Mais de três anos depois de vencer o concurso lançado pela Câmara Municipal de Lisboa para revitalizar o Mercado da Ribeira, a equipa da revista Time Out Lisboa confirmou a inauguração da primeira fase do projecto para 17 de Maio. No domingo, parte do "novo" mercado abre ao público com um substancial chamariz, a praça da restauração. Promete-se "o que de melhor a cidade tem para oferecer: restaurantes, chefs e produtos nacionais".
A área que ficará agora acessível, no piso térreo, congrega cerca de 30 espaços, disponibilizando à volta de 750 lugares sentados - 500 na área coberta e ainda 250 em esplanada -, segundo adiantam em comunicado, salientando que o projecto engloba um investimento de 5 milhões de euros e prevê a criação de "mais de 300 postos de trabalho directos".
O conceito passa pela fusão da "actividade tradicional do mercado, mantendo o seu carácter genuíno, com actividades radicalmente diferentes de gastronomia, cultura, lazer e comércio". Uma das estrelas maiores da nova praça de restauração é Dieter Koschina: o chef do Vila Joya, recentemente considerado o 22.º melhor restaurante do mundo, estreia-se em Lisboa com o projecto do Tartar-ia, especializado em tártaros - o espaço é assinado pela Hospitality Lab, empresa liderada por Koschina, que delegará a chefia da cozinha a Gebhard Schachermayer.
Por aqui, poderão também encontrar-se espaços dos chefes Alexandre Silva, Miguel Castro e Silva, Henrique Sá Pessoa, Marlene Vieira ou Vitor Claro; representações de restaurantes como o Sea Me, O Prego da Peixaria, Café de São Bento ou Honorato; os chocolates da Arcádia, as conservas da Conserveira de Lisboa, os gelados da Santini, as propostas da Garrafeira Nacional e de João Portugal Ramos, as artes da Vista Alegre ou, entre outros, bares da Super Bock, da Sumol e Compal ou da Delta.
“Esta será a primeira fase de implementação de um projecto editorial a três dimensões nunca antes feito no mundo", afiança João Cepeda, director da versão lisboeta da revista semanal Time Out (que também tem uma edição mensal dedicado ao Porto), chancela mundial com guias por todo o mundo dedicados ao lazer e cultura. Para o responsável o verdadeiro "desafio" é a decisão da revista se "transformar num espaço e deixar de ser só uma marca de culto em papel". Lisboa é pioneira nesta transposição do espírito Time Out para um local, já que o projecto é "único também para o Grupo Time Out Internacional" que, sublinha, "apoiou fortemente esta ideia”. Pela capital portuguesa, aliás, a revista já tinha iniciado o processo com a abertura de um quiosque na Avenida da Liberdade.
A Time Out Lisboa foi a única candidata ao concurso lançado pela autarquia em 2010, tendo a candidatura sido aprovada, permitindo à revista a exploração de uma área de mais de 5000m2 - que engloba metade do piso térreo e todo o piso 1 - por 20 anos. A segunda fase do projecto passará pela inauguração do renovado piso superior em data ainda não confirmada; ainda assim, sabe-se que deverá contar com restaurante, bar, loja, espaço de turismo e sala multiusos onde "todas as secções da revista serão amplamente reflectidas".