Fugas - restaurantes e bares

  • Picadinho de carapau da Taberna da Rua
das Flores, em Lisboa.
    Picadinho de carapau da Taberna da Rua das Flores, em Lisboa. Miguel Manso
  • Sopa do mar no pão, Restaurante Ideal de Cabanas de Tavira
    Sopa do mar no pão, Restaurante Ideal de Cabanas de Tavira Virgilio Rodrigues
  • Mariscada: Um Pratão de mariscos, Cervejaria da Esquina (Lisboa)
    Mariscada: Um Pratão de mariscos, Cervejaria da Esquina (Lisboa) Miguel Manso
  • Cabrito Assado, Adega do Saraiva - Sintra
    Cabrito Assado, Adega do Saraiva - Sintra Helena
  • Tripas à moda do Porto, Líder no Porto
    Tripas à moda do Porto, Líder no Porto Nelson Garrido
  • Folhas e tutano no Feitoria
    Folhas e tutano no Feitoria
  • Tripas aos molhos, Museu dos Presuntos em Vila Real
    Tripas aos molhos, Museu dos Presuntos em Vila Real Lara Jacinto
  • Filetes de Cherne, no Buraco do Bolhão, Porto
    Filetes de Cherne, no Buraco do Bolhão, Porto Nelson Garrido
  • Burek jugoslavo no Bistro 100 Maneiras, Lisboa
    Burek jugoslavo no Bistro 100 Maneiras, Lisboa DR/MP
  • Frango no churrasco, Churrasqueira do Mercado de Benfica, Lisboa
    Frango no churrasco, Churrasqueira do Mercado de Benfica, Lisboa Nuno Ferreira Santos
  • Leitão revisitado do Belcanto
    Leitão revisitado do Belcanto DR/MP
  • Menu Kaiseki no Tomo, Algés (vitela em folha de shiso)
    Menu Kaiseki no Tomo, Algés (vitela em folha de shiso) DR/MP
  • Carabineiro e amêndoas do Algarve, no Avenue em Lisboa
    Carabineiro e amêndoas do Algarve, no Avenue em Lisboa DR
  • Pera encharcada no Jacó, Linda-a-Velha.
    Pera encharcada no Jacó, Linda-a-Velha. Daniel Rocha
  • Aletria da Casa Inês, Porto
    Aletria da Casa Inês, Porto Nelson Garrido
  • Mil-Folhas do Ritz, Lisboa
    Mil-Folhas do Ritz, Lisboa Daniel Rocha
  • Abóbora, tangerina e miso no Midori, Lisboa
    Abóbora, tangerina e miso no Midori, Lisboa DR

50 pratos para comer Portugal

Por Alexandra Prado Coelho, Fortunato da Câmara, José Augusto Moreira e Miguel Pires

Cada um terá a sua lista de pratos que não se podem perder sob pretexto algum. A Fugas cruzou as listas de quatro jornalistas e críticos de gastronomia e o resultado foi este: 50 sugestões de comidas, das simples às sofisticadas, das tradicionais às experimentalistas, para diferentes bolsas e em diferentes partes de Portugal.

Nunca há listas consensuais ou definitivas. E, como se sabe, todas as listas são injustas. Estes 50 pratos (ou, nalguns casos, petiscos e doces) podem não ser os melhores do país, nem era o nosso objectivo fazer essa lista. Ficaram certamente de fora muitos pratos tão “imperdíveis” como aqueles que escolhemos.

Esta é, sobretudo, uma viagem por sabores portugueses (e não só), alguns trabalhados da forma mais tradicional possível, outros resultado da criatividade dos chefs. Se Portugal fosse um restaurante, estes eram, sem dúvida, os pratos que gostaríamos de ver na carta.

Entradas e petiscos

Camarões fritos | Restaurante Pôr-do-Sol
Os camarões são fritos, mas o segredo (e é realmente um segredo, porque não o conseguimos arrancar ao proprietário do Pôr-do-Sol) está no molho, no qual (foi o máximo que obtivemos como informação) se misturam leite e massa de pimentão. Bons camarões (14,50 € a dose) e um molho para mergulhar o bom pão alentejano e ficar a lamber os dedos, com uma vista privilegiada para uma praia magnífica. (Alexandra Prado Coelho)
Praia do Carvalhal, Grândola. Tel.: 265 497 225. Encerra à terça-feira

Pétalas de toucinho | Tomba Lobos
Prato emblemático de José Júlio Vintém, esta entrada (3,75€) tem tanto de simples como de lamber os dedos e chorar por mais. A qualidade do toucinho branco (de porco alentejano, vulgo “preto”), levado ao forno fatiado finamente, é fundamental. E o alho, o alecrim e o sumo de limão parecem ter nascido para lhe fazer a corte. (Miguel Pires)
Bairro da Pedra Basta, lote 16 R/C. Portalegre. Telf: 245 906 111. Encerra domingo à noite e segunda-feira

