Aqui sim, o bacalhau é mesmo seco, curado e salgado, demolhado a preceito e cozinhado como manda a tradição. Pode ser ainda saboreado nas versões “à lagareiro”, “à Zita” (a dona da cozinha), “dourado”, “à pescador” (com camarões), ou “à pedreiro” com arroz de feijão.
Também o polvo, além dos filetes, tem declinações “em arroz”, “no forno afogado em azeite”, “à lagareiro” ou em “arroz de forno”, neste último caso apenas servido em dose dupla (27,50€). Além do “peixe fresco” segundo a oferta do mercado, os filetes de pescada em três diferentes preparações completam a oferta.
São um hino aos melhores sabores os medalhões da carne cachena. Macia, suculenta, cheirosa e ainda por cima atraente na sua cor rosada e brilhante. Tratamento culinário impecável, com as carnes apenas seladas de forma a preservar fibras e gorduras. O arroz caldoso, com tomate e feijão, é outra bênção que chega à mesa no tachinho que onde o cozinhado se completa. Podia ser com o “nosso” carolino, que lhe daria outra riqueza e envolvência que não dá a “dureza” do agulha. A par da raridade, do sabor e textura únicos, o feijão tarrestre mostra também como a cozinha pura e básica é insuperável e um património de cuja riqueza nem sempre temos consciência.
À cachena juntam-se os bifes (11,95€) — “do vazio”, “à pimenta” e “à Farela” —, os “medalhões de vitela no espeto” (16,90€), os “lombinhos”(13,90€) — com queijo, batata a murro ou champignons — , as “costeletas de borrego” (13,95€) ou as “costelas de porco grelhadas” (10,95€). A lista completa-se com o “arroz de pato” (13,95€) e os tais assados em forno de lenha de cabrito e vitela que animam as mesas de domingo.
Das sobremesas, provou-se um bem interessante bolo de laranja e cenoura (3,50€), de meia-secura e pouca doçura, que deixa muito boa impressão da oferta de doçaria de concepção caseira.
No que respeita aos vinhos, a oferta é avantajada e denota conhecimento e actualização em relação ao que de novo o mercado vai oferecendo. A carta é rica, sem ser óbvia nem se submeter à ditadura da distribuição e a proporcionar, por isso, boas e interessantes opções sem preços malucos.
Em ambiente familiar, o serviço é cuidado, competente e de uma cordial proximidade que convida ao regresso.
Sem bazófias nem sombra de bagatelas, bem pelo contrário, O Farela é uma muito boa razão para nos levar até à Santa Luzia.
- Nome
- O Farela
- Local
- Penafiel, Penafiel, Rua de Santa Luzia (junto à capela)
- Telefone
- 0
- Horarios
- Domingo, Segunda-feira, Quarta-feira, Quinta-feira, Sexta-feira e Feriados
- Cozinha
- Regional