Fugas - restaurantes e bares

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Fomos comer o Mercado da Ribeira à Time Out

Por Alexandra Prado Coelho

A primeira visita ao novo espaço gastronómico, aberto este domingo ao público, gerido pela revista Time Out no Mercado da Ribeira de Lisboa.

O novo Mercado da Ribeira inaugurou com estrondo. Pouco passava das 20h30 de sábado e o ambiente à porta, com as devidas distâncias, já lembrava o da entrada para uma cerimónia de Óscares. Os convidados iam dando os nomes para confirmar que estavam na lista e também o presidente da autarquia alfacinha, António Costa, já tinha chegado para oficializar a inauguração e fazer a ronda de restaurantes e outros espaços de alimentação do mercado. Por isso tudo, os flashes dos fotógrafos não paravam e os operadores de câmara andavam numa roda-viva. 

Lá dentro, chefs, cozinheiros e outros, davam os últimos toques nos respectivos espaços. A concessão para a exploração do mercado foi ganha em concurso pela revista Time Out – e olhando para o logotipo com a fachada do mercado em que as palavras Time Out escritas a branco surgem bem maiores do que as palavras Mercado da Ribeira, não restam dúvidas de que este é um espaço Time Out, e esta era, claro, uma festa Time Out.

As obras prolongaram-se por oito meses e duraram até ao último minuto, mas no sábado estava tudo pronto, com as equipas dos vários restaurantes a esperarem, ansiosas, a chegada dos convidados. O espaço, que é separado da zona do mercado onde se vende a fruta, as hortaliças, o peixe e a carne, é muito grande, e os restaurantes estão organizados a toda a volta, enquanto o centro é ocupado por mesas altas de madeira, e cadeiras, que permitem que muita gente se sente (o projecto de arquitectura da remodelação do mercado, assim como o mobiliário, é da autoria dos arquitectos Aires Mateus). Tudo dependerá da afluência mas este é, de facto, um espaço preparado para receber muita gente: pode chegar às 750 pessoas sentadas dentro do mercado mais 250 no exterior.

À entrada há três esplanadas – Trincas (do The Decadente), Aloma, Azul – e tudo estava organizado para que os convidados entrassem no interior pela zona dos chefs, onde se pode comer por uma média entre os 8 e os 15 euros. Alexandre Silva, Miguel Castro e Silva, Henrique Sá Pessoa, Marlene Vieira e Vítor Claro alinham-se num dos topos, lado a lado, com diferentes propostas de cozinha de autor. Alexandre Silva quer trabalhar os produtos que se vendem no próprio mercado, por onde promete passar todos os dias; Miguel Castro e Silva vai ter petiscos, entre os quais tostadas, empadas, pastéis, francesinhas, e depois pratos com base em arroz ou à Brás (na sexta circulava pela festa um à Brás de pato); Sá Pessoa vai apresentar pratos da sua autoria adaptados a um espaço como este, como uma sanduíche de leitão ou um tártaro de robalo com abacate e manga.

Ao lado, Marlene Vieira tem entradas (das lascas de bacalhau em tempura aos mini-hambúrgeres de pato), pratos principais (entre os quais as suas francesinhas de carne e enchidos de porco alentejano, e a de atum e sapateira, uma modalidade que já tinha apresentado no festival Peixe em Lisboa) e menus, estes a 12, 15 e 25 euros, dependendo do número de degustações. Vítor Claro apresenta aqui o conceito que também já tinha testado no Peixe em Lisboa: bijous (pequenos pães fofos e macios) com diversos recheios, da bochecha de porco assado com espinafres, às iscas à portuguesa, dos peixinhos da horta às pataniscas de bacalhau com crème fraiche).

Mas o mercado não são só os chefs, e é preciso continuar a circular para descobrir as outras propostas: seguem-se o Prego da Peixaria (do Sea Mea), o Asian Lab, com comida asiática (ligado aos sócios do SushiCafé), as pizzas em tabuleiro do Pizza a Pezzi, a Confraria (sushi de fusão), e os hambúrgueres Honorato. Depois vêm os doces, com os gelados Santini e a Nós é Mais Bolos que consegue a proeza de juntar O melhor Pão de Ló do Universo com O Melhor Bolo de Chocolate do Mundo. No final, a Garrafeira Nacional, com uma selecção de alta qualidade e a possibilidade de se fazerem provas de alguns dos mais exclusivos vinhos nacionais. As restantes bebidas situam-se no centro da nave do mercado: os vinhos de João Portugal Ramos e do Esporão, os cocktails do Cinco e Meio, Casa da Ginja, Bar da Odete, Frutológica Compal, Super Bock e Café Delta.

Em frente da Garrafeira Nacional, estão outras lojas seleccionadas: Folha do Cais, O Meu Amor é Verde, Conserveira de Lisboa, Arcádia e Manteigaria Silva, com os seus excelentes queijos e presuntos, que podem ser provados ali mesmo ou comprados para levar para casa.

Por fim, completando a volta, chegamos ao último grupo de cinco restaurantes: Cozinha da Felicidade (de Susana Felicidade), Monte Mar (peixes e mariscos), Café de São Bento (bifes, claro), o Sea Me (peixe, claro) e ainda o Tartar-ia, projecto novo, com tártaros “de assinatura”, sendo que neste caso a assinatura é a de Dieter Koschina, o chefe do algarvio Vila Joya (duas estrelas Michelin, 22º lugar na lista dos melhores do mundo).

No sábado, o Tartar-ia ainda não tinha pratos, mas não se atrapalhou: quem queria (e aparentemente ninguém se fez rogado) tinha o tártaro servido nas costas da mão. Para comer de uma vez só, é o nosso conselho.

 

Time Out Mercado da Ribeira
Mercado da Ribeira, Lisboa
Aberto desde as 12h de 18 de Maio ao público
Horário: de domingo a quarta das 10h às 00h; de quinta a sábado das 10h às 2h
Espaços: Unicer (Super Bock Beer experience), Sumol/Compal, Delta, Vista Alegre, Renova, Croqueteria, Sea Me, Café de São Bento, Tartar-Ia, Monte Mar, Cozinha da Felicidade, João Portugal Ramos, Cinco e Meio, Bar da Odete, Esporão, Casa da Ginja, O Prego da Peixaria, Asian Lab, Pizza a Pezzi, Confraria, Honorato, Manteigaria Silva, Arcádia, Conserveira de Lisboa, O Meu Amor é Verde, Folha do Cais, Santini, Nós é Mais Bolos, Garrafeira Nacional. Chefes com espaços próprios: Alexandre Silva, Miguel Castro e Silva, Henrique Sá Pessoa, Marlene Vieira, Vitor Claro.
Esplanadas: Trincas (do The Decadente), Aloma e Azul

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