Sopa do mar no pão | Restaurante Ideal
A sopa de peixes e mariscos (8 €), perfumada com hortelã, já seria muito boa servida num prato. Mas o que a torna realmente especial é o facto de vir no interior de um pão redondo algarvio, ao qual foi retirado quase todo o miolo, deixando-se apenas aquele que, com o calor da sopa, se vai soltando e fundindo com o apurado caldo. A abrir caminho para os óptimos pastéis de polvo da casa. (Alexandra Prado Coelho)
R. Infante Dom Henrique, 15. Cabanas de Tavira. Tel.: 281 370 232

Percebes | Sítio do Rio
A Costa Vicentina é território de percebes (ou perceves) e é possível encontrá-los em muitos restaurantes. A Vila do Bispo organiza mesmo um festival dedicado a estes animais de aspecto pré-histórico e sabor a mar. A arte dos percebes está mais na apanha — e os homens que a ela se dedicam são verdadeiros heróis — do que na cozinha, onde só é preciso não os estragar. Um local onde isso é garantido (com a vantagem de depois se poder comer um óptimo peixe grelhado) é o Sítio do Rio, na Carrapateira (percebes a 30€ o quilo, não há entre 15 de Setembro e 15 de Dezembro, o período de defeso). (Alexandra Prado Coelho)
Estrada da Praia da Bordeira, Carrapateira. Tel.: 282 973 119. Encerra à terça-feira

Snack de carabineiro | São Gabriel
Oferecer todo o sabor do mar numa dentada — é o que faz Leonel Pereira neste snack servido no início do menu de degustação do São Gabriel. Trata-se de uma cabeça de carabineiro “desossada” que se come inteira, sobre uma bolacha com tinta de choco, acompanhada por um tubo com um creme feito com os sucos da cabeça dos carabineiros. Fica esta proposta porque só podíamos escolher uma e porque temos a certeza de que, depois dela, ninguém resistirá ao restante menu, imperdível (75€). (Alexandra Prado Coelho)
Estrada Vale do Lobo, Quinta do Lago. Almancil. Tel.: 289 394 521. Só jantares (domingos há almoço). Encerra à segunda-feira

Bolinhos de bacalhau | Sara Barracoa
Nem sequer é o prato mais requisitado da casa mas, mesmo assim, será difícil encontrar maior perfeição em bolinhos de bacalhau. Fofos, secos, saborosos e a decomporem-se em fios, acompanham em doses (6/9€, para meia e uma dose) com um arroz seco de bacalhau e feijão fradinho com salsa e cebola. Na Sara tudo tem um inigualável sabor a comida e a sabedoria do tempo. Ou não fosse já uma taberna antiga na altura em que era frequentada por Camilo Castelo Branco. (José Augusto Moreira)
Praça D. Maria II, 720. V.N. Famalicão. Tel.: 252 322 487. Encerra ao sábado

Prego de atum | Cervejaria da Esquina
O típico “prego” é filho da criação colectiva de sabores a que se chama “tradição”. Já este fantástico prego de atum (8,90€) tem filiação conhecida e que merece ser reconhecida. Vítor Sobral é o “pai” da ideia tão simples quão genial de tratar um naco deste bife marinho vindo dos Açores como um prego da melhor carne. Dentro de um pão de mistura esguio e de côdea estaladiça, o atum ligeiramente marcado na chapa traz um toque subtil de alho e oferece uma suculência “carnal” que dificilmente se esquece. (Fortunato da Câmara)
Rua Correia Teles, 56. Lisboa. Tel.: 213 874 644. Encerra domingo ao jantar e à segunda-feira

Picadinho de carapau | Taberna da Rua das Flores
É um dos muitos petiscos desta pequena taberna (with a twist) de uma Lisboa multi-étnica. Fresco, envolvente, servido em dose generosa (7,50€), pronta a partilhar, o carapau ganha aqui roupagens orientais. O peixe, picado na hora, com maçã verde e aipo, é temperado com sumo de citrinos, óleo de sésamo e molho de soja e acompanhado por salada de algas wakame marinadas. É o prato mais vendido da casa e quando o provar vai perceber porquê. (Miguel Pires)
Rua das Flores, 103. Lisboa. Tel.: 213 479 418. Encerra sábado ao almoço e domingo todo o dia

Carabineiro e amêndoas do Algarve | Avenue
Carabineiro e amêndoas verdes? A ideia ocorreu a Marlene Vieira, do Avenue, quando estava a trabalhar os produtos do Algarve e pegou no carabineiro, pensando depois como resultaria com as amêndoas verdes, cujo potencial também queria explorar. E o facto é que, na sua surpreendente conjugação de doce e salgado, este brulée de amêndoas com aneto mistura-se na perfeição com o caldo feito com a cabeça do carabineiro e o próprio animal, delicadamente cozinhado (18€). (Alexandra Prado Coelho)
Av. da Liberdade, 129 B. Lisboa. Tel.: 21 601 7127. Encerrado aos domingos

