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Ryanair acusa ANA de bloquear entrada da "low cost" em Lisboa

Por Raquel Almeida Correia

A companhia de aviação irlandesa quer abrir uma base na Portela e chegar aos três milhões de passageiros em três anos, mas diz que a gestora aeroportuária estatal está a criar entraves à concorrência.

Num encontro com jornalistas, Michael O'Leary, presidente da Ryanair, acusou a ANA de "estar mais interessada em proteger a TAP" do que em criar concorrência em Lisboa "que beneficie os portugueses e traga mais turistas ao país".

Abrir uma base em Lisboa é uma pretensão antiga da low cost, que já detém uma operação idêntica no Porto e em Faro. A companhia de baixo custo tem vindo a negociar com a gestora aeroportuária, detida a 100 por cento pelo Estado, para instalar a base no terminal 2 da Portela, dedicado actualmente aos voos domésticos.

No entanto, Michael O'Leary garantiu que "a ANA parece não querer [que a companhia de aviação] voe para Lisboa" e acusou a empresa, liderada por Guilhermino Rodrigues, de "bloquear a concorrência".

"A última vez que falámos foi há 12 meses. Disseram que o terminal não era adequado para as companhias de aviação de baixo custo. A ANA seria a maior beneficiária, mas pode estar mais preocupada em proteger a TAP do que em criar concorrência em Lisboa", afirmou o gestor.

De acordo com O'Leary, o objectivo seria transportar três milhões de passageiros a partir da base na Portela num prazo de três anos e, com isso, criar 3000 postos de trabalho (1000 dos quais directos). 

"A questão não é o preço. É o facto de não nos deixarem usar o terminal doméstico", acrescentou o gestor da Ryanair, que, nas primeiras investidas a Lisboa, sempre disse publicamente que só abriria uma base se o custo da operação aeroportuária (nomeadamente, das taxas pagas à ANA) diminuísse.

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