A dada altura começa o carro a deixar-nos ver o rio, o Douro, e a sentir-se os vinhedos.
Entramos na Régua - Peso da Régua -, que finalmente deixou de estar em obras. Parece melhor, esperemos que não se tenha endividado em demasia. Num extremo oposto, passando a estação da CP, vê-se o que souberam recuperar bem: uma ponte pedonal, pensada tem décadas para ser a ligação para a outra margem e fazer chegar o comboio a Lamego, o que nunca aconteceu, tornou-se finalmente útil.
O rio próximo a cada momento; o Museu do Douro, a D. Antónia sempre presente.
Depois, fez-se da Régua ao Pinhão, junto ao rio, parando na barragem, aproveitando para ver a eclusa a ganhar nível de água para ser usada, ultrapassada, seja por barcos a subir ou a descer o Douro. Interessante, calmo: a água, os barcos, as pessoas.
Continua-se lentamente à beira-rio, até ao Pinhão. Conseguimos absorver a calma que a água do Douro nos traz numa zona onde começa a não ter margens "tratadas" pelos humanos. Estragadas? Talvez. Mas ainda naturais.
Prossegue-se a sentir as vinhas, o Douro, e eis-nos chegados ao Pinhão. Aproveitamos para passear junto ao rio, a pé. Fim de tarde, calma, com "ainda" muito sol. Umas duas pessoas a pescar - não será pelo pescado, mas talvez pela calma.
Regressar ao fim do dia, retomando a estrada junto ao rio. Sem termos que falar, bastando olharmo-nos, mesmo nos sessentas. Não pensamos muito, deixamo-nos enlevar na paisagem, na calma do rio. O Douro, o Vinho do Porto, as vinhas, a natureza - não pensamos em política, em políticos, em défice, na troika, em nada. Olhamos o tempo, a natureza. Com calma.
No regresso, (re)passamos a Régua. Oito da noite, final de Agosto de 2012. De repente não anda ninguém nas ruas. Que sossego! Que silêncio agradável. O rio, os barcos! Esta imagem, esta "marca", deveria vender-se bem melhor: cá dentro, lá fora.