Folhas e tutano | Feitoria
Acelgas, bróculos roxos, vários tipos de couve, mizuna, folha de wasabi e alface casca de carvalho são algumas das folhas que o chef João Rodrigues utiliza neste prato, consoante a época do ano. Umas estão cruas, outras glaceadas num jus de novilho. Na hora de empratar, salteia o tutano (cortado em pedaços muito pequenos) e espalha-o sobre as folhas com quadrados de pão fritos em azeite e, por fim, molho de carne. O sabor é intenso e guloso, mas o resultado não deixa de ser leve. Apenas disponível no menu de degustação. (Miguel Pires)
Doca do Bom Sucesso, Lisboa. Tel.: 210 400 200
. Encerra ao domingo

Burek jugoslavo | Bistro 100 Maneiras
Petisco de rua de origem húngara muito popular nos Balcãs, o burek entra facilmente na designação porn food. Ljubomir Stanisic trouxe-o da sua infância de Belgrado e transformou-o numa das emblemáticas entradas do menu do Bistro 100 Maneiras. Este “pastel” de forno (8€) é feito com massa filo comprida e enrolada à mão e recheado com espinafres e queijo fresco. É servido com iogurte temperado apenas com cebolinho e sumo de limão. (Miguel Pires)
Largo da Trindade, 9. Lisboa. Tel.: 910 307 575. Encerra ao domingo

Migas de batata e ovo | Charcutaria Lisboa
Chamam-se migas mas não levam pão. Esta entrada (9,50€) criada por Manuel Martins na sua Charcutaria Lisboa consiste apenas de batatas e ovos e umas pétalas de flor de sal, e o que a torna deliciosa é a textura das batatas cozidas lentamente e depois fritas, também lentamente, em azeite, e a consistência levíssima dos ovos que as envolvem. É simples, mas do tipo de simplicidade difícil de conseguir — e que torna particularmente difícil parar de comer. (Alexandra Prado Coelho)
Rua do Alecrim, 47 A. Lisboa. Tel.: 213 460 672. Encerra ao domingo

Empadas de galinha | Chef, Comida pronta
Além de servir refeições ligeiras na pequena sala, tem uma lista interminável de pratos para encomendar e levar para casa já confeccionados. Nos salgados, de muito boa qualidade, podem encontrar-se umas inesperadas empadas de porco, ou de pato, mas são as clássicas “empadas de galinha” (1,25€) que não se esquecem. Massa loura e estaladiça de tamanho médio, com o interior bem preenchido de um estufado suculento com a galinha ligeiramente desfiada, mas a sentir-se a sua presença. (Fortunato da Câmara)
Rua Borges Carneiro, 11B. Lisboa. Tel.: 213931050. Não encerra

 

Pratos principais

Churrasco de boi | O Arcoense
Muito antes da actual onda de carne “maturada” chegar, já Joaquim Barroso servia um esplendoroso corte alto da vazia (20,90€, 1 pax / 27,50€, 2 pax). A carne tem origem nas raças bovinas autóctones barrosã, maronesa, arouquesa e “mirandesa” e surge na companhia de batatas assadas com castanhas e arroz de forno. Vale a viagem, pois não é fácil encontrar uma carne de sabor e nível de qualidade semelhantes. Ainda assim, não se sai desiludido com nenhum dos restantes pratos, peixes incluídos. (Fortunato da Câmara)
Rua Eng. José Justino de Amorim, 96. Braga. Tel.: 253 278 952.
Encerra ao domingo ao jantar


Arroz de corvina | Noélia e Jerónimo
Honra a tradição dos grandes arrozes portugueses feitos com bago carolino. Este delicado e generoso “arroz de corvina” (27,50€, 2 pax) de notas cítricas vem aromatizado com coentros e faz esquecer qualquer lamento. Por vezes é enriquecido com amêijoas a aumentarem o prazer, mas também pode vir com um inusitado (e despropositado) fio de natas. É recusar as natas na hora de pedir para que não traga aviltamentos à matriz do sabor português. É tudo feito na hora, numa cozinha que merece reverência e onde felizmente o serviço deixou de abalar esta coerência. (Fortunato da Câmara)
Avenida da Fortaleza, loja 1. Cabanas de Tavira. Tel.: 281 370 649 ou 968 534 971. Encerra à quarta-feira

Bife tártaro | Moinho Alentejano
Não é uma gaffe! O restaurante serve bons pratos de comida alentejana e tradicional portuguesa, mas o proprietário trabalhou em hotelaria na Suíça… Assim se justifica que, por encomenda, possa ter uma tradicional fondue ou um muito competente bife tártaro(13,40€) preparado na mesa pelo senhor Ângelo. Carne de categoria picada à faca (como deve ser) e temperada a preceito com cebola, mostarda de Dijon, alcaparras, cornichons, molho inglês, umas gotas de picante, gema de ovo, sal, pimenta, salsa picada e um gole final de vodka. Bem envolvidos os ingredientes, a delicada mistura está pronta a ser degustada sobre fatias de pão torrado com manteiga. (Fortunato da Câmara)
Rua José Martins Vieira, 2-B. Almada. Tel.: 212 580 088 ou 969 989 694. Encerra ao domingo

