Fugas - notícias

  • Dieter Koschina ao centro
    Dieter Koschina ao centro Vasco Célio
  • Nuno Mendes na cozinha do Viajante
    Nuno Mendes na cozinha do Viajante
  • René Redzepi, do Noma, lidera pelo 3.º ano consecutivo
    René Redzepi, do Noma, lidera pelo 3.º ano consecutivo Christian Charisius/Reuters
  • Os irmãos Roca continuam a ter o 2.º melhor restaurante do mundo
    Os irmãos Roca continuam a ter o 2.º melhor restaurante do mundo DR
  • O chef Andoni Luis Aduriz conseguiu manter o seu Mugaritz em 3.º
    O chef Andoni Luis Aduriz conseguiu manter o seu Mugaritz em 3.º DR
  • O brasileiro Alex Atala sobe para o top 5 e conquista o 4.º posto
    O brasileiro Alex Atala sobe para o top 5 e conquista o 4.º posto DR
  • A Osteria de Massimo Bottura é 5.º
    A Osteria de Massimo Bottura é 5.º Oliviero Toscani

Vila Joya é o 45.º melhor restaurante do mundo e Nuno Mendes entra para o top 100. Noma volta a liderar

Por Luís J. Santos e Alexandra Prado Coelho

O restaurante do resort algarvio Vila Joya, do chef Dieter Koschina, conquistou esta noite o 45.º lugar na lista dos 50 Melhores Restaurantes do Mundo. Fora do top principal, o chef português Nuno Mendes impôs o seu Viajante londrino e estreia-se no 80.º lugar. A lista é liderada, uma vez mais, pelo dinamarquês Noma do chef René Redzepi.

A grande surpresa da cerimónia de revelação da lista dos World's 50 Best Restaurants, que decorreu esta noite no The Guildhall de Londres, não se deu entre os primeiros mas entre os últimos. Com o Noma de Copenhaga a liderar a lista pelo terceiro ano consecutivo, a surpresa foi a entrada para o top 50 de um restaurante português, o do chef Dieter Koschina no resort Vila Joya, localizado em Albufeira. Já o chef português Nuno Mendes, radicado em Londres onde o seu Viajante se tornou mesa de culto, conseguiu uma "menção honrosa": posicionou o restaurante no 80.º lugar.

O Vila Joya consegue o feito de ser o primeiro restaurante em Portugal a entrar para a "lista de ouro" dos 50 Melhores, organizada pela revista "Restaurant", "bíblia" internacional da restauração. Uma distinção "muito importante para o turismo de Portugal", disse um "muito contente" Koschina à Lusa, no final da cerimónia. "O Algarve precisa de um turismo com qualidade e restaurantes com qualidade trazem mais turismo", referiu. No ano passado, o restaurante, que agora foi eleito para o 45.º posto, tinha sido classificado, fora da lista principal, em 79.º.

O Vila Joya, desenvolvido pelo chef austríaco desde 1991, possui duas estrelas Michelin, distinção que em Portugal partilha apenas com o The Ocean, de outro austríaco, Hans Neuner. O Joya é célebre no circuito gastronómico internacional também por ser, todos os anos, em Janeiro, ponto de encontro obrigatório das estrelas mundiais da cozinha. O festival Tribute to Claudia reúne na cozinha de Koschina todos os chefs portugueses com estrelas Michelin e alguns dos mais famosos chefs internacionais também estrelados. Este ano, passaram por Albufeira figuras como o francês Alain Passard, do L'Arpège, ou o italiano Massimo Bottura, da Osteria Francescana, ou o sueco Magnus Nilsson, do Faviken, estrela em ascenção da cozinha nórdica. Durante dez dias, Koshina, um entusiasta dos produtos portugueses e um motard conhecido por andar de Harley Davidson pelas estradas algarvias, torna-se o anfitrião de um festival que é já uma referência na "rota das estrelas" na Europa. 

Outro feito foi conseguido pelo português Nuno Mendes, que abriu o Viajante em Londres em 2010 e, em 2011, recebeu uma estrela Michelin, Não entrou para os 50 Melhores mas conseguiu votos suficientes para um honroso 80.º lugar. "Fixe, ótimo, fantástico, é ótimo para nós", comentou um satisfeito Nuno Mendes à agência Lusa. "Oxalá que continuemos ocupados e com o restaurante cheio e [vamos] tentar subir e ficar cada vez melhor" acrescentou.

