Fugas - restaurantes e bares

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O mundo de Antónia e Hugo tem cheiro a cacau

Por Sandra Silva Costa

A DuMonde Chocolat abriu na Baixa do Porto e proporciona uma autêntica volta ao globo em tabletes de chocolate. Para o Dia dos Namorados, há corações com assinatura.

Foi uma coincidência feliz. Falamos ao telefone com Hugo Resende no exacto dia em que a DuMonde, uma das mais recentes lojas de chocolate no Porto, cumpria dois meses de portas abertas. E, mesmo que não quiséssemos, tivemos logo que falar de balanços. Hugo não podia estar mais contente. “Está a correr muito melhor do que tínhamos previsto”, comenta, sublinhando que a cidade parece estar a render-se “aos chocolates de alta qualidade”.

Duas semanas antes, tínhamos entrado na loja da Rua de Santa Teresa. Foi Antónia Germanova, a outra sócia da DuMonde, que nos recebeu e nos guiou pelo aromático mundo do cacau. Concentrados num espaço de 25 metros quadrados, estão cheiros e sabores de todo o planeta – a DuMonde é uma espécie de guarda-jóias de grãos de cacau que deram a volta ao globo e têm histórias para contar.

Antes, porém, vamos à história da própria DuMonde, que se estreou no Porto a 4 de Dezembro, mesmo a tempo das compras de Natal. Antónia e Hugo, ambos com 24 anos, são um casal “que adora viajar e gosta de criar”, explica ele. Ela, nutricionista, vinha de “um estágio na chocolataria Equador”, também no Porto; ele trabalhava na área de marketing e vendas na Fruut, empresa de frutas desidratadas. “A dada altura, pensámos que tínhamos de emigrar, porque não havia o que fazer cá”, recorda Antónia. Vai daí, foi um passo até decidirem criar o seu próprio negócio. “Achámos que fazia falta à dinâmica de uma cidade como o Porto uma loja que vendesse chocolates de alta qualidade”, completa Hugo Resende.

Decidiram que queriam ser “autênticos” e para o conseguirem tiveram “que ir às origens do cacau”. “Setenta por cento dos nossos parceiros, ou têm plantações de cacau ou então vão eles às plantações e escolhem os melhores grãos. Em cada tablete que vendemos, tanto o cacau como todos os processos produtivos têm valor ao nível da experiência final”, assegura Hugo, acrescentando que o objectivo da DuMonde não é “ter 30 marcas que saibam todas ao mesmo”. “O nosso é um chocolate fino, de autor, verdadeiramente artesanal, que proporciona experiências exclusivas. Temos até algumas edições limitadas, o que quer dizer que pode comprar hoje um chocolate que não voltaremos a ter.” É o caso, prossegue, de alguns chocolates que provêm “do cacau de São Tomé ou de Chuao, na Venezuela”.

Com tantos elogios ao produto, não resistimos à pergunta: será esta a melhor loja de chocolate de Portugal? Hugo ri-se e responde assim: “Nós não o comunicamos dessa forma, mas as pessoas, os clientes, falam por si. Nós vamos realmente à essência do chocolate e do cacau e temos na nossa loja as melhores marcas, algumas delas premiadas.”

Exemplos? Voltamos à DuMonde, guiados por Antónia Germanova. Há Maxim’s de Paris, Cioccolato La Molina, de Itália; Amma, do Brasil; ou então a edição limitada Hello Cocoa, que cruza o cacau do Uganda com sementes de abóbora e cerejas desidratadas. Também há Jordi’s, uma marca da República Checa, que apresenta, entre outros sabores possíveis, uma tablete onde o cacau se encontra com o chá matcha que, conta a lenda, era bebido pelos samurais antes das batalhas, e a australiana Cicada. A volta ao mundo em quadradinhos de chocolate tem ainda paragens em destinos tão distintos como Alemanha, Suécia, Escócia, Lituânia ou Estados Unidos. E se a curiosidade o levar a pegar numa das tabletes expostas na loja, saiba que contará sempre com uma explicação da sua proveniência, percentagem de cacau incluído e a forma como foi confeccionado. Os preços, claro, variam muito, mas Antónia Germanova adianta que “por 6, 7€, consegue-se experimentar uma boa tablete”. Tudo num total de 29 marcas, que Hugo e Antónia contam aumentar até à Páscoa.

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