Durante cerca de um mês O Pretinho do Japão fechou as portas para que lá dentro se mudasse o chão e o tecto e se transformasse a parte traseira da loja, até aí utilizada como armazém, numa nova zona de vendas, onde estão agora dispostas várias conservas, vinhos ou azeites. Para lá desta área, nos pátios exteriores que, por agora, permanecem fechados ao público, há-de nascer uma esplanada, lá para a Primavera, para que quem queira possa degustar os produtos da loja ou, simplesmente, relaxar num ambiente sossegado.
Nuno Rocha e um sócio são agora os responsáveis pelo espaço emblemático da Baixa do Porto, que abriu as portas – como se anuncia nas vidraças – em 1947. “Achávamos que era uma casa com enorme potencial e que estava muito votada ao abandono”, diz à Fugas num outro estabelecimento famoso da cidade e que pertence ao pai do empresário, a Favorita do Bolhão.
Nada que o preocupe, em termos de concorrência. “Quantos mais estabelecimentos deste género melhor. Assim potencia-se esta zona como ponto específico de atracção para este tipo de comércio. Além disso, não roubamos clientes uns aos outros, cada um tem o seu carisma, a sua personalidade”, defende Nuno Rocha.
A juntar a isto está o facto de o novo negócio da Summerseeds (a empresa de Nuno e do sócio) ter já características específicas muito detalhadas. “Vamos fazer n’O Pretinho do Japão o espelho do que temos aqui [na Favorita], apostando em outras valências. Pretende-se, além da mercearia fina, com uma forte aposta no bacalhau e no café, utilizar a parte traseira para workshops de culinária, gins… Tudo ligado aos produtos que comercializamos e que pode passar também por degustações pagas, para grupos turísticos”, explica Nuno Rocha.
De portas abertas desde 1 de Dezembro (apesar de a inauguração oficial ter sido apenas a 8), O Pretinho do Japão mantém muito daquilo que fez a sua história – desde a estátua de um menino negro, alusiva ao nome da loja, ao painel em que se vêem senhas de racionamento do pós-II Guerra Mundial, passando pelos recipientes antigos em que são guardados os produtos vendidos a garnel.
Além destes elementos históricos da loja, há outro aspecto que vai ajudar os antigos clientes da loja a sentir que estão a regressar a casa. O antigo proprietário ainda lá está, agora como funcionário. “Ele é uma pessoa muito valiosa, que estava na loja há 30 anos. As pessoas conhecem-no e estavam à espera de encontrar ali o Zé Manel”, diz Nuno Rocha.
Se ainda não conhece ou quer matar saudades de uma velha loja conhecida, basta passar pela Rua do Bonjardim, 496 A, entre as 9h e as 19h de segunda-feira a sábado.
- Nome
- O Pretinho do Japão
- Local
- Porto, Santo Ildefonso, Rua do Bonjardim, 496A
- Telefone
- 222007185
- Horarios
- Segunda-feira, Terça-feira, Quarta-feira, Quinta-feira, Sexta-feira e Sábado das 09:00 às 19:00
- Website
- http://www.opretinhodojapao.pt/