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Pormenor da capa de ´O Vinho Mais Caro da História´ em edição brasileira da Zahar

Pormenor da capa de ´O Vinho Mais Caro da História´ em edição brasileira da Zahar

O vinho mais caro da História era uma fraude e vai dar um filme

Por Pedro Garcias

Por aqui, já bebemos desta história. Mas é tão incrível que voltamos a ela. É a odisseia da garrafa de vinho Lafite 1787, tornada em 1985 a mais cara de sempre. Até, 20 anos depois, um jornalista provar que era falsificação, questionando o papel dos críticos mais influentes do mundo. Resultado: uma fraude monumental. Pedro Garcias resume o essencial da investigação, que estará prestes a chegar aos cinemas.

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Para o que interessa, esta história começou no dia 5 de Dezembro de 1985, quando a prestigiada casa de leilões Christie`s, de Londres, vendeu uma garrafa de Château Lafite 1787, gravada com as iniciais "Th.J", pela astronómica soma de 156 mil dólares. Nunca nenhuma outra garrafa atingiu valor semelhante. O comprador foi Malcom Forbes, da revista Forbes, que se deixou atrair pela antiguidade da garrafa e por acreditar que esta tinha pertencido ao ex-presidente americano Thomas Jefferson.

O vinho integrava um lote de raridades atribuídas ao terceiro presidente dos Estados Unidos que havia sido descoberto em Paris pelo coleccionador alemão Hardy Rodenstock, antigo empresário de bandas rock. Mais de 20 anos depois, o jornalista americano Benjamim Wallace foi investigar a história, correndo meio mundo, e conta que essa e outras garrafas, vendidas com o aval de Michael Broadbent, o então todo-poderoso director do departamento de vinhos da Christie`s, só podem ser falsas.

No seu livro The Billionaire's Vinegar (O vinho mais caro da História, na versão brasileira, a lida pela FUGAS), Wallace conta que o excêntrico Hardy Rodenstock, conhecido no mundo do vinho por promover degustações milionárias e exclusivas, se chama na verdade Meinhard Goerke e que é filho de um ferroviário alemão e não de uma família rica, como dizia; que Michael Broadbent, visto como a maior sumidade mundial em vinhos, acreditou na origem das garrafas apesar de nunca ter conseguido obter de Hardy Rodenstock a confissão sobre o lugar e a pessoa a quem comprara o lote de garrafas gravadas com as iniciais "Th. J"; e que críticos tão reputados e idolatrados como a inglesa Jancis Robinson  e o americano Robert Parker também contribuíram para a validação dos vinhos e a respeitabilidade de Rodenstock, que os havia mimado com degustações de sonho.

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