Na lista "World's 50 Best Restaurants", liderada novamente pelo Noma, destaca-se também a presença do D.O.M, de São Paulo, do chef Alex Atala, que subiu três posições e levou o Brasil para o top 5 (está em 4.º). Ainda em matéria brasileira, salientem mais dois casos: o Mani, de São Paulo, da chef Helena Rizzo, ficou na fronteira da lista de ouro oficial - conseguiu um 51.º lugar (subindo 23 lugares); e o restaurante da chef Roberta Sudbrack entrou para o 71.º posto.

Ainda no top 10, regista-se a entrada fulgurante do londrino Dinner, chefiado pelo carismático Heston Blumenthal (entrada directa para o 9.º posto). Entre as grande subidas do ano, contam-se a do Eleven de Madison Park, Nova Iorque (do 24.º para o 10.º) mas nada comparado com o salto do The Ledbury (Londres, Reino Unido): de um ano para o outro, o restaurante do chef Brett Graham subiu 20 postos, classificando-se agora em 14.º.

Para a lista, também conhecida como S. Pellegrino (marca de água que a patrocina), votam mais de 800 profissionais internacionais da restauração, entre críticos, chefs e gastrónomos. Até agora, após uma década de existência dos prémios, foram eleitos melhores do mundo El Bulli (cinco vezes), Noma (três vezes), The French Laundry (São Francisco) e The Fat Duck (Londres, uma vitória).  

Na cerimónia, foram também distinguidos Elena Arzak como a melhor chef do mundo (prémio Veuve Clicqot), e Thomas Keller (French Laundry, Per Se) pelo seu contributo para a gastronomia mundial. E um novo e especial prémio, o galardão Slow Food, foi para o Steirereck (Áustria), considerado o restaurante que melhor respeita as regras deste movimento. Já o chef Andoni Luis Aduriz, além de manter o seu Mugaritz em 3.º, conquistou o prémio Chefs Choice, votado apenas por chefs.


World's 50 Best Restaurants

 1 - Noma (Dinamarca) =
 2 - El Celler de Can Roca (Espanha) =
 3 - Mugaritz (Espanha) =, Prémio Chef Choice para Aduriz
 4 - D.O.M. (Brasil) + 3 (melhor da América do Sul)
 5 - Osteria Franciscana (Itália), -1

 6 - Per Se (EUA), +4 (melhor da América do Norte)
 7 - Alinea (EUA), -1
 8 - Arzak (Espanha), =
 9 -  Dinner (Reino Unido), NOVO
10 - Eleven Madison Park (EUA), +14
11 - Steirereck (Áustria) +11 - Prémio Slow Food
12 - L'Atelier Saint-Germain de Joël Robuchon Paris (França), +2
13 - The Fat Duck (Reino Unido), -8
14 - The Ledbury (Reino Unido), +20 (maior subida do ano)
15 - Le Chateaubriand (França), -6
16 - L'Arpège (França), +3
17 - Pierre Gagnaire (França), -1
18 - L'Astrance, (França), -5
19 - Le Bernardin (EUA), -1
20 - Frantzén/Lindeberg (Suécia), NOVO
21 - Oud Sluis (Holanda), -4
22 - Aqua (Alemanha), + 3
23 - Vendôme (Alemanha), -2
24 - Mirazur (Fança), REENTRADA
25 - Daniel (EUA), +14
26 - Iggy's (Singapura), +1, (melhor da Ásia)
27 - Narisawa (Japão) +15
28 - Nihonryori RyuGin (Japão) -8
29 - Quay (Austrália) -3 (melhor da Austrália)
30 - Schloss Schauenstein (Suíça), -7
30 - 31 Asador Etxebarri Atxondo (Espanha), +19
32 - Le Calandre (Itália), =
33 - De Librije Zwolle (Holanda), +13
34 - Fäviken (Suécia), NOVO
35 - Astrid y Gastón (Peru), +7
36 - Pujol (México), +13
37 - Momofuku Ssäm Bar (EUA), +3
38 - Biko (México), -7
39 - Waku Ghin (Singapora), NOVO
40 - Quique Dacosta (Espanha), NOVO
41 - Mathias Dahlgren (Suécia), REENTRADA
42 - Hof Van Cleve (Bélgica), -27
43 - The French Laundry (EUA), REENTRADA
44 - Amber (Hong Kong, China), -7
45 - Vila Joya (PORTUGAL) NOVO
46 - Il Canto (Itália) -17
47 - Bras (França) -17
48 - Manresa (EUA) REENTRADA
49 - Geranium (Dinamarca) NOVO
50 - Nahm (Tailândia) NOVO 

[...]

80 - Viajante (Reino Unido - chef Nuno Mendes) NOVO

 

[Actualizado com novos dados e citações dos chefs]

--%>