Entremeada | Taberna do Manelvina
Diz ser “a casa do grelhado e do aficionado”, e portanto não surpreende que o espaço exiba vários cartazes de touradas e objectos ligados à festa brava. Pondo de lado as sensibilidades tauromáquicas de cada um, é provável que o consenso se gere em redor da excelente entremeada cortada fininha e das gulosas batatas fritas caseiras de corte fino a caminho de “palha”. As tirinhas porcinas vêm estaladiças sem estarem ressequidas e fazem parte de um menu de grelhados de preço único que inclui bife de touro seduzindo uma afición gastronómica cada vez mais numerosa. É melhor reservar antes. (Fortunato da Câmara)
Rua Principal, 21 – Cruzes. Caldas da Rainha. Tel.: 262 870 014 ou 917 221 062. Encerra ao domingo

Frango de churrasco | Churrasqueira do Mercado de Benfica
O proprietário diz que o segredo do seu frango de churrasco (9,50€ quilo) está no tempero que faz e que depois de barrar os corpinhos aviários fica a marinar 24 horas — e mais não adianta! No entanto, a alma do negócio vai além da secreta marinada, pois ao provar este franguinho se verifica que a qualidade da ave também é acima da média. Há quem atravesse a cidade para ir para a fila que se forma à porta da pequena loja, o que pelo menos revela que a qualidade do frango que aqui se vende já não é segredo. (Fortunato da Câmara)
Rua João Frederico Ludovice, loja 15 - Lisboa. Tel.: 217 606 066 ou 214 718 973. Encerra à segunda

Açorda de lavagante | Solar dos Presuntos
Um dos emblemas da cozinha tradicional portuguesa, a açorda, a sair do seu registo popular para ser coroada ao mais alto nível com um marisco nobre. A açorda de lavagante (28€) chega à mesa com a cauda do distinto crustáceo no topo a exibir-se aos olhos do cliente. Em seguida, é mergulhada num mar sedoso de pão embebido num caldo de marisco profundo de sabor arrebatador. A dose é generosa, mas se houver espaço venha então um pouco do presunto que dá nome ao solar, antes é que nunca — a delicadeza desta açorda sairia estragada, de certeza! (Fortunato da Câmara)
Rua Portas de Santo Antão, 150. Lisboa. Tel.: 213 424 253 ou 213 468 468. Encerra aos domingos

Pratão de mariscos | Cervejaria da Esquina
O que se distingue nesta mariscada (48,50€/2pax) idealizada por Vítor Sobral não é a lagosta congelada que (felizmente) não tem, nem outros artistas engalanados mas sem sabor. O que se destaca, sim, são os mariscos frescos (consoante a oferta do dia) de qualidade, em geral nacionais e confeccionados devidamente. O camarão ou a gamba branca (quando há), bem como o lingueirão, são cozinhados no momento e servidos quentes, enquanto as ostras vêm numa cama de gelo. No miolo de sapateira, a maionese serve (junto com pickles) para ligar e não para encobrir ou incrementar. (Miguel Pires)
Rua Correia Teles, 56. Lisboa. Tel.: 213 874 644. Encerra domingo ao jantar e segunda-feira

Espetada com osso | Santo António
Restaurante típico madeirense que se preze tem espetada de carne e a “com osso” (9,20€) do Santo António é particularmente suculenta e saborosa, ainda que por razões legais (dizem) o espeto de metal tenha substituído o de pau de loureiro, que lhe conferia um sabor especial. A carne, maioritariamente proveniente de vacas da região, é temperada com sal e alho antes de ser grelhada na brasa e pode ser acompanhada de salada mista, batata frita e/ou milho igualmente frito. (Miguel Pires)
Estrada João Gonçalves Zarco, 656, Estreito de Câmara de Lobos. Madeira. Tel.: 291 945 238. Não encerra

Menu Kaiseki | Tomo
Quebre-se a regra de nomear um prato para incluir um conjunto de excepção. O menu kaiseki do Tomo (máximo 80€) é feito com ingredientes de época (portugueses e japoneses) e constituído por 12 a 14 pequenos pratos (crus, fritos, cozinhados e sobremesa). Tomoaki Kanazawa tem o dom de fazer conjugações quase infinitas e, por isso, mesmo que peça o menu duas vezes numa semana é bem provável que não repita nenhum dos pratos. Nota: reservar com quatro-cinco dias de antecedência. (Miguel Pires)
Avenida dos Bombeiros Voluntários, 24. Algés (Oeiras). Tel.: 213 010 705. Encerra ao domingo

Leitão revisitado | Belcanto
Escolher para esta lista um leitão que não da Bairrada, mas sim de um restaurante contemporâneo, pode parecer uma provocação. Mas só para quem nunca o provou. José Avillez utiliza apenas a manta com a pele e dá-lhe uma cozedura prolongada a baixa temperatura. No final passa-o pela chapa até ficar crocante e, já na mesa, leva uma pincelada de molho. Acompanha com puré de casca de laranja, batatas chips caseiras num saco comestível e coração de alface salteado. Individualmente custa 42€ e como parte do menu de “os clássicos” (cinco pratos), 85€. Em ambos os casos o resultado é de estrela Michelin. (Miguel Pires)
Largo de São Carlos, 10. Lisboa. Tel.: 213420607. Encerra domingo e segunda-feira

