Belém, 34 graus, e mais de 90% de humidade à nossa chegada. A sensação súbita é de que é quase impossível respirar. Depois de um descanso reparador, bastou sairmos do hotel para admirarmos, logo em frente, o edifício mais emblemático da cidade, o Teatro da Paz, construção de 1887, a época áurea da borracha.
Depois da visita obrigatória a esta obra admirável, estamos na Praça da República, que por ser domingo tinha a feira de artesanato da Amazónia, altura para comprar algumas peças de artesanato. Ao descer a avenida Presidente Vargas, chegamos ao Mercado A Ver o Peso e penso que este é o mercado de todos os mercados, tal é a profusão de bancas a vender frutos, vegetais, peixes de todos os cantos do Pará, bares onde é obrigatório comer o pirarucu frito com açaí (eu prefiro a dourada, mas são gostos). Depois continuamos a nossa visita até à área de vendedores de ervas, chás e todas as mezinhas imaginárias para todas as doenças do corpo e da alma, com a mente cheia de odores e sons inebriantes.
Outro bom local para sentir a vida da cidade fica na Estação da Docas, um espaço que recupera o antigo porto e conta com dezenas de bares e restaurantes. Aqui chegados, é hora de provar o tacacá, caldo típico desta zona, acompanhado com uma cerveja artesanal, produzida no local. Se quiser ousar, prove a de açaí.
A viagem incluirá muitas maravilhas mas uma das que nos fica realmente na memória é a passagem pelo Mangal das Garças, parque natural dentro da cidade, onde as garças são rainhas e voam livremente, acompanhadas de mais umas dezenas de aves. Pode visitar-se o borboletário, subir ao miradouro que tem uma vista soberba sobre a cidade e a baía do Guajará – aqui pode almoçar no melhor restaurante da viagem, o Manjar das Garças, comida soberba e preço a condizer.
De seguida, uma visita à Feliz Lusitânia, área que recorda a chegada dos portugueses em 12 de Janeiro de 1616. Encontramos o Forte do Presépio, a Casa das Onze Janelas, que alberga o Museu de Arte Contemporânea, e ainda a Sé Catedral.
Ainda a não perder, a ilha de Marajó. Compramos passagem para o barco e madrugamos, que ele barco sai bem cedo. Para lhe fazer justiça, a ilha merece uma visita de três dias: é que estamos na maior ilha fluvial do mundo. Para além do mais, tem habitantes muito acolhedores e paisagens magníficas.
Resumindo e concluindo: como não amar Belém do Pará? Havemos de voltar!