Fugas - restaurantes e bares

  • Paulo Pimenta
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O belo horizonte da Foz Nova

Menos conseguido o ovo de alheira, com o tradicional enchido, esfiado e panado, a envolver um ovo cozido a baixa temperatura. O crocante da fritura e a textura do ovo parecem não combinar com o aveludado do puré de maçã, cuja acidez esbarra também no calor da fritura. Também a exagerada dimensão (para enfartar) é de molde a desmontar qualquer propósito de elegância e equilíbrio.

O mesmo efeito de prato cheio a complicar a harmonia no “risoto de gambas com espargos” (14€). Boa execução culinária, texturas e sabores em afinação, mas uma cansativa sensação de empapamento pelo peso da quantidade. Nos risotos, as propostas alargam-se aos “cogumelos com espinafres” e “nero com lulas panadas”, enquanto nas “pastas” é proposto “linguini com amêijoas e gambas” e “spaghetti nero com gambas”, com preços entre 13 e 16 euros.

Nos “peixes”, parecia tentadora a proposta de “lombinhos de bacalhau assados com brás de grelos” (16€), mas nos tempos que correm manda a cautela que se perguntasse sobre o tipo de cura. Não tem! As “lulas e gambas salteados com tártaro de tomate e coentros” (16€), mostraram-se, então, como opção correcta para peixe fresco. Mais uma vez, sabores e texturas bem definidos e trato culinário correcto, mas num conjunto novamente prejudicado pelo empratamento.

Da mistura do sumo (fresco) do tomate com o molho (quente) do salteado resulta um caldo onde acabam a boiar todos os ingredientes, aos quais se junta ainda a batata a murro. Quantidade bem generosa e produtos bem trabalhados, mas claramente prejudicados pelo modo como é apresentado o conjunto.

A definitiva prova da capacidade da cozinha — se necessária fosse — chegou à mesa com o competente “bife Wellington com lombo de novilho e jus de estragão” (22€). Carne rosada, cheirosa, suculenta e primorosamente cozinhada. Espargos verdes grelhados como complemento vegetal, num prato equilibrado, bem apresentado e — mais uma vez — em quantidade bem generosa.

A par do “magret de pato com batata fondant” (17€), “entrecôtte grelhado com risoto de cogumelos porcini” (18€) e “peito de frango com polenta frita” (16€), as propostas de carnes incluem bifes da “alcatra” (16€), “vazia” (18€) e “lombo” (20€) com três diferentes molhos: de três mostardas, de cogumelos, ou de pimenta.

Das nove “tentações”, sucumbimos com generalizada satisfação ao “mil folhas de pistachios e framboesas” (7€) — sabor, equilíbrio, texturas e contrastes em saborosa harmonia —, enquanto o “éclair com gelado de amendoim e molho de chocolate” se destacou também pelo pecado da gula (quantidade), que lhe retirava harmonia.

Em ambiente contemporâneo, acolhedor e elegante, com cozinha capaz e de aroma italianizado, o BH Foz pede apenas alguma afinação. Sobretudo no modo de empratar/apresentar, já que a quantidade pode prejudicar o equilíbrio e combinações e nem sempre acrescenta satisfação. 

Com serviço cordial, esforçado e atencioso, destaque para a alargada e diversificada carta de vinhos, amiga da prova e degustação com múltiplas opções para o serviço a copo. Abrangente nas regiões, com algumas propostas alternativas e preços que, sem serem especulativos, estão aqui e ali um tanto picadinhos.

Nome
BH Foz
Local
Porto, Foz do Douro, Avenida do Brasil, 498
Telefone
910 993 040
Horarios
Domingo, Segunda-feira, Terça-feira, Quarta-feira, Quinta-feira, Sexta-feira, Sábado e Feriados
Website
www.bhfoz.pt
Espaço para fumadores
Sim
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