Fugas - notícias

  • Das 192 carteiras
    Das 192 carteiras "perdidas" pelos colaboradores da RD foram recuperadas 90 DR/Reader's Digest/Kathrin Harms
  • Helsínquia lidera o top das mais honestas entre as 16 cidades em que decorreu o estudo
    Helsínquia lidera o top das mais honestas entre as 16 cidades em que decorreu o estudo Paulo Ricca
  • Bombaim assegurou um 2.º lugar no top (9 carteiras devolvidas em 12 perdidas)
    Bombaim assegurou um 2.º lugar no top (9 carteiras devolvidas em 12 perdidas) Adriano Miranda
  • Budapeste é a 3.ª
    Budapeste é a 3.ª "mais honesta", ex-aequo com NYC: 8 em 12 carteiras Miguel Manso
  • Nova Iorque também em 3.º: 8 em 12 carteiras voltaram
    Nova Iorque também em 3.º: 8 em 12 carteiras voltaram Spencer Platt/AFP
  • Em Madrid, o resultado foi quase igual ao de Lisboa: apenas foram recuperadas duas carteiras
    Em Madrid, o resultado foi quase igual ao de Lisboa: apenas foram recuperadas duas carteiras Paulo Pimenta

Lisboa chumbou no teste da carteira e passou a cidade «menos honesta do mundo»

Por Luís J. Santos

A Reader’s Digest andou a perder carteiras com dinheiro por diversas cidades do planeta. Das 12 que deixou em Lisboa, apenas uma voltou. Resultado: último lugar neste "top da honestidade".

"Least honest: Lisbon, Portugal". Esta é a nova chancela da capital portuguesa e foi atribuída pela Reader's Digest. Este antióscar de cidade "menos honesta do mundo" acaba de ser conquistado graças a um estudo realizado por aquela revista internacional, que tem edições nacionais em 49 países, Portugal incluído.

A Reader's Digest escolheu 16 cidades por todo o mundo e, em cada uma, os seus repórteres "perderam" 12 carteiras, deixando-as em "parques, centros comerciais, passeios". Cada exemplar continha "um número de telemóvel, uma foto de família, cupões, cartões de visita e o equivalente a 50 dólares [37 euros]. "Depois, esperámos para ver o que acontecia", resumem.

E o que aconteceu foi muito diferente de cidade para cidade. Se em Helsínquia 11 das 12 carteiras foram devolvidas - o que deu à capital finlandesa o 1.º lugar do top -, já por Portugal as coisas correram menos bem. Em Lisboa apenas uma voltou aos seus donos, tornando as contas fatalmente óbvias: o apodo de "least honest" vai mesmo para a capital portuguesa.

O cenário torna-se ainda menos abonatório para Portugal quando se descobre, como conta a RD, que as únicas cobaias "lisboetas" honestas, afinal, não eram nem lisboetas nem portuguesas. A única carteira alfacinha recuperada pela revista foi devolvida por "um casal nos seus 60 anos": "Avistaram a carteira e telefonaram-nos imediatamente", resumem. E, logo a seguir, sublinham que, "interessantemente", os repórteres descobriram que "os dois nem eram de Lisboa", "eram turistas vindos da Holanda". Resumindo e concluindo: "As restantes 11 carteiras, com o dinheiro e tudo o resto, foram levadas".

Outras conclusões do "teste da carteira perdida" podem também surpreender muitos estereótipos quando se observa como ficou alinhado o top das "Most Honest Cities": logo a seguir à "honesta" Helsínquia, encontram-se Bombaim, onde foram devolvidas nove carteiras, ou Budapeste (oito). Já para o final da tabela e muito perto do singular resultado lisboeta, encontram-se Bucareste, o Rio de Janeiro ou Zurique (quatro carteiras devolvidas em cada uma); Praga (três) e, numa quase sincronia ibérica, Madrid, onde foram recuperadas duas carteiras.

Ainda assim, as conclusões globais da RD em relação ao estudo são positivas. Com resultados quase 50/50 ou melhor, dizendo, 47/53 (das 192 carteiras perdidas, foram recuperadas 90), Catherine Haughney, editora da publicação, considerou "verdadeiramente inspirador ver que há tanta gente honesta no mundo."

Quanto a questões como idade, sexo ou poder económico, estas parecem não ser decisivas na hora de optar pela honestidade ou pela desonestidade: "Ao analisarmos os nossos resultamos, concluímos que a idade não é um preditor", "velhos e novos, ambos conservaram ou devolveram as carteiras; "homens e mulheres foram imprevisíveis" e "o poder económico comparativo pareceu não ser garantia de honestidade". "Em todo o lado, há pessoas honestas e desonestas", concluem.

Top das Cidades Mais Honestas

1. Helsínquia, Finlândia (11 em 12)
2. Bombaim (Mumbai), Índia (9 em 12)
3. Budapeste, Hungria (8 em 12)
    Nova Iorque, EUA (8 em 12)
4. Moscovo, Rússia (7 em 12)
    Amesterdão, Holanda (7 em 12)
5. Berlim, Alemanha (6 em 12)
    Ljubljana, Eslovénia (6 em 12)
6. Londres, Reino Unido (5 em 12)
    Varsóvia, Polónia (5 em 12)
7. Bucareste, Roménia (4 em 12)
    Rio de Janeiro, Brasil (4 em 12)
    Zurique, Suíça (4 em 12)
8. Praga, República Checa (3 em 12)
9. Madrid, Espanha (2 em 12)
10. Lisboa, Portugal (1 em 12)

--%>