Fugas - hotéis

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Grupo Pestana aterra na praça Jemaa el-Fna

Por Ana Rute Silva

Antigo Club Med de Marraquexe vai ser recuperado e explorado pelo maior grupo hoteleiro português.

O Grupo Pestana vai abrir, em 2017, o seu segundo hotel em Marrocos. Depois de Casablanca, onde em 2013 se estreou neste país, avança para Marraquexe em parceria com a CDG (Caisse de Dépôt et de Gestion), o maior investidor institucional marroquino. Dentro de dois anos terá, assim, dez hotéis no continente Africano.

José Roquette, administrador do grupo Pestana, explica que depois de nove meses de negociações com a CDG, a empresa portuguesa conseguiu firmar o acordo e deverá avançar para obras de remodelação de um hotel localizado na praça principal da cidade, (Jemaa el-Fna) onde até agora estava instalada uma unidade do Club Med. O contrato com a instituição financeira marroquina tem a duração de dez anos, com “perspectiva de se renovar”, e “resulta num hotel de 220 quartos, de quatro estrelas, cuja renovação arranca dentro de seis meses, demorando 12 meses a concluir. A intenção é inaugurar o Pestana Marraquexe em Maio de 2017.

“O imobiliário pertence ao grupo CDG. Nós arrendamos o imóvel e somos os responsáveis pela execução de todas as obras, um investimento de 8,5 milhões de euros”, detalha José Roquette. Nos planos continua a abertura de uma terceira unidade hoteleira no país mais vocacionada para o turismo de praia. “Dificilmente começaremos outro projecto sem ter este sob controle, mas já fizemos várias viagens e estudos e, neste momento, acreditamos que há opções entre a zona sul de Agadir e a área de Mediterrâneo. Estamos mais inclinados para o sul, mas são ideias ainda preliminares”, adianta.

Dentro de dois anos, o grupo Pestana terá um total de dez hotéis no continente africano (está já em Cabo Verde, África do Sul, São Tomé e Moçambique), mas a região ainda não gerou frutos significativos para a empresa. “Ainda não trouxe para o grupo o que pode trazer mas acredito que na próxima década vamos assistir a um desenvolvimento turístico muito grande. O grupo tem vindo a tomar estratégicas, com alguns resultados bons, outros médios, mas muito aquém do que virá a ser, em função do potencial turístico que África tem”, conta.

 A construção de um hotel em Luanda, Angola, ainda é um plano em “stand by”, “muito dependente da vontade dos parceiros angolanos”. “Está nas mãos deles”, diz José Roquette. O projecto é promovido pela Soehotur, sociedade onde a angolana GBE detém 55% do capital, o Pestana 25% e a Alphaville (Brasil) 20%.

Dez novos projectos em curso
Com unidades em 15 países, a empresa portuguesa fundada por Dionísio Pestana tem actualmente dez novos projectos em curso, que incluem a estreia em Nova Iorque e em Amesterdão, em 2017. Nos planos está outra unidade na Barra da Tijuca, Brasil, com abertura prevista a tempo dos Jogos Olímpicos. E Madrid que, nos próximos dois anos, também deverá receber um hotel Pestana. Por cá, além de Lisboa, onde a empresa terá mais dois hotéis (um no formato Pousadas de Portugal já em Junho), estão em andamento um novo hotel no Funchal, na Madeira, e em Alvor, Algarve (este último construído de raiz). Portugal vale 60% das receitas, mas José Roquete acredita que nos próximos dez anos os mercados externos podem ganhar mais importância no negócio. “Quando o projecto de Nova Iorque estiver a funcionar vai ter um peso significativo. O hotel em Londres já equivale a dois ou três em Portugal”, ilustra.
 
Em 2014, o grupo teve receitas de 438 milhões de euros, mais 10% em comparação com 2013. José Roquette sublinha que a racionalização de custos, feita ao longo dos três anos de duração do programa de assistência financeira a Portugal, permitiu à empresa crescer fora de portas. “Se não fosse esse trabalho, que na altura parecia demasiado duro e austero, não tínhamos conseguido manter o crescimento”, defende.

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