Fugas - restaurantes e bares

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    A "Bench Girl" com omolete de alheira DR
  • Chef Guerrieri
    Chef Guerrieri DR
  • City Sandwich
    City Sandwich DR
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    A "Maria" é com paio português DR
  • "Fátima" é o nome da sandes com salada de polvo portuguesa DR
  • "Auntie", assim foi baptizada a sandes com sardinhas DR
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    A "Nuno" é com morcela DR
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    A "Henrique", com alheira DR
  • "The Chef", com bacalhau
  • City Sandwich
    City Sandwich DR

Sandes de alheira, morcela e sardinha à conquista de Nova Iorque

Por Alexandre Soares, Lusa

Muitos nova-iorquinos já não passam sem as “sandes portuguesas” da City Sandwich. São invenções do chef Guerrieri, que em Lisboa abriu o restaurante Mezzaluna.

“Henrique” também pode ser nome de sandes de alheira, como as que o chef Michael Guerrieri vende às centenas todos os dias na sua loja de Hell’s Kitchen e que fazem sucesso em Nova Iorque.

Guerrieri, que vende diariamente mais de 300 sanduíches com ingredientes portugueses, como alheira, morcela de sangue, bacalhau ou sardinhas, na City Sandwich, diz que “os clientes são quase todos americanos” e que “não estão habituados aos sabores, mas experimentam e adoram.”  

Quase todas as sandes têm nomes de pessoas, como a “Henrique”, que é feita com alheira, a “Nuno”, que leva morcela de sangue, ou a “Todd”, que leva toucinho fumado e é a preferida do apresentador inglês Piers Morgan, da CNN, que visita o espaço todas as semanas. Os produtos vêem de Newark, New Jersey, que fica a 11km de Manhattan e onde existe uma grande comunidade de emigrantes portugueses.

Greg Piers, curador do museu Andy Warhol, em Pittsburgh, experimentava uma “Henrique”. “Ainda não conheço Portugal, mas esta alheira é óptima”, dizia. E admitia ter ficado curioso com o sabor: “Nunca tinha experimentado nada português. Costumo jogar futebol com uns portugueses, vou perguntar-lhes se há algum restaurante português em Pittsburgh”, indicou.

Desde que Abriu, em Outubro de 2010, as críticas positivas têm-se repetido na imprensa, em publicações como o Wall Street Journal, o New York Post ou a revista Time Out New York.

Muito perto da Broadway, a zona da cidade onde se concentram os teatros e estúdios de televisão, o chef diz que “a City Sandwich foi acolhida pela comunidade do teatro” e é comum ver os actores Marisa Tomei, Jesse Eisenberg ou Rosie O’Donnell comer uma das suas sandes .

Guerrieri nasceu em Nápoles, na Itália, e mudou-se para Nova Iorque com 7 anos; em 1997, depois de umas férias em que se apaixonou por Portugal, mudou-se para Lisboa e abriu o restaurante Mezzaluna. Foi aqui que começou a juntar a culinária italiana com a portuguesa e a americana, uma fusão que repete agora na City Sandwich e a que chama de “ItaLisboNyorka”.

Guerrieri chegou a abrir três estabelecimentos de sandes na zona da grande Lisboa (que o então primeiro-ministro, José Sócrates, visitava), mas o negócio correu mal. “Tivemos de fechar passados poucos anos, os portugueses não estão habituados a este tipo de comida, fazia-lhes confusão dar mais de 4 euros por uma sandes”, explica.

Em Nova Iorque, por outro lado, “as pessoas estão sempre disponíveis para experimentar algo novo”, diz a funcionária Nairobi Ureña. “Explicamos as sandes, os ingredientes portugueses, e as pessoas, em vez de jogarem pelo seguro, arriscam quase sempre e provam uma das sandes portuguesas”, resume.

Guerrieri, que também vende cerveja e vinhos nacionais, acredita que está a mostrar uma parte de Portugal, “com a esperança de que as pessoas mais tarde descubram o resto.”

Em Outubro, quando o espaço comemorar três anos, Guerrieri vai fazer um balanço e espera partir para a abertura de novos espaços. “Primeiro em Nova Iorque, depois no resto do país e espero, um dia, ter sucesso em Portugal com este conceito”, diz. 

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