Fugas - restaurantes e bares

Paulo Pimenta

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Este Pop não é para o povo

Não é um clube privado, já vimos, nem é sociedade secreta (a placa está na porta e em breve voltará à Internet), mas (quase sempre) é necessário santo-e-senha para entrar. O nome, por exemplo, ajuda - What''s in a name?, perguntava-se Shakespeare. No Pop é pedigree: "É o filho deste e daquele". Quando não é o próprio pai, muitas vezes com filhos, sobrinhos, primos e amigos. "Temos visto que as pessoas se renovam, dentro da mesma família e grupo de amigos. Todos aqui circundantes". E o reconhecimento público também não prejudica. "Pessoas conhecidas na sociedade portuguesa premeiam este tipo de ambientes. Para venderem o que fazem, pela exclusividade. Por não ser das massas", explica Alberto Rezende. "Se forem ao Via Rápida, uma Cláudia Jacques ou um Miguel Vieira serão assediados por muita gente. No nosso ambiente, quase todos são educados e não é estranho pessoas desse meio virem cá". E sentirem-se confortáveis, e trazerem amigos (reconhecíveis, preferencialmente) para um "ambiente familiar, cuidado, sem grandes euforias" - "ou quando as há é entre eles" - onde "o que conta é a qualidade do serviço". "Um ambiente favorável às celebridades", resume Alberto Rezende.

O resultado? "Temos sempre alguns ilustres que vêm por vontade própria". E "uns são mais exclusivos do que outros". Como o próprio espaço o define. Uma das mudanças mais visíveis do novo layout do Pop são os "privados", que aumentaram. Estão na sala principal, aconchegados por debaixo da "varanda" - ou, para ser mais exclusivo ainda, aninhados ao lado e por detrás da cabina do DJ, desta feita com direito a "separador" de vidro - sofás brancos a desenharem semi-círculos. O cinzento domina a casa, o verde (fluorescente na iluminação ou mais apagado no papel de parede) marca a diferença ("o Pop é verde", brinca Alberto Rezende). A pista é aqui nesta sala - há um degrau que faz a separação, mas a partir de determinada hora, a pista é em (quase) todo o lado - onde há um dos bares (são três), balcão em "fole" branco sob candeeiros brancos que são "asteróides".

Antes, uma primeira sala, balcão e sofá que segue as "ondas" da parede; depois, o primeiro andar que se abre num mezanino que é uma varanda e uma sala que é um lounge. As mesmas linhas direitas nos mesmos sofás brancos preenchem a parede do mezanino, vista privilegiada para a passerelle em baixo, e servidos pelas mesmas mesas que são pontos verdes fluorescentes. No lounge, três grandes janelas para a rua que não vai até ao mar, mas ele está perto: a decoração muda de tom, mais castanhos e beges, os puffs são enormes e as mesas não têm luz. Aqui há wine bar (antes já havia vinho, mas agora pode tomar-se a copo) e cocktail bar (este uma inovação que já entrou nos hábitos de consumo da casa) - além do serviço de grill, retomado recentemente por insistência dos clientes.

Novo destaque no Pop é também a cabina de DJ, sublinha Alberto Rezende. Lá está ela, um pouco acima da pista - dois dias depois, Diego Miranda, "um dos melhores DJ nacionais", iria chamar-lhe casa por umas horas. "Vem não para chamar gente, mas dar música de qualidade aos clientes. Mais qualidade de som". É uma nova preocupação, a música, "mais cuidada". "Maçava um bocado as pessoas sempre a mesma música", afirma Alberto Rezende. Há um DJ residente e estes convidados especiais. Para pôr toda a gente dançar: "Desde o pop ao house comercial".

Nome
Bar Pop
Local
Porto, Bonfim, R. Padre Luís Cabral, 1090
Telefone
226150143
Horarios
Sexta e Sábado das 23:00 às 04:00
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