Fugas - viagens

  • Adriano Miranda
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De Aveiro a Lisboa, como se fôssemos para a Terra Nova

"Vocês sabiam que os antigos pescadores diziam que esta era a zona do homem morto? Quando as vagas entravam aqui, a meio-navio, varriam os homens que aqui estavam", alerta Luís Gouveia, um dos passageiros a bordo. A primeira reacção ao alerta deste amante da vela e do mar é a sensação de estarmos no lugar errado, mas rapidamente o aviso se transforma em tema de conversa. "Tinha um amigo na Terra Nova que nos mostrava slides com imagens impressionantes sobre as viagens desse tempo", acrescenta Luís Gouveia, fazendo recuar a imaginação àquela que terá sido a vivência neste mesmo navio nas suas primeiras décadas de vida.

Hoje tudo está bem mais facilitado, começando, desde logo, pelas manobras para as quais a guarnição do navio e os passageiros são encaminhados logo nos primeiros momentos da viagem: içar as velas. Uma a uma, começando da proa para a ré: giba, polaca, bujarrona, traquete, contra-traquete, grande e mezena. Com força de braços e a ajuda mecânica de um guincho, não foi preciso muito tempo para ver o SMM com as velas todas içadas.


O primeiro teste

Está na altura da primeira refeição a bordo, já em alto-mar - para muitos, este será o momento do verdadeiro teste ao organismo em matéria de enjoos. Ao almoço serão servidos uns deliciosos rojões, confeccionados em plena navegação por Donaciano Miranda, cozinheiro do navio, e Fernando Vilarinho, o seu ajudante. Ambos têm uma longa experiência de cozinha em viagens de navios de pesca e garantem que esta é das funções mais exigentes a bordo. "Aqui não se pode enjoar. É preciso preparar as refeições para as pessoas haja a ondulação que houver", relata Donaciano.

Na cozinha do navio, situada junto à proa, o dia começa cedo. "Às sete horas começamos a preparar o almoço para ser servido às 11 horas, uma vez que há pessoal que entra de quarto ao meio dia e tem de comer antes", conta o cozinheiro. Num navio, o horário de trabalho nunca pára, 24 sobre 24 horas. Oficiais e marinheiros têm de cumprir uma escala de serviço dividida em turnos de quatro horas, chamados de "quartos". E esta é outra das experiências que os passageiros são convidados a viver: integrar as tarefas de bordo que têm de ser cumpridas ininterruptamente ao longo de todo o dia, quer seja na ponte ou no leme.

"Foi interessante poder fazer leme. Verifiquei que o navio não é assim tão fácil de manobrar e manter o rumo", relata Patrícia Almeida Ferreira, outra das passageiras. Amante da aventura - conta que já andou por África e pela Ásia sozinha a viajar -, Patrícia assegura que tentou aproveitar ao máximo a experiência desta viagem. "Também aproveitei para estar na ponte e conhecer os instrumentos de navegação", destaca.


Sono embalado pelas ondas

Outro dos grandes testes aos passageiros está reservado para o período da noite, durante as horas de sono. O balanço do mar acaba por tornar difícil o descanso profundo. Não obstante os edredões aconchegantes estendidos ao longo de cada beliche fazerem adivinhar uma noite reparadora, nem sempre é fácil encontrar uma posição que permita que o corpo fique firme e hirto. Dizem os mais experientes nestas aventuras de navegação que, à segunda noite, a tarefa fica mais fácil. Mas esta viagem contempla apenas a experiência de uma única noite.

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