Fugas - restaurantes e bares

  • Nelson Garrido
  • Nelson Garrido

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Café-bar literário numa casa da cultura

E se fomos ao café-bar logo de início foi porque avançamos a casa partida, que é o balcão da livraria — feito de livros como é usual na Chiado Editora —, mal passamos a porta principal, depois do vestíbulo onde se destaca pintura de 1911. O balcão é, digamos, o hub da casa, porque ACASADABOAVISTA não deixa compartimento por ocupar.

Aqui no rés-do-chão, além do café, temos a sala da livraria, voltada à rua: estantes de pinho claro, para interferir pouco com a arquitectura, carregadas de livros, mas decoradas com objectos vintage, como máquinas de escrever, de slides, de filmar, por exemplo — e uma banheira antiga feita sofá; e logo ao lado a sala infantil, com livros, legos, bonecas, que é também uma espécie de sala de jogos retro, já que a televisão está ligada a um Atari, um Nintendo antigo — em exposição está um Spectrum, por exemplo: pais e filhos, miúdos e graúdos aqui se entretêm a jogar neste regresso aos anos 1980. Outra sala preenche ainda o rés-do-chão, onde se encontram peças de vários artistas, merchandising da Chiado Editora e da própria casa, legos, camisas de senhora de uma estilista portuense e até tapeçarias orientais — tudo para venda.

Subimos ao primeiro andar novamente seguidos por obras de arte para venda e com as palavras de Pessoa que resumem o processo de nascimento deste projecto (“Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”), para mais uma série de salas que se percorrem quase em circuito. A sala Pessoa é o antigo salão nobre e é o local de apresentações de livros (e de workshops infantis), abre para a sala de exposições temporárias, com um sofá que é um recanto já procurado para leituras, estudos e até reuniões, que abre para a sala “rosa”, por agora a das tapeçarias — no futuro será um “nails bar” e o canto da roupa vintage (o armário já lá está).

De regresso ao corredor para entrar na sala Florbela Espanca, um quadro da pintora está num canto, uma mesa no centro — esta é a sala de autógrafos — que abre para uma sala de apoio, com um pequeno bar “ondulado” e saída para um terraço com vista para o pátio-esplanada.

Aberta em Julho – o fim-de-semana de abertura culminou com o visionamento da final do Europeu de Futebol – ACASADABOAVISTA já viu por aqui passarem os Tindersticks, antes e depois do concerto que deram na Casa da Música. Eles limitaram-se a tomar cervejas e assistir ao concerto na esplanada, outros entram e querem conhecer os recantos à casa e, então, Luís e Sofia vêem-se no inesperado papel de guias turísticos. Quem quer, anda livre por aqui e encontra o seu recanto tranquilo (ou não).

A partir de agora há é uma maior sistematização de eventos. Assim, além da hora do conto todos os domingos às 12h, dos fins-de-semana literários (apresentações e lançamentos) e da música ao vivo ao sábado (hoje acústica, tributo aos músicos que morreram em 2016), a primeira sexta-feira do mês vai trazer jantares temáticos e a primeira quinta-feira tertúlias poéticas. Claro que a ordem pode ser subvertida e até pode voltar a acontecer uma noite como aquela que começou com jantar poético, passou por concertos rock na cave e terminou com DJ no café transformado em pista de dança. Basta estar atento, e ACASADABOAVISTA pode surpreender. 

Nome
ACASADABOAVISTA
Local
Porto, Aldoar, Av. da Boavista, 919
Telefone
966 828 916
Horarios
Terça-feira, Quarta-feira, Quinta-feira e Sexta-feira das 12:00 às 00:00
e Sábado das 11:00 às 00:00
e Domingo das 11:00 às 22:00
Website
www.facebook.com/acasadaboavista
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