Empada de perdiz com girolles | Fortaleza do Guincho
A Fortaleza do Guincho é um dos melhores restaurantes de Portugal para comer caça. Veado, pato real, grouse ou perdiz (consoante a disponibilidade), preparados ao estilo da alta cozinha francesa, são algumas das propostas deste Outono. Entre os preparos há uma empada de perdiz de puro deleite. O recheio é feito com a carne das coxas depois de flamejadas em armagnac, confitadas e desossadas. O recheio leva ainda um pouco de bacon e girolles (cogumelos) salteados. Custa 38€ — é mais em conta do que andar aos tiros. (Miguel Pires)
Estrada do Guincho. Cascais. Tel.: 214 870 491

Cabeça de garoupa grelhada | Último Porto
Parece uma coisa fácil, mas não é: comer um bom peixe em Lisboa, à beira-Tejo, exige algum saber. Um local discreto mas conhecido pelos amantes do bom peixe cozido ou grelhado é o Último Porto, junto à Estação Marítima da Rocha do Conde de Óbidos. Para além das excelentes postas, quem anda a sonhar com aqueles bocadinhos mais gelatinosos, e saborosos, do peixe pode pedir uma cabeça de garoupa grelhada (30€ para duas pessoas, 40€ para três) ou, em alternativa de corvina (25€/30€) ou de pampo (20€/30€). É aconselhável telefonar antes para saber o que trouxe o mar e reservar. (Alexandra Prado Coelho)
Estação Marítima da Rocha do Conde de Óbidos. Lisboa. Tel.: 213 979 498. Só almoços. Encerra ao domingo

Cabrito assado | Adega do Saraiva
É um clássico desta casa há muitas décadas. Os clientes chegam de todo o país atraídos por este cabrito assado, de carne húmida e a desfazer-se em lascas saborosíssimas, acompanhado por batatinhas fritas e arroz com cenoura ou ervilhas. Tanto quanto se sabe, o cabrito fica particularmente delicioso graças a uma marinada, criada pela Dona Emília Saraiva, e que é desde sempre mantida em segredo (17€ a dose, embora também haja uma dose reforçada que dá para duas pessoas a 19€). (Alexandra Prado Coelho)
Largo do Paquete, 4. Nafarros, Sintra. Tel.: 219290106. Encerra domingo ao jantar e segunda-feira

Xarém com conquilhas ou amêijoas | Alcatruz e Primo dos Caracóis
Ir ao Algarve e não comer um xarém é falha grave. Mas é preciso encontrar as tradicionais papas de milho com conquilhas, generosas e bem apuradas. E isso é garantido no Alcatruz, casa meio escondida numa das ruas estreitas da vila de pescadores de Santa Luzia, e que tem como mote “Tá o petisco a monte” (20€, dose para dois ou três). Mas também à beira da EN125, no Primo dos Caracóis, onde, entre outros petiscos algarvios (e também caracóis), se come um impecável xarém, este com amêijoas (17€ uma dose teoricamente para dois, mas que dá bem para três ou quatro). (Alexandra Prado Coelho)
Alcatruz. Rua Capitão Jorge Ribeiro, 46. Santa Luzia, Tavira. Tel.: 281 381 092. Encerra à segunda-feira
Primo dos Caracóis. Quatrim do Norte. Estrada Nacional 125. Moncarapacho - Olhão. Tel.: 289702662. Encerra à segunda-feira (e no mês de Novembro)


Robalo em algas | Mariana
Na lista aparece como robalo à moda da casa (25€) e há muito que funciona já como uma espécie de marca para este restaurante do litoral minhoto. Apanhado à linha pelos pescadores da região, salta quase directamente das águas frias e iodadas do Atlântico para o tacho onde é cozido em algas. Uma brisa de sabores marinhos que normalmente chegam à mesa na singela companhia de batata e feijão verde cozidos. O mar e a natureza na sua mais simples e saborosa expressão. Na mesma linha de sabores puros e naturais, vale a pena experimentar a sopa de legumes. (José Augusto Moreira)
Estrada Pedro Homem de Melo, 42. Afife, Viana do Castelo. Tel.: 258 981 327. Encerra à terça-feira

Bacalhau assado na brasa | Taberna Afonso
Esqueça tudo o resto, porque aqui o bacalhau é único. Posta generosa (para dois, no mínimo) de boa cura (22€), demolhada em água corrente e assada num forno de pedra com brasas incandescentes. Tudo funciona à frente do cliente. Depois de alourado no calor do forno, o bacalhau é coberto por macias rodelas de cebola para vir à mesa (em travessas de metal) abundantemente regado com bom azeite e acolitado com grelos salteados. A batata cozida é servida à parte. Face à procura, dificilmente servem sem marcação antecipada. Numa estrada secundária entre Barcelos e Ponte de Lima (EN 204), o mais complicado é mesmo lá chegar. Mas claro que a viagem compensa. (José Augusto Moreira)
Largo Terreiro S. Roque, 51. Poiares, Ponte de Lima. Tel.: 258 762 179. Encerra ao domingo

