Fugas - restaurantes e bares

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O espírito do gelado chegou ao Porto

Por Andreia Marques Pereira ,

A Spirito já anda por Braga, Guimarães e Porto. Fomos à nova loja na Baixa portuense para provar um desfile de sabores e... de gelados:: em cada dia, há sempre 24 para pôr à prova.

Começou em Braga já com ambições maiores. Maiores até que as fronteiras de Portugal. O Porto é a primeira paragem (entretanto outra aconteceu em Guimarães) e paragem é apropriado para o espaço que está a dois passos da estação de São Bento.

Em edifício recuperado, a loja é moderna e algo minimalista, se exceptuarmos o recanto do balcão com a sua decoração quase “caseira”: brancos, castanhos e madeira enformam o local, onde o granito espreita por detrás de palavras recortadas na carapaça branca que o esconde — palavras que são tags num apelo descarado à partilha em redes sociais (de Spirito a amizade, amor, saudade, cabem uma série de conceitos).

Transitamos entre um rés-do-chão mais vocacionado para passagens rápidas e um primeiro andar (desdobrado em dois) que convida a ficar, seja no sofá fundo que é quase de chill out, seja na cabina de madeira que é como uma nave, seja nos bancos de namorados com vista — ou seja, claro, nas mesas e cadeiras que preenchem a maior parte do espaço.

Chegamos num final de tarde de sexta-feira, a primeira da vida do Spirito Baixa, e há uma multidão no balcão. No expositor, 12 sabores de gelados: bubble gum, chocolate negro Valrhona, cookies, morango, cheesecake, frutos vermelhos, maracujá, framboesa, manga, morango, baunilha francesa.

É um franchise, o primeiro da Spirito Cupacakes & Coffee, e se Nuno Freitas, um dos mentores da empresa, anda por aqui atarefado não será por muito mais tempo. Hugo Magalhães e Gilda Alves são os franchisados e cinco semanas de formação em Braga, mais o apoio inicial, vão deixá-los preparados para assumir o espaço, muito maior do que a casa-mãe, mas com evidentes traços de família.

Este Spirito Baixa é o resultado de uma paixão — a de Hugo, que se apaixonou por um produto. “Começou assim”, conta, “era cliente em Braga e até pensava que era um franchise, pelo aspecto”. Não foi à toa: “Este nunca foi um conceito só para Portugal. Começámos em Braga mas a ideia sempre foi crescer para outros países”, explica Nuno Freitas, um dos fundadores juntamente com a mulher, Nádia, e os dois cunhados, Ricardo e Dário. É desse lado da família que vem aliás o nome — Spirito é o nome dos avós italianos e, claro, o ADN destes gelados vem todo de Itália, onde Nuno esteve a aprender a “ciência dos gelados”, a “jóia da coroa” da Spirito.

Porém, na verdade foram os cupcakes de Nádia o rastilho da Spirito. Ela fazia-os em casa para amigos, os amigos diziam que devia vendê-los. O casal já tinha outras empresas, mas começou a pensar naquilo — não havia nenhum lugar como a casa deles e onde cupcakes, brownies e crumbles fossem a coisa mais natural do mundo (Nádia e os irmãos cresceram na África do Sul, onde realmente eram).

Se juntassem a isso outras paixões, como o café e os gelados italianos, tudo desenvolvido de forma artesanal, tinham um conceito único e raro, já que o público-alvo era comum: feminino e urbano. “Tudo fazia sentido: não havia e o próprio plano de negócios contrariava a sazonalidade [dos gelados].” Assim, em 2011, quando todos diziam que estavam loucos, em plena crise, nasceu a Spirito.

Durante estes anos, construíram a marca, desenvolveram produtos e prepararam a etapa seguinte do projecto: o franchising. “Queríamos gestão de rede de produto, não de recursos humanos.” Com tal em mente, o laboratório de produção cresceu, foram desenvolvidos manuais de operações.

O Spirito Baixa é o primeiro franchise (duas semanas depois abriu o de Guimarães) e Nuno já deixou os gelados para se dedicar à sua área, a da gestão. O cunhado Ricardo é agora o mestre gelateiro, trabalhando em Braga para fornecer todas as lojas, uma vez que a produção dos gelados está centralizada, não abrem mão das receitas. 

E são muitas: foram criados 165 sabores de gelado (alguns a pedido das próprias marcas), servidos em doses em que as calorias vão de 70 a 145. Estão sempre 12 em exposição e durante o dia vão variando: quando acaba um sabor vem um novo, embora alguns sejam mais ou menos omnipresentes, como o chocolate,a baunilha, a manga, o maracujá (ao ritmo desta loja, nota Nuno, são 24 os sabores diários).

No armazém da Spirito Baixa há sempre 400 cubas de gelado. Dos mais populares, como de Cerelac (“agora há em mais sítios, mas no início era só nosso”), Maltesers, M&M, aos de frutas variadas, passando pelos alcoólicos, como o Corona (a cerveja e lima) e caipirinha, sem esquecer os de sésamo (com chocolate) e os “sabores da cidade” — aqui, de vinho do Porto. Na altura do Natal, não são de surpreender sabores como bolo-rei e rabanadas. E quem quer leva para casa, em embalagens de um ou meio litro.

A pastelaria da Spirito, essa, é toda feita na loja, de manhã bem cedo, e à tarde Gilda está na cozinha, as batedeiras em afã constante à volta de chocolate, a produzir, cupcakes?, brownies?, para a noite. Entretanto, a Spirito Baixa já fechou. Voltará em duas horas para o horário nocturno, de cara lavada como se estivesse a estrear.

Nome
Spirito Cupcakes & Coffee
Local
Porto, Sé, Rua de Mouzinho da Silveira, 324
Telefone
0
Horarios
Terça a Sábado das 13:30 às 19:00
Quarta das 13:30 às 19:00 e das 21:00 às 00:00
Website
http://www.spiritocupcakes.com/
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