Foram mais de quatro anos de obras (que ainda não terminaram) e um investimento, até agora, de 72 milhões de euros. Não é para menos, o gigantesco complexo, erigido entre 1902 e 1930 e que funcionou como hospital até 2009, foi inaugurado oficialmente na segunda-feira, com toda a pompa e circunstância, abrindo a visitas no dia seguinte.
Património Mundial pela UNESCO desde 1997, ocupa uma área equivalente a nove quarteirões (já por natureza imensos) do Eixample, sendo o recinto modernista composto por 12 pavilhões. Destes, seis edifícios já foram dados por restaurados, dois continuam em obras e os restantes serão revistos mais tarde.
A visita ao Recinte Modernista de Sant Pau é um regresso aos princípios do século XX, entre uma miríade de pasmos arquitectónicos — arte de Lluís Domènech i Montaner, arquitecto marcante do corpo contemporâneo da cidade — e decorativos, das fachadas às esculturas, das colunas às cúpulas, dos interiores trabalhados às pinturas, dos mosaicos aos grandes vitrais, sem esquecer o impacto das passagens subterrâneas entre pavilhões que conduzem a jardins.
Para além da admiração do portento arquitectónico, o complexo vive uma dinâmica própria graças aos inquilinos muito importantes de diversos espaços: o projecto da Generalitat catalã — que tem apoios do Governo espanhol e da União Europeia — passa por transformar o local em centro de investigação e conhecimento, acolhendo já várias instituições internacionais (casos da sede da Organização Mundial de Saúde, outras agências da ONU e europeias ou a Casa Ásia). Será ainda um cenário natural de grandes eventos, além de um programa cultural que pode abranger de exposições a espectáculos.
Localizado na avenida Gaudí, a dois passos da Sagrada Família de todas as atracções, o recinto modernista celebra a inauguração com visitas gratuitas até 15 de Março (das 11h às 18h) — acesso pela porta principal do Pavilhão da Administração, na confluência das ruas Sant Antoni Maria Claret e Cartagena. A partir de 16 de Março, a entrada geral custa 8 euros (14, no caso de visitas guiadas).
Há espaços com acesso condicionado e o próprio recinto tem imposto pelas autoridades um número máximo de 120 mil visitantes por ano, para evitar as multidões e encontrar um equilíbrio entre o quotidiano do espaço e o turismo.
Mais informações em www.santpaubarcelona.org