Galo assado | Pedra Furada
Se for para o devorar todo, é preciso pelo menos uma boa meia dúzia de gente com apetite. Galo da capoeira, com proporções de capão, que é assado inteiro e de forma lenta (50€, 6pax, o galo inteiro; 30€, 3pax, meio). Carnes escuras e consistentes saborosamente impregnadas pela própria gordura, tal como as batatinhas que o acompanham. Uma delícia que é ainda reforçada pela riqueza do recheio, com as miudezas do galináceo e carnes de fumeiro. Há muito mais neste restaurante tradicional, mas o galo é mesmo grande emblema. Sempre aos sábados e domingos ao almoço e por encomenda nos outros dias. (José Augusto Moreira)
Rua Santa Leocádia, 1415. Pedra Furada, Barcelos. Tel.: 252 951 144. Encerra à segunda ao jantar

Caril thai | Delicatum
Num estilo urbano e ambiente de degustação, o Delicatum, em Braga, desafia quem o visita para experiências gastronómicas em pequenas porções, que tanto podem ir do receituário regional e tradicional às cozinhas do mundo. O caril thai (13€) é um excelente exemplo dessa versatilidade. Impressiona pela intensidade e frescura do caril, conquista pelo sabor e elegância da confecção. Sempre muito boas sugestões de harmonização com vinhos para completar a experiência gastronómica. (José Augusto Moreira)
Travessa do Taxa, 2. Braga. Tel.: 253 619 584. Encerra ao almoço de sábado e ao domingo todo o dia

Bacalhau à Julinha | Restaurante Julinha
Bacalhau das Ilhas Faroé, postas altas e com lascas do tamanho da palma da mão, mas não é só por isso que este prato é realmente especial. Fritura uniforme, no ponto exacto e a fazer com que as lascas deslizem umas sobre as outras para deleite de quem come. Uma capa de cebola translúcida cobre a enorme posta (18€), que fornece a componente agridoce quando se mistura na boca com o bacalhau. Batata frita às rodelas compõe o conjunto, para o qual são precisos pelo menos dois estômagos com bom apetite. (José Augusto Moreira)
Rua Dr. Avelino Padrão, 1771. 4785-605 Bougado (Trofa). Tel.: 252 419 486. Encerra ao jantar de segunda

Tripas aos molhos | Museu dos Presuntos
Tem que se ir até Vila Real para saborear este prato típico da região (7/13,50€ por meia ou uma dose). A base é idêntica à das feijoadas, só que com o bucho da vitela são feitos uns rolinhos que vão a refogar com recheio de presunto, o que lhe dá um sabor muito especial. Acompanham com a feijoada, com os folhos da dobrada, as partes mais entremeada de presunto bísaro e chispe fumado. Um pitéu. Robusto, mas de se lhe tirar o chapéu. (José Augusto Moreira)
Av. de Ourense, 43. 5000-690 Vila Real. Tel.: 259 326 017. Encerra ao domingo

Tripas à moda do Porto | Líder
Por toda a cidade, é raro o restaurante do Porto que às quintas não sirva as famosas tripas. É claro que há gostos para todos, mas há muitos anos que é consensual a garantia de qualidade e consistência das que são servidas no Líder (17,50€ a dose). E não há segredo. Boas carnes, como mão de vaca, enchidos, orelheira e, claro, as componentes da dobrada com os respectivos folhos. Também a qualidade do feijão manteiga não é deixada ao acaso e o resultado é verdadeiramente guloso. (José Augusto Moreira)
Alameda Eça de Queirós, 120. Porto. Tel.: 225 020 089/919 873 191. Não encerra

Perdiz com uvas | Solar Bragançano
Pelo ambiente único e a cortesia do casal Ana Maria e Desidério Rodrigues, quase já se justificava a viagem a Bragança. Mas há muito mais, sobretudo pratos de caça como raramente se encontram. Entre eles, a perdiz com uvas (23€), que combina de forma sublime com frutos ácidos ou legumes de temporada, como nabo ou abóbora assada. Há também lebre, galinhola, faisão e outras espécies cinegéticas, tudo cozinhado à lareira em potes de ferro ou no forno a lenha. Único e inimitável. (José Augusto Moreira)
Praça da Sé, 34, 1º. Bragança. Tel.: 273 323 875. Encerra à segunda

Arroz de cabrito | Casa Pêga
É pela raridade que o arroz de cabrito (9/18€ por meia ou dose inteira) que é servido às quintas se destaca na ementa desta antiga casa de petiscos. Aqui tudo é verdadeiramente especial, dos bacalhaus aos rojões, dos assados ao churrasco de carne ou os diários filetes de pescada. O segredo do arroz está na preparação das carnes, bem cortadas e temperadas, que se deixam depois envolver por um arroz húmido e saborosamente engordurado que arrebata o palato. Há também vinhos para todos os gostos e bolsas. (José Augusto Moreira)
Rua 8 de Dezembro, s/n. V.N. Famalicão. Tel.: 252 374 175. Encerra ao jantar de domingo

