema, não lhe passou pela cabeça outro local quando, voltado de Inglaterra e depois de uma pós-graduação em Hotelaria e Turismo na Porto Business School, sentiu que podia concretizar o seu desejo de abrir um negócio na área da restauração. O mesmo sonho que, afinal, já o tinha levado a Londres, onde trabalhou na área, fez um curso de Wine & Spirits na London Wine and Spirits School e acabou como responsável pela adega e todo o serviço de vinhos num dos colleges da Universidade de Oxford. 

O Fabrik não tem pretensões de wine bar, mas o vinho a copo faz parte da oferta (assim como a sangria, a copo e jarro: tinta, branca com frutos silvestres e de espumante com morangos) e é precisamente vinho, tinto, o que bebe o único cliente na esplanada, ar parisiense (madeira e ferro em combinação leve) a contrastar com o “industrial sofisticado” do interior. No entanto, já sabemos, os cocktails são a prioridade e, entre estes, os mojitos e as caipirinhas tomam a dianteira. “Oferecemos uma grande variedade de sabores: morango, maracujá, manga, abacaxi, framboesa, amora. E combinações como o tropical ou frutos do bosque”, descreve Tiago Dias. Surpreendentemente, ou não, reflecte, “a caipirinha de vinho do Porto e maracujá tem tido excelente aceitação”.

Numa lista vasta de bebidas (que inclui cocktails não alcoólicos feitos de sumos naturais, sublinha), destacam-se ainda os gins. A estante de metal dentro do balcão exibe, em alinhamento perfeito, garrafas de Hendrick’s em abundância (juntamente com Famous Grouse, Stolinchaya…), mas a oferta de gins (e também de whisky e vodka) é mais vasta e surge em várias conjugações, desde o simples gin tónico aos mais elaborados gins de amora ou morango, uvas e louro, pimenta rosa e mesmo tomate cherry e manjericão. Há fittings para todos os gins e para todos os gostos. Na verdade, há combinações para todos os gostos, não importa em quê. “Sempre ao gosto do ‘freguês’”, resume Tiago Dias. Ou seja, um Fabrik à medida de cada um.

Nome
Fabrik Bar
Local
Porto, Sé, Rua da Galeria de Paris, 109
Telefone
0
Horarios
Terça-feira, Quarta-feira, Quinta-feira, Sexta-feira e Sábado das 18:00 às 02:00
Website
https://www.facebook.com/fabrikbar/
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