Natural de Manteigas, Marta Botelho sentia falta do ambiente acolhedor da serra da Estrela, dos petiscos, da informalidade e descontracção com que os serranos vivem. “Lá até deixam a chave na porta”, conta.
O gosto pela vida familiar, pela simplicidade e pelas artes do restauro levaram-na a deixar para trás uma carreira de hairstylist em produções de moda e a abraçar a oportunidade de combinar família e lazer num só espaço. Abriu no início de Setembro para pais conviverem, amigos reunirem-se e os filhos brincarem na sala que lhes é dedicada.
A sala de estar, que durante 50 anos foi uma mercearia de bairro com a casa dos donos na parte de trás, agora é uma viagem à serra da Estrela. “Levou umas obras, umas pinturas. A ideia era trazer a serra para cá e ser uma continuação da nossa casa.” Na sala da entrada, a parede é em pedra, toda picada e com um aspecto rústico. Quadros antigos pendurados, candelabro no tecto e sofás antigos com napperons fazem as honras da casa. Nos móveis — todos de Manteigas, dos meus pais, dos meus avós e dos meus sogros” — , as prateleiras estão cheias de loiça de família, algumas com memórias de infância. “Era tudo dos meus avós. Este bule aqui fui eu que parti quando era pequena, ainda tentei colar mas não resultou”, relembra Marta.
Ainda na primeira sala, a sala do “chá”, por detrás do pequeno balcão, há uma parede em ardósia preta que dá as boas-vindas a quem entra e dá a conhecer algumas especialidades da casa. Já na sala do fundo, da “oficina”, que a proprietária pretende utilizar também para pôr o seu hobby do restauro em prática, a ardósia vermelha, os bancos pequenos pintados com cores quentes e as mesas baixas, fazem as delícias das crianças. “Os pais ficam a beber um café descansados aqui na sala da frente e as crianças brincam ali. É um espaço dois- em-um”, diz.
Além das duas salas, pelo meio há ainda uma cozinha aberta, à vista de todos. “Não foi pensada para ser uma cozinha de restaurante. É pequenina, para aquecer algumas coisas. Tem uma tostadeira, uma máquina de café. Não era preciso tapar nem esconder nada. Às vezes incomoda as pessoas, por não estarem habituadas a ver, mas na minha terra é assim”, defende Marta. Da pequena cozinha, com uma janela grande e flores no parapeito, tem vista privilegiada para a rua e para os vizinhos que vão passando, curiosos. “Vão espreitando, têm curiosidade”, revela.
Na ementa, as únicas coisas fixas são as tábuas de queijos da serra e presunto, os enchidos, os vinhos a copo e os chás, feitos de misturas. Entre eles há o “momentos felizes”, feito de chá verde, rosa, pétalas de girassol, manga e ananás, e o “chá da oficina”, com chá preto, cravo, gengibre, casca de laranja, canela, anis e cardamomo. Já os bolos, à fatia, vão variando, os sumos naturais e as quiches também. “É tudo coisinhas caseiras. Faço todos os dias um bolo ou dois.”
Informações
Preços: tábuas de queijos e presunto a 11€; chouriço assado a 4€; bruschettas a 2€; saladas a partir de 3,50€. Sumos naturais a 2,20€; chá em bule a 2,50€; chá pequeno a 1,50€; café a 0,65€; vinho a copo a 1,50€; bolo à fatia a 0,70€. Menus: fatia de bolo e café a 1,50€; fatia de quiche e salada a 4€.
- Nome
- Oficina com Chá
- Local
- Lisboa, Santo Condestável, Rua Tenente Ferreira Durão, 9
- Telefone
- 963449661
- Horarios
- Segunda-feira, Terça-feira, Quarta-feira e Quinta-feira das 10:00 às 20:00
Sexta-feira e Sábado das 10:00 às 23:00
- Website
- https://www.facebook.com/oficinacha/