Filetes de cherne | O Buraco
Servem-se como prato de peixe, acompanhados por um arroz malandrinho de tomate ou feijão (7€), mas muitas vezes são até colocados na mesa à laia de entrada quente, enquanto o sr. Manuel ou o sr. Francisco — os simpáticos e eficientes anfitriões — debitam as sugestões do dia. Pequeninos, sempre fresquíssimos e envoltos em fritura de farinha e ovo bem escorrida, os filetes de cherne são uma espécie de cartão-de-visita para a qualidade e prontidão da cozinha deste popular restaurante da Baixa portuense. (José Augusto Moreira)
Rua do Bolhão, 95. Porto. Tel.: 222 006 717. Encerra ao domingo e sábado à noite

Línguas de bacalhau com lombinhos do mesmo | Cêpa Torta
É um prato que alia com invulgar acerto a cozinha rústica e tradicional com a técnica e modernidade culinária (14€). As línguas são cozinhadas num arroz húmido que se envolve também com pedaços de grão-de-bico, enquanto os lombos de bacalhau que o acompanham são fritos em azeite. A par dos sabores de sempre, há também um interessante jogo de texturas que estimulam o palato e avivam memórias. Muito bem conseguido, na linha de modernidade culinária com que este restaurante utiliza as receitas e os melhores produtos tradicionais de Trás-os-Montes. (José Augusto Moreira)
Rua Dr. José Bulas Cruz, s/n. 5070-047 Alijó. Tel.: 259 950 117/964 202 635/913 017 195. Encerra à segunda e domingo ao jantar

Leitão assado | Mugasa
É sempre uma conversa sem fim quando questionamos sobre o melhor leitão da Bairrada. Longe das romarias de ao pé da estrada, o Mugasa é um lugar recatado, do tipo restaurante de aldeia, onde o leitão ainda é assado segundo o estilo tradicional da Bairrada (12,5€ a dose). Há também iscas com cebolada, cabidela e, por vezes, até uma feijoada com leitão. Se for em grupo, o ideal é mesmo fazer marcação para que o reco infante saia do forno mesmo na hora de se sentar à mesa. (José Augusto Moreira)
Largo da Feira. Fogueira, Sangalhos. Tel.: 234 741 061. Encerra à segunda e domingo ao jantar

Chanfana | Manuel Júlio
A grande vantagem é que não é preciso ir à serra, às aldeias de montanha, para saborear uma chanfana cozinhada da forma mais tradicional (12€). De cabra velha e carnes rijas, no forno a lenha e nos típicos caçoilos de barro negro e lentamente refogada em tinto da Bairrada. Como se sabe, este é um prato para os dias frios de Inverno e, como tal, nem está incluído na lista de “especialidades” do restaurante. Por precaução, o melhor será ligar de antevéspera já que, como manda a tradição, terá que ser de véspera colocada no forno. (José Augusto Moreira)
Santa Luzia, IC2/N1. Barcouço, Mealhada. Tel.: 239 913 512/919 438 454.
Encerra ao jantar de domingo

Perdiz à Dona Bia | Restaurante Afonso
Por entre a tradição de pratos de caça, a perdiz que homenageia a fundadora da cozinha da casa (28€) é o mais emblemático. A receita nunca foi divulgada, mas não andará muito longe do receituário conventual que utiliza vinhos branco e do Porto para um estufado lento. O resultado é soberbo e mais que justifica a viagem. Há que provar também o bacalhau à Afonso (26€, 2 pax), um cozinhado à Brás mas que resulta numa textura macia aveludada de efeito arrebatador. (José Augusto Moreira)
Rua de Pavia, 1. Mora. Tel.: 266403166. Encerra à quarta-feira

Coelho assado no barro | Tasca dos Coelhos
Em ambiente popular e com uma dinâmica que até foge à tipicidade alentejana, este coelho é de prova obrigatória. Cada dose (14€, 2 pax) vai ao forno em pequenas assadeiras de barro vermelho para assar lentamente e apenas com azeite e ervas aromáticas. E é assim, bem quente, que chega à mesa. Apenas as peças de coelho, já que os acompanhamentos são pedidos à parte. Tostadinho, envolto na própria gordura e pleno de sabor, dá mesmo vontade de lhe pegar pelos ossinhos e deixá-lo desfazer-se na boca como se de um gelado se tratasse. (José Augusto Moreira)
Monte do Forte, Alcaraviça. Orada, Borba. Tel.: 268 890 066. Não encerra

Sobremesas e doces

Pêra encharcada | Jacó
Apesar de ser uma pêra cozida, está longe de ser mais uma versão das típicas “pêras bêbedas”. Aqui não entra álcool. A “pêra encharcada” (4,50€) do Jacó é cozinhada com subtileza numa calda de laranja, chegando à mesa rijinha, pousada com elegância sobre uma rodela de laranja e com raspas do citrino a darem-lhe mais brilho. Tal como noutros bons pratos da casa, esta ligação de sabores deixa a cabeça a rodar — e sem álcool. Esse está todo nas dezenas de referências que compõem a carta de… whiskies! (Fortunato da Câmara)
Rua Rangel de Lima, 2. Linda-a-Velha. Tel.: 214 195 298. Encerra ao domingo

Torta de coco | Pátio dos Petiscos
Haver uma guloseima no Alentejo que leve doce de ovos não é novidade. Mais incomum é encontrá-lo numa sobremesa deliciosa e que não é conventual. É o caso da fabulosa torta de coco (2,85€), que parece ser uma massa de bolo de espessura muito fina, que depois de cozida é enrolada na perfeição para envolver um belo recheio de coco e doce de ovos. O interior concêntrico de cada fatia exibe a humidade translúcida da prodigiosa guarnição. (Fortunato da Câmara)
Rua Curvo Semedo, 39. Montemor-o-Novo. Tel.: 266 890 038 ou 918 116 597.
Encerra à quinta


Mil-folhas | Hotel Ritz
Está disponível apenas entre as 12h e as 15h na carta do bar e traz a indicação de ser a “receita especial” do hotel. Entre as particularidades está o facto de o recheio de base ser doce de frutos vermelhos e o topo crocante da massa estar ligeiramente caramelizado como um crème brûlée. No meio das outras folhas há um sedoso creme de baunilha. Um excelente mil-folhas (7€), sem dúvida, mas com este preço o exíguo rectângulo de 3x8cm é talvez o cm2 mais caro da pastelaria nacional. Ultrapassa versões mais vistosas de Paris como a da Maison Lenôtre ou do mago Pierre Hermé. (Fortunato da Câmara)
Rua Rodrigo da Fonseca, 88. Lisboa. Tel.: 213 811 400. Não encerra

Aletria | Casa Inês
Sobremesa dos tempos da Casa Aleixo, que a mãe de Inês Dinis começou por fazer com água. A pouco e pouco, foram juntando leite e gemas e a receita foi evoluindo até chegar à actual proporção de 60 gemas por meio quilo de massa. Um escândalo. De bom! Pode vir a solo (3,50€) ou num misto (4€) com uma rabanada, outro doce escandaloso. (Miguel Pires)
Rua de Miraflor, 20. Porto. Tel.: 225 106 988. Encerra domingo ao jantar

Farófias | O Nobre
A simplicidade é algo mais difícil de alcançar do que se imagina e, por isso, são mais as vezes que nos decepcionamos perante umas farófias mal confeccionadas do que o contrário. Ora, nas farófias de Justa Nobre (feitas pela sua irmã Guida,5,35€) as claras são leves, bem ligadas e doces q.b.. Sim, o creme leva maisena. E o das nossas mães, não? (Miguel Pires)
Av. Sacadura Cabral, 53 - Lisboa. Tel.: 217 970 760. Encerra sábados ao almoço

Abóbora, tangerina e miso | Midori
As sobremesas não são o forte dos japoneses, por isso o Midori aposta na criatividade, misturando sabores do Ocidente e do Japão. O resultado é surpreendentemente bom, como nesta desconstrução de uma tarte de abóbora em que a tangerina e o miso garantem uma conjugação perfeita de sabores (7€). É a maneira certa de terminar as (igualmente imperdíveis) refeições no Midori. (Alexandra Prado Coelho)
Hotel Penha Longa. Estrada da Lagoa Azul. Linhó, Sintra. Tel.: 219 249 011. Encerra aos domingos e 2ª feira

Pastéis de nata | Manteigaria
Pastéis de nata a saírem quentinhos ao longo do dia é uma coisa deliciosa, mas que infelizmente se vê pouco. Reformulando: pastéis de nata a saírem quentinhos, feitos à frente dos clientes, e que depois de arrefecerem se mantêm estaladiços é uma coisa deliciosa, rara, e que talvez ainda não tivesse sido vista. Agora estão à vista em pleno Chiado. Dizer que são os melhores é subjectivo e pateta, mas disfarçam tão bem como aqueles que cada português achará que são os “seus” melhores. Custam 1€ cada na nova Manteigaria, onde em parte se confirma o rifão popular que diz: “Vamos lá embora, ó fregueses, que à dúzia é mai’barato”. Neste caso é “à meia dúzia” (5€/6unid). (Fortunato da Câmara)
Rua do Loreto, 2. Lisboa. Tel.: 213 471 492. Não encerra

Esses | Pastelaria Cego
Os esses são bolos secos feitos de farinha, açúcar, manteiga, ovos e canela e em forma da letra que lhes dá o nome. Mas como sabe quem anda por Azeitão, há esses e esses. E não restam dúvidas que os do Cego (13 €, 1 kg) – consistentes mas desfazendo-se depois na boca, com o equilíbrio certo de açúcar e canela – são os melhores, sobretudo acompanhados por chá ou café. E já agora, se vai passar pelo Cego, não deixe de levar as queijadas de leite a que ali chamam delícias. (Alexandra Prado Coelho)
Rua José Augusto Coelho,150. Vila Nogueira de Azeitão. Tel.: 212 180 301. Das 8h às 23h. Encerra à terça-feira

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